Fanfic: A casa caiu | Tema: Vondy, Trendy, Barken, RBD
Dulce não perdeu sequer uma oportunidade de desfilar de biquíni perto de Christopher, e ele, não perdeu sequer uma oportunidade de admirar a paisagem. Aquele era um jogo divertidíssimo para ambos, embora não trocassem sequer uma palavra sobre isso, apenas olhares significativos. Coisa que, obviamente, Poncho percebeu. Estavam todos curtindo a piscina durante a tarde, ouvindo música alta e bebendo cerveja. Alfonso observava a tudo com o mesmo humor o qual havia chegado naquela manhã.
A cerveja acabou e Dulce saiu da piscina para buscar mais uma lata, na geladeira da cozinha. Logo Poncho notou que era a oportunidade perfeita para interceptá-la.
Saiu da piscina, seguindo-a e assim que a alcançou, segurou o braço dela com mais força do que seria necessário para detê-la.
― Ai! – Ela gemeu de susto e de desconforto pela maneira como ele a apertava. – Está me machucando, seu idiota. O que pensa que está fazendo?
― Quem é esse cara que você trouxe com você? – Quis saber, o olhar fumegante de ciúmes.
― Ah Poncho, na boa, nós já conversamos sobre isso. Você NÃO É MEU DONO! – Gritou contra ele. Já estava levemente alta pela bebida e já sem paciência nenhuma para os chiliques do primo.
― Você está me fazendo de idiota! Nós não estamos juntos? P*rr%! – Grunhiu ele, no mesmo tom que ela usara.
― NÃO! – Ela berrou. – Agora para de ser ridículo e fazer ceninha! Não seja infantil, você sempre soube que não temos algo sério. E me solta! – Puxou seu braço de volta e seguiu até a geladeira.
― Dulce... Você... Está terminando comigo? – Ele perguntou, de repente mais brando. Agora transparecia mágoa.
― Terminando o que Alfonso? – Ela retornou agora com uma nova latinha de cerveja. - Não seja louco. Nós nunca tivemos nada sério, por Deus!
― Isso é o que você pensa. Ainda vai mudar de ideia. – Alfonso afirmou, transbordante de convicção.
― Ah, vá! – Ela resmungou, deixando-o sozinho, para trás.
Os amigos jogavam vôlei dentro da piscina e logo ela se juntou a eles, sem se importar com o olhar de cão abandonado que Alfonso lançava a ela, da borda da piscina.
― O que deu no Alfonso? – Natasha perguntou a Dulce.
― Está de TPM. Sabe como é. – Dulce respondeu com um dar de ombros.
Assim que a tarde começou a se despedir lenta e preguiçosamente, alguns deles começaram a se retirar da piscina. Maite foi a primeira a abandoná-los, com a desculpa de que precisava pintar as unhas. Em seguida, Christian também saíra segundos depois, dizendo-se cansado de estar tanto tempo na água, usando seus dedinhos enrugados como indícios da veracidade do que falava. Como se precisasse disso. Mas eles não enganavam a ninguém, ou pelo menos não a Dulce, que sabia exatamente que eles iriam se pegar em algum canto da casa, antes de todos saírem para o luau, e então fingirem não ter nenhum compromisso um com o outro, depois.
Por fim, restaram Christopher, Dulce e Noah. O céu já começava a dar os primeiros vestígios de que começava a anoitecer, mas nenhum dos três pareciam realmente dispostos a deixar a refrescante água da piscina.
Bom... Parecia.
― Acho que vou sair, também. – Noah murmurou com seu ainda carregado sotaque sulista americano. Morava há dois anos no Brasil, mas era explicitamente diferenciado assim que abria a boca.
Ele se foi e Dulce sentou na borda da piscina, mexendo os pés que ficaram dentro da água. Parecia despretensiosa, sem ter realmente sabedoria do quanto estava bonita sob a pouca luminosidade. Somente parecia, já que ela tinha plena e total consciência do efeito que causava nas pessoas... E, ou melhor, nos homens.
Christopher deu algumas braçadas até chegar à borda, no mesmo lado que ela estava sentada. Apoiou os braços ao seu lado e se pôs a observá-la. Ouvia-se um murmurinho ao longe, uma briga entre Noah e Natasha, alguma coisa sobre o Noah roubar algo da panela que Natasha cozinhava. Mas isso estava em segundo plano.
Observaram-se longamente.
― O que foi? – Dulce perguntou, abruptamente.
Ele despertou do transe.
― O que foi o que?
― Por que está me olhando desse jeito? – Ela franziu o cenho.
― Ah, é porque está sujo aqui. – Apontou o colo dela. Dulce abaixou a cabeça para olhar e recebeu um leve tapa na testa. Nem acreditava que, depois de tantos anos aplicando aquele mesmo golpe nos outros, era ela quem provava do mesmo veneno, agora. Sentiu a raiva lhe invadir e pulou na piscina, para tentar afogá-lo.
Mas aquilo era impossível. Ele era, pelo menos, três vezes mais rápido que ela. E sem que pudesse notar, ele já fugira da piscina, e, consequentemente, dela também.
Tornou a encontrá-lo na cozinha, oferecendo ajuda a Natasha.
― Não, realmente não precisa se incomodar. – A loira negou. – Só estou terminando de preparar o molho para o macarrão.
― Ah! – Dulce emitiu consternada, entrando de supetão na cozinha. – Não me diga que vamos comer macarrão outro final de semana inteirinho?
― Ah menos que você cozinhe algo melhor pra gente. – Natasha disse com um leve dar de ombros. – Ou então, que nos pague um jantar melhor.
― Tá certo que somos universitários fodidos, mas acho que na próxima, podemos, pelo menos, comer um podrão em frente à praia. – Sugeriu Dulce.
― Eu prefiro macarrão. – Noah murmurou.
― Cale a boca, gringo nojento. Antes que eu te mostre realmente o que é ser xenofóbica. – Dulce rosnou para ele ameaçadoramente.
Christopher olhou assustado.
― Não liga pra ela. – Sugeriu Noah a Christopher. – Tudo isso se chama tesão reprimido.
― Claro, adoraria fazer sexo sadomasoquista com você. – Rosnou Dulce.
― Dul, eu acho que você realmente está assustando o nosso convidado. – Natasha murmurou, olhando a cara esquisita a que Christopher observava a discussão.
Ele sacudiu a cabeça, tornando a sorrir.
― Tudo bem, acho que já estou acostumado com a loucura de Maria. – Respondeu, por fim.
― Está? – Dulce indagou desconfiada, erguendo uma das sobrancelhas.
― Tudo bem. – Interveio Natasha, com um pouco de sanidade, para dar um fim a toda aquela confusão. – Agora finjam que são normais e vão chamar Maite, Christian e Alfonso para o jantar.
― Nem pensar. – Negou Noah com veemência. – Ainda lembro muito bem da cena desagradável que encontrei da última vez que você me pediu para chamar Christian e Maite.
― Dulce? – Olhou-a Natasha de modo suplicante.
― Nem pensar. Poncho está medonho, acho que quer comer meu cérebro ou algo assim. – Argumentou a morena.
― Além de cozinhar, ainda tenho que cuidar de vocês como se fossem bebezinhos! – Saiu Natasha, resmungando e batendo os pés.
Durante o jantar, Christopher refletiu como aquele dia havia sido estranhamente agradável. Todos que estavam ali, sentados à mesa, cada um com seu esquisito jeito de ser, causavam uma atmosfera extremamente divertida naquele lugar. De fato, mal lembrava-se que era seu aniversário, mas também, mal sequer lembrava-se de qualquer coisa da sua vida. Estava tudo muito bem, obrigado.
― Ah, galera. – Dulce iniciou, assim que já havia se servido do magnífico macarrão com carne moída. – Esqueci de contar no horário do almoço, mas acho que não tem problema se fizermos agora. – Continuou e todos a olharam curiosos. Que diabos ela inventaria agora? – É o aniversário de Christopher, não temos um bolo digno pra cantar parabéns, mas acho que esse grude... Ops. – Corrigiu, vendo Natasha lhe olhar com a feição nada amigável. – Esse belíssimo macarrão serve perfeitamente.
― Ah, parabéns cara! – Ruminaram então as felicitações, antes de todos cantarem muito animados a típica canção do “Parabéns pra você”. Todos, mas é claro, com exceção de Alfonso que ainda parecia muito pouco disposto a aceitar Christopher no grupo.
Depois do clima festeiro do jantar, começou então a balburdia para arrumarem-se para sair. Explodiram-se as disputas pelo melhor banheiro do segundo andar, e corridas eufóricas dos meninos para ver quem conseguia chegar lá primeiro. Christopher, alheio a esse tipo de guerrilha, teve de aguardar Natasha, Christian, Noah e Alfonso tomarem banho para então conseguir tomar banho e se arrumar enfim.
Dulce e Maite estavam alheias a toda essa bagunça. Compartilhavam o melhor e mais amplo quarto, com ar condicionado, ducha quente e todas as mordomias que podiam desejar para que pudessem se arrumar com comodidade. Dessa forma, Dulce Maria tomou um longo e demorado banho, sem que precisasse se preocupar com loucos esmurrando a porta para que saísse depressa (já que Maite já havia tomado seu banho antes), e depois, ajeitou os cabelos, deixando o liso natural com alguns cachinhos arrumados nas pontas. Maquilou-se levemente e por fim, vestiu sua roupa. Uma blusa básica branca, e uma saia de tecido leve e estampa colorida. Calçou sandálias rasteiras, perfumou-se e encarou sua imagem no espelho sem poder conter um murmúrio: “Gostosa pra caramba” à la Nazaré Tedesco, que foi acompanhado do eco da risada escandalosa de Maite ao fundo.
― Você pretende mesmo ficar com o Christopher hoje? – Maite quis saber. – Poncho vai ficar uma fera.
― Deixa fluir, se rolar, rolou. – Deu de ombros. – Eu não estou preocupada com o que o Poncho pensa ou deixa de pensar, de qualquer forma. Está na hora dele entender que eu faço o que bem quiser!
― É assim que se fala! Quem esses homens pensam que são? – Concordou Mai, entusiasmada.
― Mas vê se não esfrega homem na cara do Christian dessa vez, da última vez que saímos, deu pena do coitado.
― Ninguém é dono de ninguém. – Mai murmurou. – Ele pode ficar com quem quiser.
― Sei. – Dulce retrucou num tom altamente desconfiado.
Por ter sido o último a tomar banho, Christopher ainda não estava pronto quando o restante dos rapazes e Natasha desceram para esperar Dulce e Maite lá embaixo. Estava sozinho no quarto que dividia com os garotos, e, ao menos, havia um espelho grande onde pode pentear os cabelos molhados e ajeitá-lo com gel. Depois de uns instantes, pelo reflexo do espelho, pode observar que Alfonso estava no batente da porta, observando-o com cara de poucos amigos.
― Tudo bem, cara? – Christopher quis saber, virando-se assim que o notou.
― Na verdade, não. – Alfonso murmurou, cruzando os braços. – Qual é a sua com a Dulce?
― Como? – Christopher indagou aturdido. Sem dúvidas, já havia notado o modo estranho como Dulce e o primo se tratavam, no entanto, não havia imaginado que ele tinha algo a ver com isso.
― Só vim te deixar um recado. – Poncho disse num tom grave e sério. – A Dulce é minha, fique longe dela.
Alfonso abandonou o cômodo deixando Christopher levemente perplexo com aquele diálogo. Certamente, aquele cara era completamente louco. Primeiro, porque Dulce não havia comentado nada sobre ter um namorado, tudo bem que ela costumeiramente não comentava sobre absolutamente nada, mas se tivesse um relacionamento, talvez ela comunicasse. A ideia de que Alfonso e Maria pudessem ter algo o incomodou um pouco. O que havia sido todo aquele jogo de olhares durante todo o dia, então? E, por outro lado, Alfonso poderia ser apenas um primo apaixonado e ciumento.
― Ah, até que enfim a noiva ficou pronta! – Dulce exclamou, ao vê-lo descer a escada.
― A culpa não é minha, foram eles que demoraram. – Apontou para Natasha, Noah e Christian.
― E olha quem quer falar alguma coisa. – Natasha disse. – Você acabou de descer, Dulce!
― Parem de cacarejar logo, e vamos antes que eu desista. – Maite levantou-se do sofá e saiu em direção à porta principal.
Dulce ficou para trás, para trancar a casa, enquanto o restante já caminhava em direção a praia, onde em breve aconteceria o luau. A morena quase caiu pra trás de susto quando terminou de trancar o portão e deu de cara com Poncho atrás de si, parado como uma estátua enquanto observava-a.
― Puta que pariu! Que susto! Está parecendo uma alma penada, credo! – Ela lamuriou.
― Desculpa, não queria assustar você, só fiquei pra trás pra te acompanhar.
― Não preciso de babá, já te disse isso, Alfonso. – Suspirou, saturada.
― Por favor, amor, não quero brigar com você, tudo bem? Só por hoje! – Pediu Poncho com um olhar penoso e Dulce encarou-o cheia de suspeitas.
― Então pode começar parando de me chamar de amor, beleza?
― Como prefere então? Coração? Paixão? Fofolete? – Indagou ele num tom de voz brando e meloso. Dulce revirou os olhos. Como podia ser tão sem noção?
Apesar do restante do grupo ter se adiantado em direção à praia, Dulce sabia exatamente onde encontrá-los. Todos já estavam sentados no quiosque que era o point deles sempre que estavam por ali, e já haviam pedido suas bebidas.
Christopher mal parecia ter conhecido aquele bando de loucos tão recentemente, já se enquadrava entre eles perfeitamente, sentia-se leve, com alguns anos a menos. Era justamente o que precisava: relaxar.
Havia duas cadeiras livres, ao lado de Christopher, a qual Alfonso imediatamente fez questão de ocupar. A que restou era entre ele e Natasha. Dulce sentou-se, não sem antes lançar a ela um olhar severo o significativo.
― Vai beber o que, querida? – Alfonso perguntou-lhe cordialmente, ignorando totalmente o mau gênio dela.
― Seu sangue, se não parar de me chamar desses nomes ridículos! – Dulce respondeu baixo o suficiente para que somente ele ouvisse. O maxilar trincado evidenciava toda a irritação que sentia pelas atitudes dele.
― O que você disse, amor? Não ouvi bem. – Insistiu Alfonso, abrindo um adorável sorriso que se fechou assim que sentiu o bico da sandália de Dulce em sua canela. – Au!
A morena levantou-se furiosa e saiu em direção ao quiosque, Alfonso fez menção de segui-la, mas Maite o aconselhou a deixá-la. Em pouco tempo ela retornara com uma caipirinha e voltou a sentar-se em seu lugar, tentando com toda a sua força ignorar a presença irritante de Alfonso ao seu lado.
Christopher, por sua vez, percebeu o que estava acontecendo ali. Era óbvio que Maria não queria absolutamente nada com Alfonso. Claro que ela não era amável com ninguém, no entanto, com Alfonso, ela se esforçava em ser o mais rude que era possível. Até mesmo conseguiu achar a situação cômica, toco após toco que o seu desafeto levava da morena.
A parada no quiosque era uma espécie de aquecimento para o luau que duraria boa parte da madrugada, alguns metros à frente, na praia. Assim que já haviam bebido o suficiente, o grupo se direcionou ao local aonde muitas pessoas já estavam se divertindo, alguns num canto tocando Nando Reis e fumando, e mais alguns grupos espalhados pela areia. Dulce sentiu-se animada assim que avistou a tenda e ouviu o som agradável da música eletrônica. Seus olhos brilharam e seu corpo automaticamente pedia para dançar.
Natasha, Noah e Alfonso formavam o trio dos mais moderados do grupo. Ainda que Noah fosse muito descontraído, não levava o menor jeito para a dança. Natasha, tampouco. Por isso, em todas as festas, enturmavam-se com o povo mais calmo que encontravam, geralmente só para conversar e rir das loucuras dos bêbados a sua volta. Alfonso, normalmente, ficaria com os dois, já que não era de beber tanto, nem dançar, nem todas essas coisas que Dulce venerava. No entanto, naquela noite, resolveu deixar Natasha e Noah na rodinha dos maconheiros tocando Nando Reis, para seguir Dulce.
O ambiente estava apinhado de pessoas, todas cheias de energia e de vigor para dançarem por longas horas. Os cinco encontraram um lugar agradável para ficarem, e logo começaram a se divertir como os demais. Alfonso, todavia, ficava sempre parado ao lado de Dulce, que dançava alheia a presença dele, observando, sempre que possível, os passos de Christopher.
Dulce tentava manter o contato visual com Christopher, e assim demonstrar o que queria, mas era extremamente difícil fazê-lo, com Alfonso grudado em seu calcanhar. Tentava de todas as formas aproximar-se dele, fazer com que Poncho fosse buscar uma cerveja para ela, porém nada dava certo. Já estava à beira do desespero, quando por fim, Christopher já se bandeava para o lado de Christian, que flertava com um grupo de garotas próximas a elas.
― Qual é o seu problema? – Dulce virou-se bruscamente para Poncho. Ele mal a deixava respirar.
― Meu problema é você! – Poncho explodiu.
― Ótimo! Porque você não se recolhe na sua insignificância, e volta a ser o antissocial chato que fica esperando no canto enquanto todos se divertem?
― Você não cansa de ser cruel comigo? – Poncho disse, quase aos gritos. – Eu tento de todas as formas agradar você e tudo que recebo são patadas!
― Você não está me agradando agora. Alfonso... Olha, eu não estou afim de discutir isso com você agora, já conversamos sobre isso um bilhão de vezes. – Dulce respondeu, tentando manter a calma. Olhava Christopher de soslaio, que conversava com uma loira de fascinantes olhos verdes. Aquilo só aumentava sua vontade de enterrar Alfonso na areia e ir atrás dele.
― Eu só estou te pedindo uma chance, Dulce. – Poncho murmurou, olhando-a fixamente enquanto segurava-a pelo pulso. – Uma única chance de fazer você feliz. Eu amo você. – Declarou e Dulce encarava os olhos esverdeados tristonhos dele com pena... Pobre Alfonso! Não deveria ter se apaixonado, não por ela.
Bom, mas aquilo abriu margem para uma ideia. Uma ideia brilhante!
Dulce sorriu diabolicamente, preparando-se para por seu plano em prática. Ela encarou Alfonso com a destreza de uma atriz. Aproximou-se dele e passou os braços por seu pescoço, aconchegando-o num abraço voluptuoso. Levou seus lábios bem próximos a orelha dele e sussurrou algumas palavras, do modo mais sensual que conseguiu. Imediatamente um sorriso iluminou o rosto do moreno. Logo ele se distanciava deles, com um sorriso bestificado no rosto.
― Como conseguiu fazer Poncho ir embora? – Maite perguntou intrigada.
― Inventei uma mentirinha indolor. – Dulce respondeu com uma gargalhada estrondosa. – Disse a ele para me esperar em casa para “conversarmos”. – Fez sinal de aspas com os dedos.
― E o idiota acreditou?
― Tudo indica que sim.
Com menos um problema, agora ela percorria o lugar com o olhar, varrendo cada canto, a procura de Christopher e Christian. Um pânico súbito tomou conta de si quando não os encontrou. Será que já haviam saído dali com as biscates que estavam conversando?
Uma grande sensação de alívio tomou conta de si quando avistou Christopher sussurrando no ouvido da loira que sorria insinuosamente, enquanto Christian já se atracava com a morena, ao lado deles. Ao menos ainda estava sob sua vista.
― Olha isso. Ele não perde uma oportunidade! – Maite exclamou, indignada.
Dulce olhou-a, arqueando uma das sobrancelhas.
― Não era você que estava pouco se lixando para o Christian? – Indagou mordazmente.
― Ah Dulce, me erra! – Mai resmungou, emburrada. – Vou buscar uma cerveja. – Concluiu ela, saindo contrariada do ambiente.
Christopher estava completamente alheio a essas coisas, enquanto conversava ao pé do ouvido com a mulher que havia acabado de conhecer. Estava tão absorto, que não entendeu absolutamente nada quando Dulce agarrou-se em seu braço, puxando-o em direção à saída da tenda como se um incêndio estivesse acontecendo ali, tamanho seu desespero. Nem dera tempo para se despedir da mulher.
― Ei! O que está acontecendo? – Christopher perguntou embaraçado. Já distanciavam-se do aglomerado de pessoas e quase aproximavam-se do mar.
― Estou salvando você! É isso que estou fazendo! – Dulce disse, enquanto caminhava às pressas para o mais longe possível do local do luau.
― Do que está falando, Maria? Você enlouqueceu de vez, foi? – Christopher continuava confuso. A loira já estava no papo, Maria o havia interrompido num momento crucial do seu flerte.
― O que você acha que aquela loira lá era? Cilada, Bino! Falha no engano! Travecão! – Dulce inventou de súbito, tentando dar o máximo de veracidade a sua exclamação.
― O que? – Christopher parou bruscamente. Não estava entendendo absolutamente nada.
― Você não percebeu? É, realmente, essas coisas estão ficando assustadoras. Quando você descobrisse, seria tarde demais.
― E por que é que estamos nos distanciando tanto? – Quis saber, olhando para trás, onde o apinhado de pessoas cada vez ficava mais longe.
― Eu adiantei seu lado, agora você adianta o meu! Eu estou fugindo do Alfonso.
Eles continuaram a caminhar, agora em silêncio. Já adentravam uma parte da praia em que não havia absolutamente ninguém, só as luzes da cidade ao longe e o som da agitação do mar. A brisa suave balançava seus cabelos, e Dulce resolveu tirar as sandálias para caminhar melhor sobre a areia. Christopher fez o mesmo.
― Não vai me contar nada sobre você e Alfonso? – Christopher perguntou, olhando-a de esguelha.
― Não tem muita coisa o que contar. – Ela deu de ombros.
― Ótimo, então quer dizer que será rápida. – Articulou ele.
Dulce suspirou.
― Poncho é meu primo, primo distante, mas ele costumava ser legal, quando não estava apaixonado por mim. Uma vez eu tomei um porre, acabei ficando com ele, e minha vida nunca mais foi a mesma, depois disso. – Dulce resumiu, com desanimo.
― Ele é bem louco. – Christopher disse. – Pediu pra eu me distanciar de você, porque, segundo ele, você é propriedade dele. – Concluiu num tom sarcástico.
― E o ciúme dele tem algum fundamento? – Ela perguntou com um sorriso insinuoso.
― Como? – Christopher indagou confuso.
― Deixa pra lá. – Ela deu de ombros, e virou-se para o mar. Caminhou até onde as pequenas e calmas ondas vinham e molhou os pés.
― Você costuma ser assim, enigmática, sempre?
― Só quando eu acho que é inútil responder a todas as perguntas. – Dulce respondeu, deixando-o ainda mais confuso.
Agora Dulce sentia-se patética. Ou Christopher era extremamente lento e desligado, ou não estava tão afim dela o quanto demonstrava retribuindo seus sinais. Não queria ser totalmente explícita e dizer a ele com todas as palavras o que desejava, não estava suficientemente bêbada para isso. Queria que ele ligasse os pontos e tomasse alguma atitude, e, no entanto, isso parecia improvável.
Autor(a): beatrizrrangel
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Ainda era o mês de outubro, e a primavera começara quente naquele ano, no entanto, e mesmo assim, não era alta temporada e as casas de veraneio ainda continuavam inabitadas, naquela época do ano. Christopher e Dulce caminharam, trocando palavras irrelevantes, até o final da praia. Não havia ninguém ali, somente um tapete de are ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 30
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stellabarcelos Postado em 03/08/2016 - 17:57:16
Que lindos!!!! Amei muito
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beatrizrrangel Postado em 09/08/2015 - 15:38:57
Eu tô postando uma nova web numa nova plataforma. Não sei se vocês conhecem, é o Yoble, bem parecido com o finado (que Deus o tenha!) orkut. Aqui o link pra quem quiser acompanhar: http://yoble.com.br/Community/3252 O nome é "La vida es sueño"
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beatrizrrangel Postado em 08/08/2015 - 20:49:03
Vou tentar agilizar a segunda temporada logo! Vou avisar por aqui, ok?
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vondyfforever Postado em 08/08/2015 - 19:27:37
Aaaaah que lindooo o finall! Ansiosaa paraa a 2 temporadaa! Postaaaaa maiss *-*-*-*-**-*-*-
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ipcrbdvondy Postado em 06/08/2015 - 13:20:59
Ah, estou a espera da 2 temporada viu?!
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ipcrbdvondy Postado em 06/08/2015 - 13:19:33
Aah q lindos Amei Fic perfeita Parabéns
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yasmim.b Postado em 01/08/2015 - 18:44:43
Que perfeito ! Quero segunda temporada *_*_*_*_*
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ipcrbdvondy Postado em 31/07/2015 - 14:38:15
Que lindos Ok! Quando dé vc começa Cont...
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yasmim.b Postado em 31/07/2015 - 13:31:59
Continua *_*_*_*
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beatrizrrangel Postado em 29/07/2015 - 15:33:51
Tenho que escrever pelo menos a primeira parte pra começar a postar... Eu não tenho muito tempo pra escrever, por isso é complicado. Mas vou me esforçar ao máximo!