Fanfic: * * * Instinto * * * - adaptada - TERMINADA

-Oh, não. Estiveste incrível. Encantou-me.
-Então, por que... ?
-Porque quero manter um ar de mistério.
Chris reprimiu o impulso de rir. Dulceestava falando a sério. Mas para ele não havia nenhum mistério. O uniforme lhe tinha recordado a Arlete, mas a sexualidade de Dulce tinha varrido qualquer lembrança da antiga criada.
Não, não era mistério o que lhe endurecia tanto seu membro. Nem tampouco o disfarce. Mas era melhor não discutir.
-De acordo -começou a recolher suas roupas. - Será melhor que eu vá para casa dormir. Amanhã me espera um dia de muito trabalho -e a ela também. Ao dia seguinte começaria seu novo emprego, e não podia apresentar-se atordoada no escritório.
-Pensará em mim quando estiver trabalhando amanhã? -perguntou-lhe ela.
-Suponho que sim -disse, sabendo que não pensaria em outra coisa. - Não é todos os dias que me apresenta a possibilidade de me deitar com uma criada.
-Salvo na França.
-Sinto te decepcionar, mas nunca me deitei com uma criada francesa.
-É um alívio -o traje caiu junto às meias e o liguero. - Pensei em imitar o acento francês, mas não me dão muito bem os idiomas. Tivesse-me saído uma mescla entre o Pepe o Peu e Bugs Butiny. Temo que só pude ser uma criada de Kansas.
-Dulce, passei-o muito bem. Realmente bem - não podia ir-se dizer-lhe
-Parece que de verdade te divertiste. Me alegro.
-Eu também -que verdade tão absoluta.
-Então... Quereria voltar a fazê-lo alguma vez?
«OH, Meu deus, obrigado... A diversão não se acabou».
-Talvez.
-Quando?
«Agora».
-Quando te vem bem a ti?
-Amanhã de noite?
«Sim!».
-Suponho que poderei. Avisarei-te se me surge algum problema.
-De acordo. À mesma hora?
-Perfeito -não podia acreditar que estivessem planejando um encontro sexual com a mesma naturalidade que se ficassem para tomar café. - Até manhã, então.
-Até manhã... E, Chris, de verdade aprecio a oportunidade que me deste hoje para praticar o sexo da grande cidade.
-Não há de que.

-Sabe? Temia que não queria fazer nada sem cortinas nas janelas, mas suponho que a um homem tão sofisticado como você não lhe importa, verdade?
Ele piscou e olhou às janelas nuas. Demônios! Não se tinha precavido da falta de cortinas. teriam visto algo os do edifício de em frente?
-À luz das velas não se viu muito -seguiu ela-, mas pensei que seria mais arriscado e emocionante. Não te parece?
E então ele se deu conta de que, graças a ela, tinha descoberto uma veia exibicionista até então oculta. Tinha que romper aquela relação antes de descobrir mais rasgos inquietantes.
-Sim, acredito que sim -disse finalmente. - Verei-te amanhã às sete.
-Certeza? Não tem que consultar sua agenda?
-Certeza.

Anny passou toda a manhã perguntando-se como teria sido a grande noite de Dulce. Mas seu amiga estava muito ocupada aprendendo a rotina do Babcock e Trimball em seu primeiro dia de trabalho, por isso não acreditou oportuno interrompê-la.
Teve que esperar até a hora de comer, e então a levou a um pequeno restaurante onde serviam uns menus bastante simples.
-Sei que este lugar não é grande coisa -disse-lhe quando estiveram sentadas em um balcão. - Mas quero que me conte isso tudo, e aqui podemos falar tranqüilas, porque ninguém do escritório gosta deste lugar.
-Por que não? -perguntou Dulce. - É que acaso servem veneno na comida?
-Não, só que a comida é muito rústica para eles.
-Vá, tem razão -disse Dulce lendo o menu. - É como estar de volta no Virtue, sentada no Hanson`S. Inclusive cheira igual, a cebola frita e a café.
-Dulce, Chris e você... ?
-O que vão tomar? -perguntou a garçonete, aproximando-se com um bloco de papel.
-Eu quero o sándwich especial de carne e um café -disse Dulce com um sorriso.
-E você, senhora?
-Eu tomarei o mesmo, mas com chá em vez de café -não queria perder tempo em decidir. - E bem? -perguntou-lhe em voz baixa quando a garçonete se foi.- Chris gostou do uniforme?
-Com certeza -respondeu Dulce com os olhos brilhantes.
-Magnífico. Conta-me tudo.
Dulce lhe relatou os prolegómenos e o incidente com os saltos, mas Anny suspeitava que não lhe estava contando todo o acontecido. Em qualquer caso, estava claro que tinha passado algo escandaloso no apartamento. Seu plano estava funcionando.
-Ficou? -pergunta-a saiu de seus lábios e se deu conta de que tinha divulgado muito ansiosa. Quero dizer... que para essas ocasiões faz falta ter uma escova de dentes extra e alguma cuchilla de barbear.
-Oh, não quis que ficasse -disse Dulce. - Alegrou-me que se metesse no banheiro, assim pude... -deteve-se quando lhes trouxeram a comida. - Mmm... Cheira muito bem.

Anny era o bastante discreta para não perguntar detalhes íntimos, mas a decepcionava que Chris não se ficou passando a noite.
-O que fez quando saiu de lá?
-Escondi-me depois do biombo.
-Como? -Anny esteve a ponto de atirar a taça, pelo assombro.
-Não queria que voltasse para a cama e me encontrasse ali.
-Por amor de Deus, por que não? -Chris devia pensar que era bastante estranha.
-Queria manter o mistério em nossa relação.
-Lhe fazendo acreditar que te tinha atirado pela janela?
-Pensa nisso, Anny -fez um gesto com o garfo cheio de batata. - Estávamos vivendo uma fantasia, mas se tivesse visto que a criada seguia ali, o jogo se teria feito muito pesado.
-Podia te haver tirado o uniforme e te haver metido sob os lençóis.
-Nesse caso teria sido eu mesma.
-E?
-Que estou cansada de ser eu mesma. Agora que estou aqui vou viver todas as fantasias que possa. Quero ser uma pessoa distinta cada vez, e quero que o homem com quem estiver, neste caso Chris, não me reconheça. O véu de mistério deve permanecer, ou a aventura não será tão emocionante.
-Oh, entendo -perguntava-se onde estaria esse véu de mistério quando Dulce caiu de bruços na cama, mas não ia contradizer a seu amiga.
-Assim que a única solução era me esconder atrás do biombo... Ei, não vais comer nada? Não há meio doido sua comida.
Anny baixou a vista e tomou um bocado. Esqueceu-se por completo da comida, que, devido a gravidez, começava a desbancar ao sexo como sua atividade favorita.
-De acordo, assim que te escondeu no biombo. O que passou depois?
-Ele voltou do banheiro e me chamou.
-Sim, imagino. Dez segundos mais e tivesse chamado à polícia.
-Respondi-lhe e comecei a me despir e a pendurar a roupa no bordo do biombo.
-E ele não te tirou dali?
-Não, porque lhe disse que devia partir.
Anny tentou ocultar sua perplexidade. Muito mistério podia lhe granjear ao Dulcea antipatia de alguém como Chris.
-Não foi um golpe baixo a seu orgulho?

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bjix da Naty