Fanfic: A casa caiu | Tema: Vondy, Trendy, Barken, RBD
Nos primeiros dias da semana que se seguiu, Dulce se pegou apreensiva, olhando para o aparelho celular a espera de uma ligação de Christopher. Repreendeu-se pelo menos duas vezes por isso, afinal, aquilo não tinha o menor cabimento, não fazia o menor sentido. E então, resolveu simplesmente esquecer e parar de criar esperanças de vê-lo novamente. Era apenas um homem bonito, não merecia tanta atenção assim, foi o que ela concluiu por fim.
E assim que sua mente deletou completamente quaisquer resquícios de memórias do encontro inusitado com Christopher, naquele fatídico dia, o seu telefone celular tocou. Era um número desconhecido. Ela atendeu, não sem antes sentir-se levemente confusa quanto à identidade da pessoa por trás daquela ligação.
― Maria? – A voz masculina indagou.
― Sim. – Confirmou. – Quem é?
― Christopher Uckermann. – Informou e o silêncio que se sucedeu fez com que ele detalhasse melhor a informação. – Nos conhecemos na Baronneti. – Acrescentou.
Era evidente que havia recordado daquele nome. Afinal, quantos Christophers ela poderia conhecer? Mas mais evidente ainda, era que ela não o faria se sentir tão importante a ponto de ser lembrado. Esse era um privilégio de poucos, e poucos não incluía aqueles que demoravam tantos dias para ligar. Em suma, era basicamente birra.
― Sim, lembro-me vagamente. – Murmurou Maria, fazendo pouco caso.
― Ah. – Balbuciou Christopher, desanimado. – Espero que não tenha esquecido que prometeu me ajudar com a questão da Anahí.
― Quem é Anahí? – Dissimulou Dulce Maria.
― Minha namorada. Ou melhor, ex-namorada. – Suspirou. – Tem certeza que se lembra de mim?
― Ah sim, ah! Agora me lembro. – Dulce exclamou com uma ponta de animação. Sem dúvidas era uma ótima atriz. – Sim, Anahí, sua namorada histérica. Claro que me lembro. E então?
― Você ainda está disposta a me ajudar?
― Preciso conferir a minha agenda. – Resmungou de modo zombeteiro. - Sexta-feira a noite está bom para você?
― Claro, perfeito!. – Respondeu. Não poderia dar-se o luxo de exigir mais que isso. Maria já lhe fazia um grande favor. Sairia do trabalho e iria direto ao encontro dela de bom grado. – Aonde? – Perguntou.
― Podemos nos encontrar na estação de Metrô São Francisco Xavier, aqui na Tijuca?
― De acordo.
― Então até loguinho, Chris. – Despediu-se Maria. – Sexta-feira às 20h.
Assim como havia dito no telefone, Maria estava no local combinado, na hora combinada. Olhava o relógio a cada dois minutos e indagava-se se ele ainda viria ao seu encontro, não sem antes xingá-lo mentalmente com todos os tipos de palavrões que conhecia, e ainda culpava-se por não saber tantas outras línguas as quais poderia xingá-lo também, que era o que ele merecia, afinal. Com quase meia hora ali, já estava quase criando raízes no chão de concreto quando ele apareceu.
E que aparição!
A barba estava impecavelmente esculpida num cavanhaque que dava a ele um ar de cafajeste divinamente atraente, e vestido num terno de linho escuro perfeitamente alinhado. Mordeu o lábio enquanto contemplava aquela visão dos deuses. De repente o vai-e-vem intenso de pessoas, por causa do metrô tão próximo, não mais represavam sua atenção. Christopher praticamente desfilava em sua direção.
― Me perdoa. – Ele desculpou-se com veemência, enquanto observava seu relógio de pulso. – Eu vim correndo do trabalho para cá.
Dulce precisou de muita força e concentração para voltar à realidade.
― Da próxima vez que combinarmos algo, apareça no horário. – Falou num tom ríspido. Ainda estava perturbada pela beleza dele, mas não deixaria transparecer, nem que sua vida dependesse disso. – E como é que vamos para o bar com você vestido desse jeito? – Arqueou uma sobrancelha, numa feição reprovatória. Caso que entrava em total conflito com seu espírito contemplatório anterior.
― Você não disse aonde íamos. – Justificou-se.
― Ah, que se dane! – Ela disse com um dar de ombros. – Tem um bar aqui perto, vem, vamos até lá, já perdemos tempo o suficiente. – Completou, agarrando-se ao braço dele e puxando-o para atravessar a rua correndo, já que um ônibus vinha a menos de dez metros de distância.
Christopher concluiu que andar com Maria pelas ruas do Rio de Janeiro era completamente perigoso para sua segurança e integridade física. Pelas três ruas que tiveram de cruzar, ela não teve a paciência de esperar que sinal algum fechasse, para atravessar na faixa de pedestre como um ser humano normal faria numa situação daquelas. Por sorte, chegaram vivos ao tal bar, que mais parecia uma espelunca. Estavam suados e ofegantes por correrem como desvairados. Ela havia se divertido, ele não.
― Ah, tira essa cara de bunda. O que é a vida sem um pouco de adrenalina?
― O que é a vida sem a vida? – Ironizou ele, sem humor.
Acomodaram-se numa mesa na exígua área interna, e Christopher olhava ao seu redor com desdém, enquanto Maria parecia não notar. Estava habituada aquele tipo de local, quase fazia parte do cenário. O garçom logo apareceu e pediram uma cerveja, a qual Maria e Christopher travaram um pequeno embate para decidirem a marca, no qual o último cedeu, já que mal conhecia a mulher a sua frente, mas sabia internamente que seria inútil debater com ela. Ela sempre acabaria vencendo.
― Pois então, homem, desembuche! ― Sugeriu Dulce. ― Abra esse coração!
Naqueles momentos de descontração, Christopher havia se esquecido do que o afligia. Suspirou e começou a narrar o que havia acontecido nos dias anteriores.
― Como você me sugeriu, eu esperei alguns dias até procurá-la. Fiquei surpreso, porque Anahí sempre me ligava todos os dias, pelo menos uma vez por hora, e durante todos esses dias ela sequer mandou um sms. Eu pensei, que mesmo eu estando errado e etc, ela me procuraria, depois de tantos dias sem que eu fosse atrás dela. Mas estava errado.
― Achou mesmo que ela iria te procurar depois do que viu? – Dulce arqueou uma das sobrancelhas.
― Sim. – Admitiu. – Ela sempre fez isso. Quer dizer, depois que brigávamos, mas sei que agora é diferente, o que eu fiz dessa vez foi bem mais grave. Mas enfim, eu a procurei e ela mal quis me receber. Tentei dizer alguma coisa, que fiquei pensando durante toda a noite até formular, mas ela não deixou. Ela me xingou, me pediu pra nunca mais procurá-la e depois me expulsou da casa dela. Fora que nem as minhas ligações ela atende mais. – Murmurou tristemente.
Dulce ainda não havia se decidido se compadecia-se da tristeza dele, ou se ficava feliz por Anahí não querê-lo mais. Era uma situação extremamente complicada. E então teve um insight. Ela poderia se comportar das duas maneiras. Compadecer-se dele a ponto de ajudá-lo a reconquistá-la, e aproveitar os momentos que ele continuava solteiro. Mas como expor seu interesse de uma maneira sutil e apropriada?
― O que eu devo fazer? – Perguntou Christopher, por fim.
― Bom. – Introduziu Maria, ainda reflexiva sobre os fatos recém relatados. – Christopher, além de provar que está arrependido, você precisa encontrar o momento e o ponto em que a relação de vocês começou a desandar. Encontrar seu erro e corrigi-lo. Qual é o motivo pelo qual quer reatar o seu namoro? Voltar e continuar na mesma merda que estava antes?
― Não. – Negou ele, refletindo pela primeira vez sobre aquela questão a qual ela havia colocado sobre a mesa.
― Qual é o maior problema entre vocês dois? – Especulou.
― O ciúmes dela. – Respondeu sem hesitar.
― Ciúmes quase sempre, ou sempre, provém da insegurança. – Comentou. – Qual é a base da insegurança dela? Ou melhor, você faz alguma coisa para que ela se sinta segura? Alguma vez vocês já conversaram sobre isso?
― Sim.
― Comentaram ou realmente sentaram e tentaram resolver o problema? Ela dizer que sente ciúmes de fulana ou ciclana não é exatamente o x da questão. O que é que você faz, ou deixa de fazer, para que ela se sinta insegurança?
― O que eu tenho que fazer? Eu não sei! – Exclamou na defensiva. - Eu acho que sou um bom namorado, e não exijo nada que qualquer outro homem não exija, oras. Um momento de liberdade, sem que alguém esteja azucrinando meu juízo.
― Você pode ter esse tempo, mas as vezes, pode ser que suas atitudes façam com que Anahí se sinta menos importante, ou desvalorizada a ponto de achar que tem outra mulher em sua vida. Se é que não tenha de fato.
― Não há mulher alguma. – Christopher afirmou.
― Então, é isso que tem de demonstrar a ela, que é a única na sua vida e que a quer acima de qualquer outra aventura. – Murmurou com autoridade.
― Uau. – Christopher balbuciou. – Você por acaso é psicóloga de casais?
― Deus é mais! – Exclamou Maria, exasperada. – Nem sei porque estou aqui falando esse monte de baboseiras.
Continuaram a conversar sobre aquelas questões, e Christopher descobriu que apesar de extravagante, Maria era uma mulher inteligente e sensata. Havia algo especial em sua personalidade, algo totalmente paradoxal e por isso mesmo interessantíssimo. A maneira como expunha suas ideias e como suas atitudes eram totalmente singulares e fora do conceito de normalidade, chamavam sua atenção. Toda vez que o diálogo enveredava para o rumo da vida pessoal de Maria, ela tratava de interrompê-lo. Aquilo aguçava ainda mais sua curiosidade. Passaram-se horas sem que mal pudesse lembrar o quanto estava cansado pelo trabalho. Na verdade, mal havia notado qualquer coisa que não estivesse ali, naquela mesa de bar. Maria era extremamente envolvente, e se ela mesma não tivesse notado quantas horas haviam se passado desde que chegaram ali, o dia amanheceria enquanto o assunto continuava vivo e animado entre eles.
― Mas então, você ainda não me disse o que eu tenho que fazer. – Christopher comentou, enquanto saíam do bar.
― Continue procurando-a até que aceite conversar com você. Sabe, aquela história da “água mole e pedra dura”.
― Certo. – Assentiu. – E então, doutora do amor, quando nos vemos de novo, para a próxima sessão? – Disse em tom de brincadeira.
― Assim que for preciso. – Respondeu no tom mais desinteressado que conseguiu forjar. E então despediram-se, já que ela havia negado veementemente a carona que ele lhe havia oferecido.
Autor(a): beatrizrrangel
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Mais tarde, no quase silêncio de seu quarto, Dulce se pôs a refletir sobre a noite que tivera. Soaria quase inaceitável em voz alta, mas havia sido muitíssimo agradável. Em suma, a presença de Christopher não era ruim e de certa forma, sentia-se importante por saber que estava ajudando, e que era útil. Aquilo era quas ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 30
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stellabarcelos Postado em 03/08/2016 - 17:57:16
Que lindos!!!! Amei muito
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beatrizrrangel Postado em 09/08/2015 - 15:38:57
Eu tô postando uma nova web numa nova plataforma. Não sei se vocês conhecem, é o Yoble, bem parecido com o finado (que Deus o tenha!) orkut. Aqui o link pra quem quiser acompanhar: http://yoble.com.br/Community/3252 O nome é "La vida es sueño"
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beatrizrrangel Postado em 08/08/2015 - 20:49:03
Vou tentar agilizar a segunda temporada logo! Vou avisar por aqui, ok?
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vondyfforever Postado em 08/08/2015 - 19:27:37
Aaaaah que lindooo o finall! Ansiosaa paraa a 2 temporadaa! Postaaaaa maiss *-*-*-*-**-*-*-
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ipcrbdvondy Postado em 06/08/2015 - 13:20:59
Ah, estou a espera da 2 temporada viu?!
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ipcrbdvondy Postado em 06/08/2015 - 13:19:33
Aah q lindos Amei Fic perfeita Parabéns
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yasmim.b Postado em 01/08/2015 - 18:44:43
Que perfeito ! Quero segunda temporada *_*_*_*_*
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ipcrbdvondy Postado em 31/07/2015 - 14:38:15
Que lindos Ok! Quando dé vc começa Cont...
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yasmim.b Postado em 31/07/2015 - 13:31:59
Continua *_*_*_*
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beatrizrrangel Postado em 29/07/2015 - 15:33:51
Tenho que escrever pelo menos a primeira parte pra começar a postar... Eu não tenho muito tempo pra escrever, por isso é complicado. Mas vou me esforçar ao máximo!