Fanfic: * * * Instinto * * * - adaptada - TERMINADA

-De acordo. Então, até mais tarde -recolheu seu casaco, sorriu-lhe e saiu pela porta.
Cinco horas mais tarde, Chris chamou com um assobio a um táxi e deu ao condutor a direção do apartamento de Dulce. No bolso levava cuidadosamente dobrado o itinerário que seguiriam essa noite. Havia lhe custado toda a tarde fazê-lo, e estava orgulhoso do resultado. Não lhe apresentava todos os dias a oportunidade de ensinar sua cidade favorita.
Não gostava especialmente do novidadeiro, mas com o Dulce estava descobrindo quão emocionante podia ser. No momento que tinham permanecido separados tinha tido tempo para analisar o efeito que uma mulher assim lhe produzia. Anny era muito ingênua ao pensar que acabariam juntos, mas era inegável que existia certa química entre os dois.
Era uma lástima que Dulce fosse amiga do Anny e do Poncho. Se a tivesse conhecido por sua conta teria sido a companheira perfeita. Nunca tivesse imaginado que uma garota de campo lhe interessasse, mas tinha que reconhecer que sua falta de sofisticação o excitava. Morria de impaciência por ver sua reação ao programa que tinha preparado.
Também imaginava saltando na gigantesca cama. Podia imaginar-lhe com preocupam-se facilidade. Tinha que esforçar-se por esquecê-lo se não queria pôr em perigo sua amizade com o Anny e com o Poncho. Especialmente com Poncho.
Talvez fora o momento de procurar a outro amigo solteiro com quem sair, mas não queria precipitar-se. Os amigos como Poncho não apareciam muito freqüentemente. A realidade era que não assumia o novo rol matrimonial do Poncho.
Quando o táxi se deteve frente ao bloco do Dulce,Chris estava tremendo de emoção. apalpou o bolso para comprovar que o itinerário seguia ali, e disse ao taxista que esperasse. A crescente importância do taxímetro lhe faria sair quanto antes do apartamento.
No elevador se perguntou se tivesse sido mais rápido subir pelas escadas.

Tinha chegado pontual, mas temia que ela o estivesse esperando no patamar, com o casaco posto e chutando o chão com impaciência.
Saiu correndo assim que as portas se abriram e tocou a campainha pela segunda vez aquele dia. A primeira vez se havia sentido impaciente e um pouco irritado com Anny. Nesses momentos só sentia impaciência, mas por uma razão distinta. Sua respiração era diferente, e até os batimentos do coração de seu coração eram diferentes.
Tal e como se esperava, Dulce não demorou para lhe abrir a porta. Mas não se pôs ainda o casaco. De fato, não se tinha posto quase nada. Sua saia negra era muito curta e ajustada, e deixava ver umas pernas cobertas com meias que lhe recordaram a foto das bodas.
Forçou-se a não lhe olhar as pernas e elevou a vista. Então descobriu que o pulôver negro era igualmente apertado, e que se ajustava a uns apetitosos seios e a uma cintura tão estreita que poderia abrangê-la com as duas mãos. Estava... pronta para a ação, pensou ele enquanto tragava saliva.
-Vamos, entra -agarrou-lhe a mão e o fez passar. - Quero te mostrar a cama.
Chris não queria ver a cama. Só queria ir-se dali o antes possível, mas ela o arrastava para o interior em penumbra.
Até então não se haviam tocado, e a experiência lhe resultou deliciosa. Sua mão era cálida, suave e elétrica. Mas o tato não foi nada em comparação com a cena que tinha preparado.
As velas chispavam nos batentes das janelas e sobre as caixas que tinha colocado como mesitas de noite. Não havia outra luz na sala, por isso os rincões sem mobiliar se ocultavam nas sombras e a cama aparecia em toda sua glória.
Tinha conseguido montar o dossel ela sozinha. Um pesado tecido cor marfim cobria o teto da cama e separava o interior com uma cortina, dando o aspecto de uma loja árabe. Os almofadões e os lençóis eram de negro cetim, e estavam dobradas para fora insinuando um convite.
-O que te parece?

Parecer? Nenhum homem poderia pensar ante semelhante exibição de fantasia sexual. Mas sim podia reagir, e Chris esperou que seu casaco de pele pudesse cobrir o que lhe estava passando.
-Verdade que é preciosa? -voltou a perguntar ela.
-É... hum... muito... bonita.
-É o que sempre tinha sonhado. Queria que visse o resultado final. Assim me diga, o que te parece como homem? Vê-o muito feminino e carregado? Porque não quero que a um homem custe relaxar-se nesta cama.
-Eu, né... -teve que esclarecer a garganta, e então cometeu o engano de olhá-la para lhe responder.
Dulce estava apoiada no balcão da cozinha americana. A luz das velas se refletia em seus cabelos parecia enfatizar as curvas que mostravam a saia e o pulôver.
-Está duvidando -disse ela decepcionada. - Assim há algo que não tenho feito bem. O que é?
-Não, nada... É uma cama estupenda.
-Sério? -o sorriso lhe iluminou o rosto. - De verdade que sim?
-Sim.
-Quer te tirar os sapatos e prová-la? Não me importa que enrugue os lençõis.
Chris se perguntou se seria tão ingênua para lhe pedir algo assim sem segundas intenções. Em qualquer caso, por nada do mundo se Ponchobaria nessa cama.
-Vamos, Chris! Eu já a provei, e te garanto que é o mais cômodo que verá em sua vida. Segui meu instinto ao comprá-la e aí esta... É perfeita.
Havia outra razão que não recordava e que lhe impedia de aceitar o convite. Era uma sensação incômoda que... O táxi! Tinha-o esquecido por completo.
Com um repentino alívio lhe disse que o táxi estava esperando na rua.
-Oh! Por que não me há isso dito antes? -correu pela habitação soprando as velas.
-Não importa. É só que... -deixou de falar quando ela apagou a última vela. A casa ficou completamente às escuras, salvo pela débil luz que entrava pela janela.
-Vá! Parece que me precipitei -disse ela com uma risada- Espera a que encontre o interruptor
Chris não estava disposto a ficar às escuras com aquela ameaça sexual. Avançou a provas para a porta. Teria que haver um interruptor em...

Os dois chocaram entre eles e os dois gritaram assustados. O braço do Chris lhe tocou o seio e a perna se enredou com as suas. Teve que sujeitá-la para guardar o equilíbrio.
-Sinto muito! -desculpou-se ela rindo. - Ia para a porta.
-Eu também -soltou-a quando ambos se endireitaram, mas não o bastante logo para evitar que o sangue lhe fervesse de desejo e o provocara um apertão na virilha.
Ficou de pé tentando sufocar a necessidade. Sempre tinha sido muito bom nisso, graças ao treinamento em reprimir as emoções que recebeu de menino. Seus pais acreditavam que as emoções eram muito pouco oportunas, e aquilo demonstrava que tinham razão.
-Ah, acabo de encontrar um interruptor. Vejamos o que acende.
Ouviu-se um clique e uma lâmpada se acendeu sobre a porta, criando um efeito de foco em torno de Dulce. Ela sorriu e elevou os braços.
-Apresento a Luz!
Chris ficou com a boca seca. Era preciosa, demônios. Muito formosa para ignorá-la.
-Bom, já está bem de tolices -disse ela- Vou por minha bolsa e iremos.
Ele assentiu. ficou-se fascinado pela imagem sob a luz. perguntou-se como era possível que Poncho não tivesse apreciado sua beleza.
Seu amigo só havia dito que era muito alegre. Mas claro, não se podia esperar outra coisa, estava casado. Ela correu por volta do que originalmente foi o dormitório e voltou em seguida com uma pequena bolsa negra. De algum modo ele conseguiu levá-la até a porta sem lhe dizer que tinha trocado de opinião e que queria provar a cama. Assim que saísse do apartamento estaria a salvo. Esse era seu único objetivo. Fugir daquele enorme leito de paixão e daqueles focos que convertiam ao Dulce em uma bailarina de striptease de sonho.

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bjix da Naty