Fanfic: * * * Instinto * * * - adaptada - TERMINADA

Mas além das gravatas não havia muitos mais sinais de vida no dormitório. Embora se uma escultora francesa estivesse na cama com o Chris, ambos os nus, a coisa trocaria radicalmente.
-Você também deve ter muitos planos.
-Como quais? -perguntou ele do armário.
-Oh, viagem a Paris, por exemplo.
-Deveria voltar por ali. A última vez que estive foi faz dois anos.
Dois anos? Então a aventura não deveu ser apoteótica...
-Tenho que mover algumas costure para tirar a mesa. me dê um minuto.
-Claro -assim tinha mais tempo para examinar a habitação.
Era maior que sua sala; o tipo de dormitório para o que parecia seu quarto. Através de uma porta viu um elegante quarto de banho, próprio de uma revista de decoração.
Uma cômoda de nogueira ocupava uma esquina da habitação, e sobre ela havia uma foto emoldurada. Aproximou-se para ver a de perto. Nela apareciam três pessoas no que parecia a coberta de um iate. O homem e a mulher pareciam tirados de um anúncio de colônia. Os dois sustentavam pelas mãos a um sorridente menino de cinco ou seis anos que devia ser Chris.
Assim que aquele era o casal multimilionário que lhe tinha inculcado o ódio ao matrimônio.
-Aqui estão a mesa e as cadeiras.
Ela se voltou com uma expressão de culpa.
-Só estava...
-Ora, é normal olhar as fotos de uma habitação -deixou uma caixa sobre a cama.
A única foto da habitação... pensou ela.
-Foi um menino muito bonito.
-Segundo minha mãe era um espinho no traseiro.
-Só um? Teria que ter tido sete.
-Certamente fui. Tive um tutor privado até que me mandaram ao colégio, assim de menino não tive muitos amigos. Um menino aborrecido pode dar muitos problemas.
-Que classe de problemas?
-Bom, dava-me conta de que a criada e o mordomo falavam muito em privado, assim que me figurei que eram espiões. Queria apanhá-los em alguma declaração suspeita, ou melhor ainda, decifrar seu código secreto. Por exemplo, se diziam que terei que limpar os abajures, meu significado era que tinham os planos dos mísseis.

Dulce riu baixo.
-Eu estava acostumada a acreditar que o campo de trigo de meu pai era uma pista de aterrissagem para alienígenas, e que estes se transformavam na gente do Virtue. Vais dizer que foi um menino problemático por acreditar em fantasias?
-Não exatamente. Eu fui um pouco mais longe e me propus gravar suas conversações em uma fita.
-Oh -apartou os casacos e se sentou na cama para escutá-lo. - Suponho que aos criados não fez nenhuma graça, verdade?
-Nunca se deram conta -disse ele apoiando-se na cômoda. - Mas parece que tinham alguma aventura, Porque na fita se ouviam gemidos, ofegos e algumas palavras que nunca tinha ouvido.
Dulce sentiu uma pontada de alerta sexual.
-Vá. Soube do que se tratava?
-Ao princípio não -olhou-a com um sorriso. - Mas me imaginei muito em breve. Tinha onze anos e era muito curioso.
-Sim, a essa idade é normal -estava fascinada pelo brilho de sensualidade que ardia em seus olhos.
-Quando imaginei do que se tratava, escutei a fita tantas vezes que ao final minha mãe me descobriu. Eu não queria que se despedissem dos criados por minha culpa, assim que lhe disse que tinha pedido a fita de um catálogo. Ficou como uma fera ao acreditar que tinha comprado material pornográfico.
Dulce estava emocionada pelo sacrifício que tinha feito pelos criados.
-E sua mãe alguma vez soube dessa aventura?
-Não acredito. Não despediu ninguém.
-Teve que ser muito duro saber o que estavam fazendo e logo vê-los trabalhar como se nada.
-Muito duro. E além disso, a criada era preciosa. Ocupou um lugar destacado em minhas fantasias de adolescente. Mas se foi antes de que eu alcançasse a idade necessária.
O grau de luxúria do dormitório se incrementou com aquelas declarações.
-Seguro que ainda está em seu subconsciente -disse ela. Tinha lido muito sobre as fantasias masculinas. Não podia evitá-lo, mas a história a estava excitando. - Como se chamava?
-Arlete.
Um nome perfeito para uma criada.
-Como era?

Viu como sua expressão se suavizava e como separava ligeiramente os lábios.
Deus... seguro que estava pensando na Arlete.
-Me conte -desejava saber como era essa mulher que tanto o tinha marcado.
-Tinha uma cintura muito estreita, acentuada por sua uniforme blanquinegro. Levava a saia muito curta, deixando ver umas pernas fabulosas. Sempre se grampeava os botões até o pescoço, mas na parte do seio pareciam estar a ponto de saltar.
-E você desejava que saltassem.
-Sim.
Aquela afirmação, mais que qualquer outra palavra ou suspiro, provocou ao Dulce um violento espasmo de sensualidade.
-Tinha o cabelo comprido ou curto?
-Pelos ombros, lisos... e grandes olhos. Ainda lembro esses olhos.
-De que cor eram seus cabelos? -a menção dos olhos e do cabelo liso a tinha deixado atônita.
-Vermelho -disse olhando-a com olhos muito abertos. A Dulce deu um salto o coração.
-Sou... Acredita que me pareço com ela?
-Não -apressou-se a responder- Seu cabelo é muito parecido, assim como a cor de seus olhos. E também tem uma estupenda figura, mas em geral...
-Em geral não sou bonita -baixou o olhar e desejou não ter sido tão curiosa.
-Oh, sim, claro é bonita.
Muito tarde. Não queria olhá-lo e ver a compaixão em seus olhos.
-Diz porque acredita ter que fazê-lo.
-Não, digo-o porque o é -disse-lhe com plena convicção.
O tom de sua voz lhe fez levantar a cabeça. Ao olhá-lo aos olhos ficou sem respiração. Não o dizia para ser amável. O dizia porque acreditava.
-E a verdade é que te parece muito a Arlete - acrescentou. - Isso explica por que eu... -calou-se e negou com a cabeça. - Não importa.
-Por que você o que? -o coração voltou a lhe pulsar com força.
-Por que tive essa reação ao verte pela primeira vez.
-Uma reação sexual?
-Sim.
-Oh... -tinha o coração desbocado.
-Mas seria um grave engano que chegássemos a algo.
-Estou de acordo -ao menos, era o que tentava acreditar-se.

Perguntou-se qual seria sua reação se a visse com um uniforme de criada. E se perguntou também se poderia resistir a tentação de comprová-lo.
-Refiro-me a que Poncho é meu melhor amigo e Anny é seu melhor amiga. Seria uma situação muito complicada.
-Ora, claro -então lhe ocorreu a idéia da fita gravadora. Se se deitavam juntos fingindo ser ela a criada, poderia gravá-lo em uma fita e ficar a outra vez. Se gostava, talvez poderia tentar algo mais, como sexo telefônico.
-Então tudo está esclarecido.
-Assim é -não ia confessar lhe suas intenções. - Não importa se me pareço ou não a sua criada. Não vamos fazer nada por resseio ao Anny e ao Poncho -ele não sabia que Anny estaria encantada com a idéia e que se ocuparia ela mesma de lhe alugar o uniforme de criada.
-Correto -disse não muito convencido.
Parecia estar à expectativa de vê-la duvidar a ela e acompanhá-la na cama.
Era tentador, mas tinham que sair quanto antes do dormitório. Dulcenecessitava tempo para pensar na surpresa do uniforme.
Então recordou a reserva no restaurante e o táxi que os estava esperando.
-Chris, temos que ir! -olhou o relógio que havia junto à cama. - Chegaremos tarde à reserva, e não quero nem pensar no que marcará já o taxímetro.
-Oh, Deus, sinto muito -exclamou ele sobressaltado. -Seguro que te está morrendo de fome.
-E que o diga -fome de sexo selvagem.
-Então vamos.
-Sim, vamos.
Colocaram os casacos, saíram do apartamento e se meteram no elevador antes de que Dulce se desse conta de que não tinha cuidadoso a mesa e as cadeiras.
-A mesa me pareceu muito boa -disse, caso que era certo.
Chris não teria nenhuma peça defeituosa em seu luxuoso apartamento.
-Ao menos tudo cabe em uma caixa. Lhe posso levar isso amanhã.
Muito logo. Necessitava mais tempo para analisar a situação. Seduzi-lo ou não, essa era a questão.

Comentem plixxx *-*

bjix da Naty