Fanfic: * * * Instinto * * * - adaptada - TERMINADA

-Sério? Genial! -no fundo não lhe importava quem a acompanhasse aquela noite. Morria de vontades por passear pela Quinta Avenida, tomar uma taça em qualquer clube de jazz, ou subir à Estátua da Liberdade para maravilhar-se com a vista noturna.
-O que você gostaria de fazer? -perguntou-lhe ele.
-Tudo! -logo que podia esperar. - Quero ir a algum pub onde toquem o piano ou onde haja representações... Oh, seguro que há uma pista de gelo no Rockefeller Center!
-Gosta de ver algo na Broadway?
-Sim, mas esta noite não. Duraria muito tempo, e além disso, a estas horas não será possível conseguir entradas para algo que mereça a pena.
-Não se preocupe por isso. Eu posso conseguir as entradas.
-Sim, bom, e pagar um braço e uma perna por elas. Isso acabaria com meu pressuposto em um abrir e fechar de olhos.
-Não tinha intenção de que pagasse você.
Dulce se deu conta de que havia outro ponto que esclarecer.
-É muito amável por sua parte, mas serei eu quem paga o meu. Passei anos economizando para a diversão nova-iorquina. A semana passada levei dez cofres de moedas ao banco. Enquanto não gaste o dinheiro em um jantar no Four Seasons, deveria-me durar uma temporada.
-Dulce,isso é absurdo. Durante as duas próximas semanas serei eu quem corre com os gastos. Assim poderá empregar o dinheiro em comprar móveis ou o que necessite.
Ela cruzou os braços ao seio. Não gostava que etiquetassem seus planos de diversão como «absurdos».
-O que de verdade me preciso é passar isso bem na cidade. O único móvel que me faz falta para isso já está aqui. Sei que economizar dinheiro em um cofre pode lhe soar ridículo a um homem com tantos recursos como você, mas me encantou fazê-lo. Agora chega o turno de minha recompensa, e o dinheiro vai cumprir a função que tenho pensada.
-Mas...
-Você já tem feito bastante anulando seus possíveis encontros para hoje, e o justo é que eu seja quem te convide. De fato, isso é o que vou fazer.

-Disso nada. Se aceitei a isto é por lhes fazer um favor a uns amigos.
-De acordo -aceitou ela. Um estremecimento de prazer lhe percorreu o corpo para ouvir sua declaração.
Chris não só era bonito e agradável, era também muito sexy.
Por desgraça, seguro que a via como a uma roceira. Era tarde para trocar a primeira impressão, mas talvez pudesse impressioná-lo se lhe mostrava a cama terminada, com o dossel e os lençóis postos.
Naturalmente, nunca se deitaria com ela nessa cama, mas seria gratificante saber que o tinha esperado. E para isso tinha que mandá-lo a casa e lhe pedir que voltasse para as poucas horas, quando a cama tivesse o efeito desejado.
-Se formos sair esta noite, eu gostaria de tomar um primeiro banho -disse ela. - Assim não faz falta que nos incomodemos com o dossel.
-Por que não o pomos e o deixamos tudo preparado?
-Não importa. Não acredito que esta noite vá colocar a ninguém na cama.
-Nisso estou de acordo! E já que estamos com as regras, aqui vai outra: se sair deste apartamento comigo, terá que voltar comigo. Nada de trazer para nenhum estranho.
-Pois claro que não! Que seja uma garota de campo não significa que não tenha educação. Se conhecer algum candidato, limitaremo-nos a intercambiar os telefones. E se me pergunta por ti lhe direi que é gay.
-O que?
-Não quero que pense que sou essa classe de garota que vai ficando com outros homens enquanto sai com um.
-Então faz o favor de dizer que sou seu irmão ou sua primo -cravou-lhe seu penetrante olhar. - Nova Iorque é mais pequena do que acredita.
-Não parecemos parentes -observou ela.
-Não importa. Dava o de todas formas.
-Como quer, se insistir...
Ele suspirou e se arranhou a nuca.
-Sabe? Para te ser justifico te direi que não me seduz muito a idéia de parecer um fanfarrão enquanto você te dedica a pedir números de telefone.

Ela duvidou por um instante.
-Talvez devamos esquecer tudo isto -quanto mais pensava em passar a noite com ele, menos preparado o via para cumprir com seu papel. Parecia empenhado em pôr todas as restrições possíveis. E ela tinha esperado sua aventura muito tempo para tolerar qualquer obstáculo. - Seguro que Anny o entenderá, se te disser que não nos levamos bem. Sabe o difícil que posso ser às vezes, assim só me culpará .
Ele negou com a cabeça.
-Não, isto já não tem nada que ver com o Anny. Agora que te conheci, não posso deixar que vá sozinha por Nova Iorque em sua primeira noite de sábado. E não te incomode em me dizer que ficará em casa porque não te acreditarei.
-Claro que quero sair -reconheceu ela. - Cheguei na quinta-feira de noite e passei toda na sexta-feira na agência. Anny e Poncho me levaram a jantar, mas ela estava muito cansada, assim que fomos cedo a sua casa. Passei-me acordada quase toda a noite, desejando sair e explorar a cidade.
-O que te parece se fizermos um trato? -meteu-se as mãos nos bolsos traseiros.
-Que trato? -como qualquer mulher, era muito sensível ante aquela postura tão masculina.
-Nesta primeira noite não procurará nenhum encontro nem intercambiará o telefone com ninguém. Eu serei sua única companhia, ensinarei-te a cidade e amanhã voltaremos a negociar as condições.
-De acordo -gostava da idéia de ser seu único encontro.
-Seguro que não quer colocar o dossel?
-Seguro.
-Bem, então voltarei às oito.
-Estarei preparada -ia recolher a às oito.
Isso demonstrava que já estava na grande cidade. No Virtue os encontros começavam muito mais cedo. E também acabavam muito antes, já que tudo fechava antes das dez. A qualquer garota que alargasse a hora a considerava automaticamente uma ninfomaníaca.
-Tem um bom casaco?
-É obvio -pôs uma careta ao pensar em sua horrorosa jaqueta. Queria esperar a ver a última moda antes de comprar um bom casaco de desenho. E teria que esperar também a recuperar do gasto da cama.

Comentem plixxx *-*

bjix da Naty