Fanfic: A casa caiu | Tema: Vondy, Trendy, Barken, RBD

Ainda era o mês de outubro, e a primavera começara quente naquele ano, no entanto, e mesmo assim, não era alta temporada e as casas de veraneio ainda continuavam inabitadas, naquela época do ano. Christopher e Dulce caminharam, trocando palavras irrelevantes, até o final da praia. Não havia ninguém ali, somente um tapete de areia sob seus pés, um imenso mar a sua frente e um céu negro, pintado com uma majestosa lua cheia. Um cenário e tanto.

Dulce estava um pouco desapontada por ter seus planos com Christopher frustrados, porém, só de se ver livre de Alfonso, já era um motivo para se sentir melhor. Além disso, já estava mais que confirmado que Christopher era uma companhia agradável.

Sentaram-se diante do mar, um ao lado do outro.

― E então, gostou do seu aniversário? – Dulce perguntou, depois de uns instantes a contemplarem o mar e a noite.

― Na verdade... Foi bem diferente de todos os outros. – Comentou ele.

― Sente falta de Anahí? – Inquiriu ela.

Na verdade, era a primeira vez que ele pensava em Anahí durante aquela noite, o que era, no mínimo, esquisito. Passara semanas lamentando-se por perdê-la, e, com um pouco de diversão, havia esquecido-a muito facilmente, mas ele sabia muito bem, aquilo que estava vivendo era só uma fantasia, revivendo seus próprios momentos como aqueles, quando era um pouco mais jovem e também estava na universidade. Sabia que quando retornasse para sua vida de adulto, sentiria falta de Anahí.

― Para ser honesto, não agora. – Admitiu. – Eu estou me divertindo e isso ameniza as coisas.

― Isso é bom. – Ela disse. – Não dá para se autoflagelar o tempo inteiro pelo que aconteceu, é ótimo que esteja se distraindo.

― É. Estou dando um tempo a ela. Não acredito, também, que ela vá descartar toda nossa história juntos desse jeito.

― Só não pode dar tanto tempo, que seja o suficiente para que ela o esqueça. – Dulce aconselhou sensatamente. A essa altura, já não tinha mais qualquer expectativa sobre aquela noite.

― E então, ainda está disposta a me ajudar?

― É claro que sim! – Assegurou ela, com um sorriso simpático.

Christopher havia notado uma diferença entre a Maria de meia hora atrás, e aquela que estava sentada ao seu lado, com um semblante mais sério e falando coisas sensatas. Ele sabia muito bem que a mulher com quem estava flertando na tenda não era um transexual ou qualquer coisa parecida, e aquilo era a estória inventada por Maria para poder afastá-lo da loira. Durante todo o dia, a morena e ele estavam num jogo silencioso de sedução, e ele tinha de admitir que Maria era extremamente atraente e sensual, capaz de chamar sua atenção até mesmo de burca – quanto mais de biquíni -, todavia, estava receoso quanto a isso. Não queria misturar as coisas, Maria estava ajudando-o com Anahí e se relacionar com ela, mesmo que casualmente, não parecia ser algo correto de se fazer.

O assunto entre eles fora desaparecendo aos poucos e tudo o que restara fora o leve barulho das pequenas ondas próximas a eles e o pensamento silencioso de cada um. Christopher desenhava algo sem propósito na areia, distraidamente, quando Dulce levantou-se de súbito e retirou a blusa, jogando-a sobre a areia, próximo a ele. Ele a encarou levemente atordoado, a morena agora retirava a saia, ficando apenas com a peça de roupas íntimas, que ainda que estivesse escuro naquela parte da praia, ele pode notar que era uma bela lingerie rosa, com detalhes em renda. Torturantemente sexy.

Christopher viu toda a sua determinação cair sobre a areia, quando a morena caminhou calmamente até a borda do mar. A luz do luar iluminava sua silhueta perfeitamente desenhada e esculpida, deixando-a assim infinitamente mais sensual. Diante de tal visão, tudo o que pode fazer foi morder os lábios e admitir que seria impossível de se controlar, caso ela continuasse se comportando daquela maneira.

― Você não vem? – Dulce virou-se para ele e perguntou com um sorriso extremamente sapeca.

Fosse qual fosse a motivação de Christopher para ter ficado alheio a ela durante toda aquela noite, Dulce agora estava firmemente determinada a fazê-lo mudar de postura. Ela era Dulce Maria e ninguém, nem mesmo Christopher Hickmann ficaria alheio a sua beleza. Estava disposta a tentá-lo e fazê-lo pagar por seu descuido. Ninguém faria Dulce Maria se sentir insegura quanto a si mesma. E ele tinha que saber disso.

Ele ainda permaneceu absorto com a imagem a sua frente por alguns segundos, até entender o que ela havia acabado de dizer. E então, levantou-se, retirando a camiseta e a bermuda que vestia, ficando apenas com a cueca box branca, para então segui-la e entrar também no mar.

Se pela manhã ela havia reclamado da temperatura da água, agora ela se sentia perfeitamente confortável. Dera um mergulho e voltara à superfície, onde a água lhe cobria até a cintura, balançou o cabelo para se livrar do excesso da água e encarou Christopher, que estava a seguros dois metros de distância, mas não suficientemente imune aos seus encantos.

― Que foi? Não vai mergulhar? – Perguntou dissimuladamente. Sabia a perturbação que estava causando nele, o corpo molhado e praticamente nu chamava toda a atenção de Christopher.

― Pensei que não gostasse do mar. – Christopher comentou, tentando se desvencilhar dos milhares de pensamentos que fluíam em sua mente naquele momento.

― Depende da minha motivação. – Ela sorriu.

― E o que te motiva agora? – Ele quis saber, curioso.

― Quer coisa melhor que isso? A praia completamente vazia, sem o sol excessivo maltratando a pele, isso de poder fazer o que dar na telha... – Maria articulou.

― Tipo nadar de lingerie? – Perguntou ele, com um leve sorriso malicioso.

― Até nua, se eu quiser. – Ela deu de ombros, com um sorriso despretensioso. – Mas fique tranquilo. – Lhe lançou um olhar flamejante. – Eu não vou fazer isso! – E concluiu, sorrindo angelical e abertamente.

― Eu não me importaria. – Christopher murmurou tão baixo que mal pode ser entendido.

― O que você disse? – Maria quis saber, ainda que tenha tido uma leve impressão de ter entendido, ainda que imperfeitamente, o que ele havia dito. Ou melhor, ela havia entendido a intenção por trás das palavras ininteligíveis.

Ele não fez questão de responder. Maria era muito astuciosa e criara uma grande teia de aranha para capturá-lo, havia toda uma atmosfera em volta deles, todas as palavras eram calculadas, lançadas para levá-los a além do verbo. Christopher já não sabia se se importava realmente com qualquer outra coisa que não fosse aquela noite.

Estou te dizendo para abrir os meus botões, baby

Mas você não é de nada

― Quer saber o que eu disse? – Christopher indagou, diminuindo a distância entre eles com passos atrapalhados por causa da água. Carregava no rosto um sorriso travesso. Dulce cruzou os braços, aguardando-o petulantemente. Assim que estava perto o suficiente, Christopher enlaçou a cintura de Dulce com seus braços e trouxe-a até si de modo firme e decidido. Levou uma das mãos até a nuca dela e agarrou-se gentilmente em seus cabelos molhados, trazendo o rosto dela para si. Aproximou seus lábios da orelha dela e disse roucamente: ― Eu disse que eu não me importaria nenhum pouco que nadasse nua.

A morena repreendeu um sorriso de satisfação e apoiou as mãos no peitoral nu e definido de Christopher. Teve de juntar muita força física e de vontade para a tarefa que se seguiria, e depois de uma luta interna por não querer afastá-lo, fez o que era necessário, empurrou-o para longe de si.

― Eu já disse que não vou fazer isso. – Ela afirmou decidida, e afastou-se.

― Ah é? – Christopher indagou descontraído. – Porque você me parece bem suscetível.

― Do que você está falando? – Dissimulou Dulce.

Dizendo o que vai fazer comigo

Mas eu não vi nada

Christopher tornava a se aproximar dela lenta e perigosamente e ela dava passos para trás.

― Ah Maria, vai se fazer de difícil agora? E o que foi tudo aquilo durante o dia? E a mentira que inventou sobre a mulher que estava comigo lá no luau?

― Sabe o que é? – Dulce indagou retórica, com um sorriso atrevido nos lábios. – Você demorou a se decidir e eu mudei de ideia. Odeio homens sem atitude. – Maria afirmou desdenhosa, erguendo o queixo impetuosamente.

― E por que continua me provocando? – Quis saber. Aquele novo jogo definitivamente não o convencia, mas estava bastante interessante.

― Pra que veja a oportunidade que perdeu. – Ela concluiu, agora caminhando em direção a areia.

Típico

Dificilmente você é do tipo que me apaixono

O que? Ela estava falando sério? Ele não podia acreditar. Assim que ela passou por ele, Christopher agarrou-a pelo braço, trazendo-a sem gentilezas para si. Ela franziu o cenho, encarando-o com desprezo.

Eu até estou gostando dos amassos

Não me deixe pedindo por mais

― Não tão fácil assim, Maria. – Christopher pronunciou, trazendo-a para si.

― O que você está fa... – Tentou protestar, mas antes que pudesse fazê-lo, os lábios quentes e macios de Christopher encontraram os seus, e de forma habilidosa, ele prendeu-a entre seus braços, sem dar chance para que ela fugisse de si. Sem ter o que fazer, e sem querer resistir, Dulce entregou-se ao beijo. As mãos que antes espalmavam o peito dele, tentando afastá-lo, agora envolviam o pescoço de Christopher. E as mãos dele que antes a prendiam contra si, agora acariciava a cintura de Dulce.

Sou uma garota sexy

Quer saber exatamente como conseguir o que quer

E o que quero fazer é mostrar para você

Retire as coisas que eu havia lhe dito

O lento movimento das ondas chacoalhavam-nos enquanto estavam perdidos nos lábios um do outro. O beijo aprofundava-se na mesma medida que as mãos percorriam os corpos, buscando conhecer e aproximar ainda mais. Os lábios de Christopher desviaram-se dos de Dulce, percorrendo pela bochecha dela e seguindo a rota até o pescoço, ao passo que suas mãos buscavam o fecho do sutiã dela.

Ela suspirou, sentindo-se tão fraca a ponto de perder toda a sua determinação de fazê-lo pagar por tanta prepotência. Tentava encontrar um motivo para fazê-lo parar, mas os beijos que ele distribuía por toda a extensão de seu pescoço a estava enlouquecendo. Até que ele havia conseguido abrir o fecho de seu sutiã, e seus beijos já desciam em direção ao colo, à medida que a despia. Ou parava ali, ou sofreria as consequências.

E ele tinha de saber quem mandava.

Christopher ficou levemente perplexo e boquiaberto quando a morena o empurrou para longe e virou-se de costas, voltando para a areia enquanto tornava a colocar o sutiã. E, já na areia, catou suas roupas e se pôs e a vesti-las depressa.

― O que você está fazendo? – Christopher gritou em sua direção.

― O que pensa que eu estou fazendo? Estou indo para casa... DORMIR! – Berrou ela, já vestida, e então saiu depressa, caminhando de volta para a parte central da praia com as sandálias nas mãos.