Fanfic: A casa caiu | Tema: Vondy, Trendy, Barken, RBD
Mais tarde, no quase silêncio de seu quarto, Dulce se pôs a refletir sobre a noite que tivera. Soaria quase inaceitável em voz alta, mas havia sido muitíssimo agradável. Em suma, a presença de Christopher não era ruim e de certa forma, sentia-se importante por saber que estava ajudando, e que era útil. Aquilo era quase inédito em sua vida.
Todavia, tinha plena consciência de que precisaria ser muito cuidadosa com o rumo que as coisas estavam tomando. Era óbvio que havia interesse seu ali. Ela não era tão boazinha a ponto de ajudá-lo sem querer dele nada em troca. E não era muita coisa o que desejava dele, bom, nada que fosse impossível. Só queria aproveitar-se dele por mais algumas vezes antes de sumir de uma vez por todas, em suma, só um pouco de diversão.
Era sempre assim.
Ela não se envolvia, não se revelava profundamente e deixava saber de si somente o que era inevitável de mostrar. Metade de seu nome, alguns traços de personalidade, um pouco de sua companhia e depois nada mais. Era inteligente demais para cair na mesma furada que suas amigas. Apaixonar-se era patético e inútil, do seu ponto de vista. Havia muito do que aproveitar da vida sem que tivesse alguém a controlando ou fazendo-a sofrer, como muitas vezes via a sua melhor amiga Maite Perroni chorando por algum idiota. Uma pessoa esperta deveria aprender com os erros das outras pessoas, e ela tomara aquela lição para si. Nunca se envolvia com alguém além do casual, bom, com exceção de uma pessoa. Alfonso havia sido um deslize que agora era uma pedra incômoda em seu sapato. Uma chata exceção que se repetira mais do que ela gostaria.
Tinha planos para Christopher. Era raro se sentir tão atraída daquela forma, não eram muitos os homens que tinham aquele poder sobre ela, não eram muitos que faziam-na sentir-se quase que perdendo o autocontrole. E ela era muito boa em se controlar. Mas ele... Ele tinha algo como um magnetismo indecifrável. Não obstante, Christopher não era e não viria a ser uma exceção, como Alfonso fora. Aquilo não se estenderia por muito tempo. Seguia sua vontade, sim, mas também tinha suas próprias regras. Não, o lance com Christopher não se estenderia. Apesar de assombrosamente lindo, ele não era para ela diferente de qualquer outro homem. E por isso teria de tomar muito cuidado, não pretendia deixar escapar muitas coisas sobre sua vida pessoal, como achava que já vinha fazendo muito bem. Era o tempo de se divertir o suficiente e depois dar no pé. Logo Christopher reconquistaria Anahí. Como ele a descrevia, Dulce sabia que isso era questão de tempo, de pouco tempo, na verdade. E então tudo voltaria para seus trilhos.
Christopher também se pegou pensando naquele encontro e uma pergunta não parava de martelar em sua mente. Quem era Maria? Bom, era bem verdade que Maria era uma figura muito inusitada, porém isso não respondia absolutamente nada. Era estranho compartilhar tantas coisas pessoais e intimas com uma pessoa totalmente estranha. E o pior, uma pessoa totalmente estranha que lhe passava segurança.
Ao passo que Maria parecia muito sensata, havia algo de insano em algumas de suas atitudes que lhe intrigava. Que ela não era normal, isso já estava muito claro para Christopher, mas a questão era: Até onde ia a loucura dela? A linha que separava a insanidade da sanidade de Maria, muitas vezes parecia ser demasiadamente tênue. E o conceito da “dita” loucura (O único signo da língua que encontrara que mais parecia fiel ao que realmente pensava dela) não chegava ser exatamente ao pé da letra. Era uma loucura controlada, uma loucura sã, se é que poderia ser assim colocada. Não havia uma palavra que se encaixasse perfeitamente ao que pensava dela. O caso era que todas essas reflexões sobre aquela figura que agora, de uma forma sutil, fazia parte de sua vida, lhe instigavam a desvendar mais daquele enigma.
Entre esses pensamentos, fora inevitável em algum momento, criasse um parâmetro entre Maria e Anahí. Se é que poderia haver algum parâmetro entre elas. Naquela meditação quase inconsciente, se pôs a analisar as duas, comparando-as sempre que possível.
Não havia nada de gracioso ou terno em Maria, mas Anahí... Anahí era a ternura em pessoa. Maria parecia ser impassível, enquanto Anahí era uma das pessoas mais sensíveis que conhecia. Maria exalava autonomia, Anahí parecia tão dependente dele, tão frágil, e Maria tão valente e cheia de si. Duas figuras tão distintas, tão distantes... E quando se pegara pensando naquilo, perguntou-se a razão pelo qual o fizera.
O fato que havia se relacionado, ainda que brevemente com Maria fizera com que ele procurasse o porquê. Gostava de mulheres como Anahí, passível, meiga... Feminina. O jeito desgracioso como Maria agia era exatamente configurava o estilo de pessoa que ele costumava evitar. No entanto não era assim com ela em especial. Não que admirasse, ainda não sabia exatamente como se sentia em relação a ela, mas não era algo que lhe soava grosseiro. Pelo contrário, lhe despertava curiosidade. Nada parecia forçado, não era algo que Maria parecia fazer para chamar atenção ou algo do tipo, ela só se permitia ser ela mesma e ele observou tudo aquilo durante aquela noite, havia pescado nas entrelinhas das conversas com ela. Maria não dava respostas prontas, ou fazia rodeios para fazê-lo se perder em suas erudições bem construídas, e muitas vezes notou que ela não contava que ele estivesse realmente atento, apesar da leve tontura que a bebida lhe atribuíra na ocasião. Maria era incomum, e isso em um mundo onde a maioria das pessoas que possuíam um belo corpo tinham uma mente vazia, era uma qualidade que deveria ser bem apreciada.
O que Christopher não sabia, era que Maria era uma pessoa mais paradoxal do que ele supunha ser. Apesar de levar uma vida aparentemente desregrada, a morena era estudante de Direito e levava seu histórico acadêmico bem a sério, apesar das festinhas e chopadas que costumavam querer tirar sua atenção dos estudos.
Apesar de seu pai ser desembargador e sua mãe ser promotora, não havia escolhido a profissão por qualquer pressão familiar. Desde pequena seus pais admiravam sua eloqüência e sua boa argumentação, no entanto, nunca impuseram nada a ela. Quando chegou o momento, ela simplesmente decidiu que não se encaixaria em nenhuma outra área. Mas conhecia seu gênio, e reconhecia que se os pais a tivessem obrigado, teria escolhido qualquer outro curso, apenas por pirraça.
Conseguia conciliar perfeitamente suas bagunças das suas responsabilidades com os estudos. Sabia muito bem separar as coisas. E de mais a mais, ainda tinha Alfonso para achar que podia controlá-la. Alfonso era um primo de segundo grau que estava no penúltimo período de Direito, e desde que Maria havia passado no vestibular, ele achava que tinha de ser sua babá. Já que os pais moravam em Angra dos Reis e ela havia se mudado para o Rio de Janeiro sozinha.
E como se tudo não fosse ruim o bastante em torno desse assunto, Alfonso havia se apaixonado por ela. E ainda mais, como tudo que é ruim ainda pode piorar, depois de um porre numa chopada vip da faculdade de Direito, havia, por um infeliz acaso, ficado com Alfonso. E desde então, o acaso se repetira por algumas vezes, sem que agora ela descobrisse um jeito fácil de desfazer-se dele. O moreno era mais grudento que chiclete vagabundo.
― Bom dia flor do dia. – Alfonso desejou, assim que viu Dulce adentrando a sala de estar onde a aguardava.
― Quantas vezes eu terei de dizer que não quero que você venha aqui em casa? – Respondeu num tom rude e com uma feição nada amigável.
― Vim te dar uma carona para a aula de inglês. – Retrucou, com aquele sorriso embasbacado que ela tanto odiava.
― Cara... – Ela introduziu, juntando todo o seu mau humor matinal para formular uma boa resposta. – Por que você não vai para o inferno?
O sorriso idiota dele havia se esticado ainda mais, cobrindo quase todo seu rosto.
― Já disse que adoro esse seu jeito arisco? – Alfonso murmurou como quem tentava forjar um tom rouco sedutor, mas que havia fracassado totalmente. Precipitou-se contra a morena que desviou-se dele rapidamente.
― Some da minha frente antes que eu te jogue pela janela agora mesmo, no melhor estilo Isabela Nardoni, falou? – Dulce apontou o dedo na direção do rosto dele, tentando manter o tom ameaçador enquanto ele ainda sorria daquela forma que tanto a irritava. Bufou e desistiu de tentar repeli-lo. Aquilo requeria muita força de vontade e ela estava completamente sem disposição. Apenas deixou-o esperando na sala enquanto foi tomar banho para então seguir com ele para o curso, já que era inevitável.
Era sempre assim, Poncho sempre vencia pela insistência. Parecia não se abalar com os foras incessantes de Dulce, tampouco pelo modo agressivo com a qual ela o tratava. Pelo contrário, cada vez que Dulce lhe dava um tapa ou um soco, geralmente acompanhados de xingamentos nada amigáveis, ele parecia mais encantado e disposto a ficar perto dela. A morena já não sabia mais o que fazer para afastá-lo de si, já que nada parecia cruel o suficiente para fazê-lo desistir de uma vez por todas.
― Quando é que você vai mudar o seu status do facebook para “Em um relacionamento sério”, meu bem? – Alfonso quis saber, durante o pequeno trajeto que fizeram de carro até o curso de inglês de Dulce. – Eu já convidei você, estou esperando aceitar faz umas duas semanas.
― Simples, eu não vou aceitar porque EU NÃO ESTOU NUM RELACIONAMENTO SÉRIO COM VOCÊ. Sério, Poncho. Você é idiota ou você só se faz?
― Tudo bem, se você quer começar devagar, então podemos colocar “Em um relacionamento enrolado”. – Respondeu, ignorando tudo o que ela havia dito anteriormente. - Eu acho uma bobagem, meu amor. Todo mundo já sabe que estamos juntos.
Dulce revirou os olhos, tentando não perder a pouca paciência que tinha. Era castigo demais para um só ser humano ter que aturar tais desafetos logo pela manhã. Quis socá-lo quando ele formou um biquinho e fechou os olhos, aguardando um beijo de despedida antes que ela deixasse o carro, mas apenas ignorou e bateu a porta do Honda Fit com força, saindo sem ao menos agradecer... Ele não merecia nenhum tipo de educação. Não mesmo.
Autor(a): beatrizrrangel
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Assim como Maria havia lhe aconselhado, Christopher continuou procurando por Anahí incessantemente. Entretanto, a loira mantinha-se irredutível na decisão de não perdoá-lo e de não querer nem mesmo ouvi-lo. Ela já havia dado ordens ao porteiro de seu prédio que não o deixasse entrar e algumas vezes ele se instalo ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 30
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stellabarcelos Postado em 03/08/2016 - 17:57:16
Que lindos!!!! Amei muito
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beatrizrrangel Postado em 09/08/2015 - 15:38:57
Eu tô postando uma nova web numa nova plataforma. Não sei se vocês conhecem, é o Yoble, bem parecido com o finado (que Deus o tenha!) orkut. Aqui o link pra quem quiser acompanhar: http://yoble.com.br/Community/3252 O nome é "La vida es sueño"
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beatrizrrangel Postado em 08/08/2015 - 20:49:03
Vou tentar agilizar a segunda temporada logo! Vou avisar por aqui, ok?
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vondyfforever Postado em 08/08/2015 - 19:27:37
Aaaaah que lindooo o finall! Ansiosaa paraa a 2 temporadaa! Postaaaaa maiss *-*-*-*-**-*-*-
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ipcrbdvondy Postado em 06/08/2015 - 13:20:59
Ah, estou a espera da 2 temporada viu?!
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ipcrbdvondy Postado em 06/08/2015 - 13:19:33
Aah q lindos Amei Fic perfeita Parabéns
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yasmim.b Postado em 01/08/2015 - 18:44:43
Que perfeito ! Quero segunda temporada *_*_*_*_*
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ipcrbdvondy Postado em 31/07/2015 - 14:38:15
Que lindos Ok! Quando dé vc começa Cont...
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yasmim.b Postado em 31/07/2015 - 13:31:59
Continua *_*_*_*
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beatrizrrangel Postado em 29/07/2015 - 15:33:51
Tenho que escrever pelo menos a primeira parte pra começar a postar... Eu não tenho muito tempo pra escrever, por isso é complicado. Mas vou me esforçar ao máximo!