Fanfic: 👑 Uma Princesa Doidinha Da Silva 👑 | Tema: Vondy

– Quero dirigir aquele carro! – gritou Dulce apontando para um carro esporte prateado que reluzia à luz matinal ao passarem por um cruzamento.
– Você não sabe dirigir. – contestou Christian com um sorriso. Era bom ver a animação de Dulce.

Observar o rosto colado à janela com uma película de insulfilm enquanto admirava o mundo passar, fascinada com tudo.

– Quando podemos ficar sozinhos? Estou cansada de tanta formalidade.
– Em breve. – respondeu Christian. – Quando chegarmos ao hotel, a situação ficará mais descontraída.
– Podemos fazer compras. – mencionou Maite.
– Só nós duas? – inquiriu ao irmão, que concordou após breve hesitação. – Que bom! Eu quero comprar um vestido vermelho, sapatos vermelhos...

E a lista prosseguiu até chegarem ao hotel.

Logo, os membros da realeza de Ishla e sua comitiva ocuparam todo o último andar.

Havia guardas no elevador e Dulce andou de um lado para o outro na suíte, esperando Maite chegar e levá-la para as compras.

– Vou arrumar seu cabelo. – propôs Jamila.
– Meu cabelo está ótimo. Pode descansar.
– Depois que Maite chegar.
– Você está dispensada, Jamila.

Tudo que queria era ficar sozinha com seus pensamentos, arquitetar uns planos antes da chegada de Maite.

Relutante, Jamila se dirigiu ao quarto anexo. Dulce trancou a porta.

Logo não precisaria mais de trancas, pensou. Em poucas horas estaria livre!

Dulce admirou as ruas pela janela. Em breve estaria no meio daquele barulho e daquela gente.

Via táxis amarelos por todo lado. Vai dar certo!

– Entre. – disse ao ouvir uma batida na porta.
– Dulce, você tem de abrir por dentro. – avisou Maite. Ah!

Dulce estava pronta, mas Maite parecia ter outras ideias. As últimas palavras de Christan tinham sido “Fique de olho nela”. Olhou a jovem de vestido prateado longo e sapatilhas crivadas de joias. O cabelo vermelho tinha sido solto e caía sedoso. Sua beleza faria com que cabeças virassem onde quer que fossem.

– Você gostaria...? – Maite hesitou. Ainda não estava acostumada a ser a mulher de Christian e, às vezes, simplesmente não sabia como lidar com Dulce, tão diferente do irmão, sério e mais pé no chão. – Quer umas roupas minhas emprestadas para irmos às compras? – sugeriu.
– Emprestadas? – perguntou Dulce fechando a cara.
– Estou preocupada. Vai chamar a atenção com essa roupa.
– Mas eu sempre chamo a atenção. Vamos às compras. Faz um tempão que venho sonhando com isso.

Passaram pelos guardas e tomaram o elevador até chegarem à rua movimentada e quente. Dulce, mais do que acostumada com o calor, caminhou apressada.

– Calma. Não há pressa.

Entraram em várias butiques, mas Dulce, na verdade, não estava interessada em roupas, mas sim em como se livrar de Maite, que a observava como um falcão vigia sua presa.

– Quero provar um. – falou, apontando para uma loja de sorvetes.
– Boa ideia!

Maite a acompanhou. A impaciência de Dulce crescia. Sim, o sorvete era refrescante, mas Maite não lhe daria cinco minutos sozinha?

– E agora? – indagou Maite ao terminarem o sorvete.
– Acho que vou dar uma volta. – comentou Dulce.
– Dulce, Christian ordenou que não a deixasse sozinha.
– Não sou um bebê. Tenho 24 anos.

Saiu andando para atravessar a rua sem nem olhar para os lados e Maite a impediu de ser atropelada por um triz.

– Precisa esperar as luzes mudarem de cor antes de atravessar. – Maite mostrou as luzes do sinal e esperaram até ficarem verdes para atravessar. – Não vou deixar você sozinha. Peça a Christian à tarde se quiser, mas por enquanto...

Atravessaram a rua e Dulce seguiu o olhar de Maite.

Perfeito!

– Olhe! – exclamou, aproximando-se da vitrine da loja infantil que parecia enfeitiçar Maite. – Que roupinhas mais lindas. Não tem nada parecido em Ishla... – Pela expressão de Maite, sabia que a chance de escapar estava ao seu alcance. – Vamos entrar.

E assim fizeram.

Não havia apenas roupas, mas meias, sapatinhos e mantas e, além do mais, a vendedora confirmou que despacharia tudo de navio para Ishla, com o maior prazer.

– Por que usar um navio quando existe avião? – questionou Dulce, mas Maite não ouvia, encantada com as colchas, e com aquele olhar que Dulce reconheceu, igual ao das primas que tinham tido filhos.

Dulce saiu disfarçadamente e retirou um envelope da bolsa. Se Maite a visse, diria que tinha saído para respirar um pouco.

Na rua, viu um táxi amarelo se aproximar e ergueu a mão como tinha visto no computador. O táxi obedeceu!

O motorista não saltou para abrir a porta para ela, o que a irritou, e ficou contente ao ver a janela aberta, porque quando o motorista quis saber aonde gostaria de ir, percebeu que o carro era fedorento.

Deu o endereço de Christopher.

– Preciso que se apresse. – E precisava mesmo, pois viu Maite sair correndo da loja.
– Dulce, espere! – berrou.
– Não se preocupe. – Dulce atirou a carta escrita em árabe pela janela e gritou para a cunhada quando o motorista engrenou a primeira. – Diga a Christian para ler e não contar ao meu pai.

Recusava-se a sentir culpa por ter arruinado a lua de mel do casal. Tudo bem, talvez se sentisse um pouquinho culpada – mas lembrou-se de que Christian tinha usufruído de liberdade por quase duas décadas quando morou na Inglaterra. E Maite tivera liberdade a vida inteira.

Só queria uma semana.