Fanfics Brasil - XIV A casa caiu

Fanfic: A casa caiu | Tema: Vondy, Trendy, Barken, RBD


Capítulo: XIV

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Alfonso saiu da casa de Dulce ciente de que teria de apressar seus planos com Anahí. Havia resumido a história para ela na noite anterior. A loira ficara impressionada por tamanha coincidência: a mulher que causara o fim de seu relacionamento com Christopher, e a mesma por quem ele era apaixonado, era nada mais, nada menos que prima de seu novo namorado.


Apesar de tudo o que havia acontecido entre eles, ela não tinha mais raiva de Christopher, nem de Maria.  Tudo aquilo havia ficado no passado, esquecido e superado, e ela queria sinceramente que eles fossem felizes, e com Alfonso tão interessado na união dos dois e na felicidade do casal tanto quanto ela, eles resolveram que iriam juntos dar uma mãozinha.


Até então, não sabiam que a história havia dado uma nova guinada e que Dulce agora planejava sair do Brasil o quanto antes. Alfonso imaginou que Christopher devia estar uma fera com ele pelo que havia acontecido no dia em que se encontraram no apartamento de Dulce, somente por isso não o procurou imediatamente após ter saído da casa de Dulce. Tinha de fazer isso com Anahí, que era amiga dele e sabia como acalmá-lo e fazê-lo ouvir toda a história, para então resolverem todos os maus entendidos.


Poncho conhecia Dulce bem o suficiente para saber que ela não havia contado nada sobre si para Christopher, e pelo que sabia, ela havia vacilado feio com ele. Por outro lado, Christopher não sabia que por trás de tantos medos e casca de durona, havia uma pessoa que valia muito a pena conhecer e amar. Alfonso conhecia os dois lados e precisava juntar aquelas duas partes. Seria um desperdício e uma tolice sem tamanho que aqueles dois, que se gostavam, continuassem separados.


Dali ele foi direto para o seu trabalho, e chegando lá, ligou para Anahí. Ainda estavam numa espécie de êxtase pela noite anterior; tiveram horas maravilhosas juntos e Alfonso achou que era o momento para pedi-la em namoro, não havia porque postergar, e para sua felicidade, Anahí aceitou. No momento em que atendeu o telefonema, Anahí estava ocupada escrevendo para seu blog, portanto, combinaram de seqüestrarem Christopher no fim do expediente dele, assim seria a maneira mais fácil de capturá-lo e obrigá-lo a ouvir o que tinham a dizer.




 


Assim que Alfonso saiu de seu quarto, Dulce voltou a se juntar com as garotas na sala.


― Preciso dizer uma coisa para vocês. – Dulce pronunciou num tom neutro. Observava a TV desinteressadamente e tentava fazer da situação a menos formal e séria o possível.


― Não me diga que está namorando o Poncho. – Natasha retrucou e a encarou, pasmada, enquanto Maite só observava e ouvia em silêncio.


― Não é nada disso, não seja patética. – A morena revirou os olhos. – É sobre o apartamento. Eu não vou continuar aqui, e quero deixar tudo acertado logo pra que possam procurar outra pessoa pra dividir com vocês. – Disse naturalmente, deixando as amigas ainda mais surpresas e assustadas.


― Do que você está falando? – Maite quis saber, aturdida.


Dulce respirou profunda e lentamente, até conseguir respondê-las.


― Desculpa, gente. A faculdade de Direito me ofereceu uma bolsa na Universidade de Coimbra, e eu estive pensando, e decidi ir. Meus pais me ligaram agora, eles já estão em Angra, de férias, e eu já adiantei a conversa que terei pessoalmente com eles hoje, e acho que está tudo praticamente certo.


― Você vai embora hoje? – Mai repetiu chocada.


― Dulce... Isso é bom, mas... Por que está indo tão depressa? As notas ainda nem saíram.


― Eu vou verificar tudo por email, mas eu tenho quase certeza que está tudo bem. – Respondeu. – Eu quero ajeitar tudo o quanto antes e ir logo para Portugal, conhecer tudo por lá, o lugar onde vou morar, e etc. E uma viagem pela Europa não vai nada mal, não é? – Sorriu, tentando animar as amigas. – Vamos, fiquem felizes por mim. Eu vou ficar bem, vai ser bom pra mim. Vamos nos comunicar por skype. Eu prometo.


― Ah, poxa, você é uma chata nojenta, mas eu gosto de você, não queria que fosse embora. – Natasha resmungou, melancólica, e abraçou Dulce. Maite ainda absorvia a informação ceticamente.


Depois de algum tempo conversando, Natasha precisou sair para resolver algumas coisas suas e Dulce ficou a sós com Maite na sala.


― Me diz o que está acontecendo. – Maite pediu.


― Nada. – Dulce suspirou. – Eu não to fugindo, Mai. Eu fiz o que me aconselhou, mas não deu certo. – Sorriu tristemente. – Infelizmente não era pra ser. Eu to tentando ficar bem, e acho que o melhor a fazer agora é investir no meu futuro, focar na minha carreira profissional, o resto vem com o tempo... Sara com o tempo.


― Tem certeza disso? – Insistiu.


― Eu não tenho certeza de quase nada. – Dulce retrucou. – Mas eu acho que estou fazendo o que é certo.


Todas as coisas de Dulce já estavam arrumadas, por isso não teve trabalho nenhum para ir embora. Não quis atrapalhar Alfonso no trabalho, já havia feito isso muitas vezes, por isso pegou um táxi até a rodoviária, de onde pegou um ônibus intermunicipal para Angra dos Reis. Maite foi até lá se despedir da amiga, e logo Dulce deixava seu passado sem olhar para trás.


Chegou a Angra no fim da tarde e seu pai foi lhe buscar na rodoviária. Pelo que ele havia dito, estavam na cidade desde a noite anterior e ficariam ali até a primeira semana de janeiro, depois voltariam para Belo Horizonte.  Conversaram o básico no caminho até a casa deles. Era sempre assim entre eles, uma conversa mecânica aqui e ali, evitavam olhar nos olhos um do outro, e tudo ficava bem.


Já em casa, Dulce foi recebida do mesmo modo por Blanca: um abraço hesitante, algumas palavras carinhosas e as mesmas perguntas de sempre.


― Por que decidiu mudar de ideia sobre estudar fora? – A mãe perguntou.


― Porque não é algo radical e integral como as outras chances que tive. – Justificou. – O intercâmbio em Coimbra só dura 4 períodos, depois que eu voltar, vou fazer mais dois períodos aqui no Rio e termino. Se eu mudar de ideia, não perco a minha matrícula e posso continuar sem perder absolutamente nada.


― Que ótimo! – O pai exclamou. – Será uma experiência maravilhosa pra você, querida. – Concluiu, dando um beijo na testa de Dulce e em seguida saiu com as malas da garota, levando-as para o andar de cima.


― Tem certeza que está tudo bem com você, minha filha? – Blanca indagou, analisando-a melhor. – Você me parece triste. Está realmente certa sobre essa viagem? Você sabe, eu e o seu pai apoiamos você em tudo desde que isso faça você ficar bem e feliz.


― Não é nada, mãe. – Dulce respondeu. – Só estou um pouco cansada.


― Tudo bem. Vá descansar. Eu já troquei os lençóis da sua cama e as janelas estão abertas desde a manhã. Pedi ao caseiro que fizesse isso todos os dias desde a semana passada, pra tirar o cheiro de casa trancada, mas acho que ele esqueceu.


― Não tem problema. Vou tirar um cochilo, quando o jantar estiver pronto me chama, por favor.


Dulce entrou no cômodo que não lhe era nada familiar. Parecia uma intrusa, uma hóspede em sua própria casa, em seu próprio quarto. Foi até a janela que dava para o mar e ficou por ali, observando a paisagem por alguns instantes. Sua família tinha tudo para ser feliz... Mas às vezes o destino gostava de brincar com a vida das pessoas. Às vezes sentia como se seus pais fossem dois estranhos e quase sempre isso não era exatamente um problema. Já estava acostumada a ser sozinha, todavia, algumas coisas dentro de si haviam mudado. Agora podia lamentar quanto tempo havia perdido afastando-os, ou então, sem saber exatamente de quem era a culpa naquele caso, não se aproximando deles.




 


Depois de levar Dulce até a rodoviária e se despedir dela, Maite passou o resto do dia perambulando pelo shopping, cabisbaixa. Gostava de fazer isso quando precisava pensar sozinha, perdida entre uma multidão de pessoas que estavam ocupadas demais com seus próprios umbigos para poder repararem nela.  


Maite havia se acostumado com a presença de Dulce durante o pouco mais de um ano e meio que moraram juntas. Com isso de morar longe de casa por causa da faculdade, as colegas de quarto tornaram-se, ao longo do tempo, sua verdadeira família; tinha por Dulce e Natasha um sentimento semelhante ao de irmã. Natasha era a irmã mais velha, organizada e responsável, Dulce era a irmã caçula, travessa e inconsequente. Gostava de cuidar dela, de tirá-la das encrencas e lhe dar conselhos... E agora ela estaria sozinha do outro lado do continente. Não teve nem tempo de dizer a ela que talvez aquilo não fosse uma boa ideia, ou que talvez fosse melhor para o amadurecimento dela, o fato é que estava receosa e preocupada com a amiga. Sabia que por dentro daquela casca grossa havia uma pessoa muito sensível e frágil.


Quando Maite voltou para casa, já eram quase nove da noite. Estava exausta, atirou-se no sofá e colocou os pés para o alto. Não haveria mais ninguém para compartilhar esses momentos com ela. Natasha era reservada e organizada demais, geralmente era Dulce quem estava sempre ao seu lado.


A campainha tocou tirando-a desse pequeno devaneio. De repente, imaginou que poderia ser Dulce, arrependida, pedindo suas chaves de volta. Entretanto, sabia que isso não era algo passível de acontecer. Então desejou que fosse Christian, queria muito desabafar com alguém e ele era quem lhe entenderia melhor.


Levantou-se, recompondo-se, e foi abrir a porta. Ficou tão surpresa ao ver quem era, que simplesmente perdeu a fala. Não saía som algum de seus lábios entreabertos.


― Eu sei que ela pediu pra dizer que não tem ninguém. Mas eu não vou sair daqui sem falar com ela. – Christopher disse com firmeza. Maite o encarava sem pronunciar palavra alguma. – Onde ela está? – Ele insistiu, abrindo passagem. Ninguém na sala. Ele foi até a cozinha, e também não havia ninguém. Seguiu então o corredor até a porta onde sabia que era o quarto dela. Maite o seguia, tentando dizer algo, sem sucesso. – Dulce. – Christopher disse, diante da porta. – Se não responder, eu vou invadir esse quarto. – Ameaçou.


― Christopher... – Mai tentou explicar.


― Para, Maite, eu só quero conversar com ela. – Disse, segurando a maçaneta, determinado a entrar mesmo sem o consentimento de Dulce.


Como não houvera resposta alguma aos seus apelos, ele fez o que havia prometido. Abriu a porta e entrou no quarto, mudando de expressão para um misto de espanto e confusão imediatamente. Só havia estado naquele cômodo uma vez, Dulce não gostava de mostrar seu quarto, era pessoal demais, mas recordava-se de que ela tinha uma prateleira cheia de livros na parede paralela a sua cama, e que tinha uma coleção de CD’s em cima da cômoda. O quarto agora estava inabitado. A cama estava coberta por um lençol branco, não havia nada sobre a cabeceira da cama, o criado mudo igualmente vazio, nada que indicasse que alguém dormia ali.


― Era isso que eu estava tentando te explicar. – Mai disse, por fim, sua voz saiu insegura e trêmula. Christopher ainda estava silencioso, observando tudo a sua frente. – Dulce foi embora, ela não mora mais aqui.


― Como assim? – Ele perguntou. – Eu falei com o Poncho agora mesmo, ele disse que esteve aqui hoje de manhã. Ela disse para onde estava indo? Que horas ela saiu daqui? – Interrogou.


― Não sei se Poncho disse algo a você, mas a Dulce aceitou uma bolsa de estudos em Coimbra. – Mai respondeu. – Ela conversou conosco hoje pela manhã e logo após o almoço, foi embora.


Christopher absorveu aquelas palavras, e dois segundos mais tarde, saiu do apartamento em disparada. Maite tentou chamá-lo no corredor, mas ele já havia entrado no elevador, e foi embora, transtornado. Maite ainda tentava assimilar o que havia acontecido ali. Provavelmente Christopher havia entendido tudo errado, e ela não tivera nem a chance de esclarecer. E Dulce provavelmente havia decidido ir embora por causa de Christopher, pelo que sabia, a morena havia tentado se reconciliar com ele e tudo saíra mal. Então, por saber que não havia solução para os dois, foi embora. Agora Christopher voltara atrás e estava procurando por ela, que a essa altura já estava na casa dos pais no sul do estado, há poucas horas de distância. Mas ele não sabia disso.


Precisava entrar em contato com a amiga, fazer com que Dulce soubesse que Christopher queria falar com ela, quem sabe os dois não se acertavam e ela desistia da viagem?


Assim que alcançou o seu celular, começou a ligar para Dulce. Todas as ligações caíram na caixa de mensagem, provavelmente o celular dela estava sem sinal. Deixou várias mensagens de voz e texto, mas não conseguiu nenhum tipo de contato com ela pelo resto daquela noite. Não tinha o número do telefone de Poncho, e ele morava consideravelmente longe, para quem não possuía um carro. Era tarde pra sair de casa sozinha, então concluiu que não havia nada que pudesse fazer naquele momento.



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Autor(a): beatrizrrangel

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Era um dia ensolarado de fim de primavera carioca, mas uma brisa fresca tocava sua pele de bruma suavemente. O céu azul quase sem nuvens se estendia sobre o tapete marítimo de ondas calmas e preguiçosas, até parecer se fundir com o manto ondulento e verde bem ao longe. Um papagaio-do-mar afundou na água, e voltou à superfície ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 30



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  • stellabarcelos Postado em 03/08/2016 - 17:57:16

    Que lindos!!!! Amei muito

  • beatrizrrangel Postado em 09/08/2015 - 15:38:57

    Eu tô postando uma nova web numa nova plataforma. Não sei se vocês conhecem, é o Yoble, bem parecido com o finado (que Deus o tenha!) orkut. Aqui o link pra quem quiser acompanhar: http://yoble.com.br/Community/3252 O nome é "La vida es sueño"

  • beatrizrrangel Postado em 08/08/2015 - 20:49:03

    Vou tentar agilizar a segunda temporada logo! Vou avisar por aqui, ok?

  • vondyfforever Postado em 08/08/2015 - 19:27:37

    Aaaaah que lindooo o finall! Ansiosaa paraa a 2 temporadaa! Postaaaaa maiss *-*-*-*-**-*-*-

  • ipcrbdvondy Postado em 06/08/2015 - 13:20:59

    Ah, estou a espera da 2 temporada viu?!

  • ipcrbdvondy Postado em 06/08/2015 - 13:19:33

    Aah q lindos Amei Fic perfeita Parabéns

  • yasmim.b Postado em 01/08/2015 - 18:44:43

    Que perfeito ! Quero segunda temporada *_*_*_*_*

  • ipcrbdvondy Postado em 31/07/2015 - 14:38:15

    Que lindos Ok! Quando dé vc começa Cont...

  • yasmim.b Postado em 31/07/2015 - 13:31:59

    Continua *_*_*_*

  • beatrizrrangel Postado em 29/07/2015 - 15:33:51

    Tenho que escrever pelo menos a primeira parte pra começar a postar... Eu não tenho muito tempo pra escrever, por isso é complicado. Mas vou me esforçar ao máximo!


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