Fanfic: * * * Instinto * * * - adaptada - TERMINADA

-Tenho que falar contigo sobre Dulce.- Chris quase se engasgou com a cerveja. -Há algo que tem que saber antes de ir esta noite a sua casa...
-Anny, eu... -disse tossindo fortemente. - Sinto-o muito -voltou a tossir. - Sinto-me como um cretino por como atuei ontem à noite. Prometo-te que não voltará a ocorrer.
Anny estava encantada de ter decidido falar com ele. O sangue puritano que ainda corria por suas veias lhe impedia de viver em paz. Talvez Dulce pudesse curá-lo de tudo.
-De fato, espero que sim volte a ocorrer -recalcou ela. - Embora seja com alguma variação.
-Acreditava que sua intenção era que eu lhe impedisse de ter amalucadas aventuras sexuais.
-Com alguém que pudesse lhe fazer danifico. Você é o único que deve fazê-lo, mas isto não lhe podia dizer isso ao princípio. Tivesse-te divulgado muito estranho.
Chris apoiou os braços nos joelhos e baixou a vista ao chão.
-Ainda me soa estranho, Anny -reconheceu. - Me acredite se te disser que jamais falei que isto com ninguém.
-OH, acredito-te. Sei que é uma situação pouco comum, mas o que precisa saber é o seguinte: Dulce está se desesperada por levar a cabo suas fantasias sexuais na cidade, e para isso... Quer praticar antes contigo.
-O que?
-Por favor, Chris, tome-o com humor. Ela pretende ser forte, mas no fundo é muito vulnerável. Se planejar uma sedução e você a rechaças, afundará-a por completo. Mas se lhe segue o jogo será capaz de recuperar sua segurança. E desse modo, quando começar com suas aventuras será uma pessoa forte da que ninguém poderá aproveitar-se.
-Vá... -Chris se passou as mãos pela cara. - Não sei, Anny.
-Peço-lhe isso como um favor pessoal.
-E miúdo favor.
-Sei.
-Já estão aqui os calzoni! -anunciou Poncho entrando na salita.
Anny olhou ao Chris, esperando receber um sorriso ou alguma outra resposta afirmativa. Mas seu olhar era inescrutável.

Os flocos de neve refletiam a escassa luz que saía das janelas do Dulce. O único modo de superar os tensos momentos que seguiriam à chegada do Chris era mantendo o apartamento em penumbra.
Não tinha esperado que o uniforme de criada fora tão curto nem tão sexy, mas ao levá-lo posto com a intenção de seduzir a um homem a excitava mais que qualquer outro objeto. Suas calcinhas negras estavam completamente empapadas. O vestido era como um traje de banho negro e ajustado, com uma minissaia, um avental branco, uma touca e uns braceletes de encaixe. O espanador tinha sido idéia dela, e o dependente tinha sugerido meias de malha. Dulce as comprou sem duvidá-lo, e também um liguero. O toque final eram uns sapatos negros de salto alto, que tinha comprado cinco anos atrás e que ainda não tinha estreado. Resultava-lhe muito difícil andar com eles, mas não era o momento de calçar sapatilhas ou tênis.
Anny lhe tinha aconselhado a música adequada. O jazz era perfeito para um homem como Chris, de modo que os sax e os clarinetes soavam brandamente de fundo.
Não queria recebê-lo na porta, porque iria carregado com a mesa e as cadeiras e ao vê-la vestida assim poderia atirá-lo tudo ao chão. Assim abriu o ferrolho mas deixou a cadeia posta. Quando Chris chamasse, e detrás comprovar pela mira que a cara dele, tiraria a cadeia e se retiraria a salita, atrás do biombo. Dali lhe diria em voz alta que a porta estava aberta. Quando entrasse, ela ficaria a falar enquanto fingia vestir-se, e ao cabo de um momento faria sua aparição.
Não estava segura do que fazer a seguir. Segundo Anny, quando a visse com o uniforme seria ele quem se fizesse cargo da situação, especialmente com a cama ao lado.

Dulce abriu as savanas para oferecer um aspecto mais tentador, e colocou uma caixa de preservativos sob o travesseiro. O gravador estava preparado debaixo da cama. Excitou-se ainda mais ao imaginar-se ao Chris e a ela ali tombados.
O coração lhe acelerou ao ver que só faltava um minuto para as sete em ponto. Imaginou subindo pelo elevador nesses momentos, e se perguntou o que teria posto essa noite. Teve que respirar profundamente para acalmar-se.
Às sete em ponto soou o timbre. Foi nas pontas dos pés até a porta e olhou pela mira. Seu aspecto era impressionante, com jeans, pulôver de ponto e jaqueta negra.
A neve lhe tinha molhado o cabelo, que reluzia sob a luz do corredor. Em uma mão levava a caixa de uma pizza e na outra o pacote com a mesa e as cadeiras dobradiças. Dulce se perguntou se seria capaz de seduzir a um homem tão arrumado, mas era tarde para tornar-se atrás. Ele chamou de novo e ela retirou com cuidado a cadeia.
Chris ainda não tinha tomado uma decisão. Se Anny não lhe tinha mentido, Dulce planejava seduzi-lo aquela noite. E se supunha que ele devia lhe seguir o jogo. Só um idiota rechaçaria uma oportunidade semelhante.
O problema era que talvez fosse ele esse idiota. Até então sempre tinha eleito a companhia de mulheres frite e insensíveis por medo ao compromisso. Mas então tinha aparecido essa ninfa de Virtue, e ele se viu apanhado por sua contagiosa sensualidade.
Anny o havia posto muito, fácil. Primeiro tinha que ajudá-la a levantar sua segurança sexual e depois cada um poderia ir-se por seu lado. Mas pela primeira vez em sua vida duvidava que ele pudesse deixá-la escapar. E se se comprometia emocionalmente com ela estava condenado ao sofrimento, já que o desejo do Dulce era ir de romance em romance.
Mas tampouco queria ser responsável por destroçar sua segurança. E para isso tinha que permitir que o seduzira.

Talvez o melhor fora alegar uma desculpa, lhe fazendo ver o que lamentava perder-se sua entrevista. Mas que desculpa? A gripe? Os negócios? Alergia aos lençóis negros de cetim?
Possivelmente lhe ocorresse algo quando visse o que lhe tinha preparado. Chamou outra vez, e ao não receber resposta se perguntou que fantasia tão elaborada o estaria esperando.
-Entra, Chris -ouviu que lhe dizia do interior. - Ainda não acabei que me vestir.
Aquilo o pôs em alerta. Algo estranho acontecia ali dentro, mas o único que podia fazer era cair na armadilha. Abriu lentamente a porta, e justo então ouviu um grito e um ruído surdo.
Entrou correndo, com a caixa da pizza levantada como se fosse uma arma, e então a viu. Estava tendida bocabajo na cama, com as pernas separadas, oferecendo uma tentadora vista de sua minissaia. Certamente não era a postura que ela tinha planejado, mas de todas formas lhe provocou uma ereção foto instantânea.
-Malditos sapatos! -resmungou, e se deu a volta para o bordo da cama.
Chris esteve a ponto de deixar cair a pizza.
-Que demônios tem posto?
Ela elevou o queixo e se ajustou a touca. Tinha as bochechas rosadas pela vergonha, mas lhe manteve o olhar.
-A ti o que te parece?
«Um sonho dourado...» pensou. Tinha personalizado sua fantasia de menino, multiplicada por mil. Fixou-se em seus seios, que ameaçavam saindo-se de seu débil confinamento, nos braceletes de encaixe nas esbeltas munhecas, no avental branco que definia sua pélvis, e nas meias de malha que atraíam a atenção para suas espetaculares pernas.
Pôde ver a causa de sua queda. Ainda calçava um sapato de salto alto, mas o outro estava junto à cama. Lhe fez a boca água. Desejava-a tanto que começou a tremer.
-Pode rir se quiser -disse ela. - Supunha-se que ia ser uma surpresa. Pensei que poderia te recordar a Arlete e passar um bom momento.
-Oh -ficou-se sem palavras. Estava rendido a seus pés, mas ela não parecia dar-se conta.

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bjix da Naty