Fanfic: * * * Instinto * * * - adaptada - TERMINADA

-Te emprestando meu casaco.
-Nem te ocorra! -agarrou-o pelo pescoço para impedir que o tirasse. - Não o faça!
Ele se deteve.
-Teme parecer ridícula? Sei que ficará um pouco grande, mas pode subir as mangas. De comprimento ficará bem, já que a mim só chega pelos joelhos.
-Não temo parecer ridícula -ao agarrá-lo pelo pescoço comprovou a suavidade da pele.
-Então lhe ponha isso -disse ele tirando o casaco, e o estendeu.
Ela fechou os punhos.
-Essa não é solução. Você ficará sem casaco, me acredite se te disser que não aceitará minha jaqueta.
-Não importa. Passaremo-nos por meu apartamento e me porei outro. Além disso, assim poderá ver a mesinha e as cadeiras dobráveis. Adiante, te tire a bolsa e, prova-lhe isso sustentou-o pelos ombros e o sacudiu.
-Não estou segura... -em realidade, morria de vontades por introduzir seus braços nas mangas.
-É o melhor. Vire-se e lhe ponha isso
Ela se rendeu à tentação. Deixou a bolsa no chão e se deu a volta. Com um movimento tão suave que lhe fez conter a respiração, lhe pôs o casaco. A sensação foi comparável a de um orgasmo. O forro acariciava o dorso de suas mãos, e o aroma de loção e a couro fez que lhe tremessem os joelhos.
Ele a rodeou e a olhou de frente.
-Não está mau. me deixe que te suba as mangas.
Ela fechou os olhos enquanto lhe dobrava as mangas com um cuidado delicioso. Qualquer homem que emprestasse tanta atenção em arregaçar um casaco, saberia como excitar o corpo de uma mulher.
-Ate o cinturão e recolhe sua bolsa.
Dulce abriu os olhos e o viu olhá-la com uma expressão de ternura. Então soube que além de ser um amante perito, devia ser doce e carinhoso.
A idéia a fez tremer de emoção e lhe custou muito trabalho atar o cinturão. Sem deixar de tremer, agachou-se para recolher a bolsa e a pendurou à costas.
-Vamos -segurou-a pelo braço e se dirigiram para o elevador.

Embora ela não podia sentir o tato de sua mão através da pele, estava encantada de que a tocasse com tanta despreocupação. Não significava nada, certamente, mas algum que outro roce amistoso faria a noite mais emocionante.
E logo estava a oportunidade de ver seu apartamento. morria de curiosidade por saber como vivia um solteiro em Nova Iorque. Assim saberia como preparar o cenário adequado quando convidasse a um a sua casa. Tinha que ver a cama de Chris para comprovar se a sua própria era de mau gosto.
Quando saíram à rua o ar gélido a açoitou na cara. Chris tinha razão. Sem um bom casaco se teria congelado em poucos segundos. Sentiu outro remorso quando viu o táxi e pensou no tempo que o tinha feito esperar.
-Eu pagarei pela metade a fatura do táxi! -gritou para fazer-se ouvir por cima do vento e do tráfego.
-Já o veremos -disse-lhe ao ouvido enquanto lhe abria a porta.
Ao sentir o fôlego contra sua pele por pouco se derreteu, mas então recordou que se lhe tinha sussurrado ao ouvido era para não ficar a gritar como ela. E se sua voz soava tão sexy era porque assim devia soar quando falava em voz baixa.
O táxi se internou no denso tráfego noturno, e se dirigiu para o apartamento do Chris como se fora um assunto de vida ou morte. Ao Dulce adorava aquela amalucada forma de conduzir. Era o que tinha visto nos filmes, e a tivesse decepcionado ver o contrário.
Chris tirou um telefone móvel do bolso de sua jaqueta e fez uma chamada. Dulce ouviu com emoção como fazia uma reserva para jantar... Para jantar! Não lhe tinha ocorrido semelhante possibilidade quando ficaram para sair às oito.
-Espero que possa agüentar um pouco –disse ele. - Reservei mesa para as nove.
-Estupendo -respondeu com um sorriso.
Prometeu-se que nunca saberia nada do sándwich que se comeu uma hora antes.
-Aonde iremos? -seu desejo era ir a um sítio famoso como o 21 ou Elaine`S. Mas sua carteira dizia o contrário.

-É um pequeno restaurante tailandês. Tem muito boa fama, e a sopa de limão é excelente.
-Soa genial -cosmopolita e étnico de uma vez, pensou com satisfação. E embora a sopa de limão lhe parecesse algo repugnante, a comeria sem duvidá-lo.
-Acredito que você gostará. O dono é meu cliente. Faz um par de meses lhe facilitei um bom aprovisionamento, e após não faz mais que insistir em que vá jantar com um acompanhante.
Dulce o olhou com receio; suspeitava que aquilo fora uma farsa para que ela não tivesse que pagar.
-Diz-o a sério?
-Completamente -respondeu ele com um sorriso. - Mas reconheço que aceitei seu convite para que sua carteira não se visse muito afetada. Sei que quer pagar os gastos, mas não acredito que tenha nem a mais remota idéia de quão caro pode ser o entretenimento nesta cidade.
-Já me advertiu isso Anny -estar sentada a seu lado, absorvendo o doce mistério de seu sorriso, era mais entretido que algo que pudesse fazer no Virtue. Não lhe importava nada o dinheiro. - Mas não teria que levar a mim a esse lugar. Deveria ter aceito o convite com um encontro de verdade.
-Isto é um encontro de verdade.
-Oh -sentiu um estremecimento. Era muito emocionante ouvi-lo dizer aquilo.
-E além disso, quero compartilhá-lo com alguém que saiba apreciá-lo. Não quero levar a ninguém que o veja como uma simples comida em um restaurante tailandês.
-Acredite, eu não o verei assim -esperou que não servissem polvo ou sushi, mas se prometeu que comeria qualquer coisas que lhe pusessem diante, inclusive vermes fritos. Tinha que lhe demonstrar ao Chris que não se equivocou convidando-a a ela.
-Já chegamos.
Ela olhou pelo guichê e tragou saliva. O edifício tinha um zelador.
-Passa algo?
-Não, não -disse-lhe com um sorriso, Tudo é perfeito.

Comentem plixxx *-*

bjix da Naty