Fanfic: * * * Instinto * * * - adaptada - TERMINADA

Chris manteve o olhar ausente durante vários segundos.
-Escuta -disse-lhe tomando a cara entre as mãos- Não acredito que há algo que pode juntá-los de novo. Isso é impossível.
-Se de verdade acredita isso -manteve o olhar fixo em seus olhos- Por que tem uma foto deles em sua cômoda? -ele a olhou em silêncio e tragou saliva. - Sinto muito; não quero me entremeter no que não é meu assunto -apartou o olhar, arrependida. Queria aliviar sua dor, não pressionar na ferida.
-Ei, não passa nada -sujeitou-lhe o queixo e lhe fez girar a cabeça. - Suponho que eu o provoquei ao te convidar para jantar.
-Chris, eu não tenho por que ir. Posso voltar no táxi a meu apartamento.
Ele negou com a cabeça e sorriu.
-Muito tarde -disse ao tempo que o táxi se detinha junto ao meio-fio. - Vamos, quero te apresentar a meus pais.
Durante as duas horas seguintes, Chris observou fascinado como Dulce deixava encantados a seus pais. Não recordava ter visto rir tanto a seu pai, quando Dulce lhes contou sua participação no concurso anual de bolos. Sua mãe, em troca, não parecia encontrar a história igual de divertida.
Mas Dulce lhe encontrou o ponto débil quando soube que Alexandra pintava. Manifestou um grande interesse por isso, e Alexandra ficou a lhe descrever seu trabalho muito animada. O próprio Chris se inteirou assim de que sua mãe se converteu em uma artista e que tinha exibido quadros em galerias.
Tampouco AL. sabia nada sobre as pinturas, e pela primeira vez em anos pareceu interessado no que sua mulher contava. Chris nunca se atreveu a perguntar nada, por medo a provocar alguma discussão. Mas aquela noite era distinta graças a Dulce.
A jovem do Virtue não temia perguntar nada, e sua presença na mesa produzia um efeito relaxante em todos.

Mas aquela noite seria única, porque Dulce não voltaria a estar com eles. E muito a seu pesar, Chris teve que reconhecer que cada vez se sentia mais atraído por ela.
Depois do jantar Dulce se desculpou e se foi ao banheiro. Chris recordou o que tinham feito em uns lavabos públicos a primeira vez que saíram e teve o desejo de acompanhá-la. Mas antes tinha que acabar com seus deveres familiares.
-Isto vai a sério? -perguntou-lhe sua mãe quando Dulce se foi.
-A que te refere? -fingiu não entender a pergunta.
-Refiro a ela. Há planos de bodas?
-Mamãe, já te disse faz tempo que o matrimônio não me interessa.
-Sei. Mas nunca havia trazido alguém a estas reuniões. Além disso, estive te observando. E te interessa por ela.
-Pois claro que sim, mas não estamos...
-Escuta, filho -disse seu pai. - Uma jovem como esta, que vem de um povo perdido, só procura uma coisa em um homem como você. Dinheiro.
-Como há dito?
-Por uma vez seu pai tem razão -corroborou sua mãe. - É encantadora, e posso ver como te enfeitiçou, mas...
-Não me enfeitiçou! -deu-se conta de que tinha gritado e tentou baixar o tom. - Como lhes atrevem a acusar ao Dulce de ir atrás de meu dinheiro? Só veio a aqui por me fazer um favor, e se esforçou em ser simpática. E assim que volta as costas lhes põem a criticá-la.
-Ei, não digo que seja uma má pessoa -disse seu pai. - É algo natural que quando se cresceu sem algo se queira esse algo.
Chris se levantou.
-Têm que me perdoar. Dulce e eu temos que ir.
Tinha que sair dali antes de fazer algo do que se arrependesse. Sabia e aceitava que seus pais fossem uns esnobe, mas não podia permitir que insultassem a Dulce.
-Oh, Chris, não vá -disse sua mãe. - Não queremos ofender sua amiga. Só pensamos no melhor para ti.
-Dulce é o melhor que me passou em anos - disse ele. -E se alguma vez decidisse me casar, ela seria a eleição perfeita. Mas não têm que lhes preocupar de nada, porque Dulce não tem intenção de atar-se a ninguém.

Seu pai franziu o cenho e negou com a cabeça.
-Pode que diga isso, mas a estive observando. Pela expressão com que lhe olhe, diria que em sua cabeça soam sinos de bodas, filho.
-Não vou discutir contigo -viu que Dulce voltava do banheiro. -Já está aqui.
-Ocorre algo? -perguntou ela, surpreendida ao ver o de pé.
-Faz-me falta tomar o ar -respondeu Chris. - Vamos.
Dulce olhou a seus pais.
-Discutistes por minha culpa?
-Vamos agora, Dulce-insistiu ele agarrando-a do cotovelo. - De acordo?
-Ainda não -soltou-se de sua mão. - Antes quero saber o que passou. Alexandra, por que Chris decidiu partir de repente?
Alexandra se esclareceu garganta antes de falar.
-Seu pai e eu tememos que suas origens tão distintas pudessem causar problemas se decidem lhes comprometer a sério.
Dulce ficou rígida, mas conseguiu manter a compostura.
-O que lhes faz pensar que vamos nos comprometer?
-Essa não é a questão, Dulce  interveio Chris. - A questão é que meus pais lhe vêem como uma caça fortunas -agarrou-a firmemente do braço. - E agora podemos ir?
-Uma caça fortunas? – Dulce pôs-se a rir. - Sério?
-Chris -disse sua mãe -Sabe que não quisemos dizer isso.
-É exatamente o que hão dito. Vamos, Dulce.
-Espera um segundo. Ainda não acabo de assimilá-lo -inclinou o quadril e olhou aos pais de Chris como se estivesse mascando chiclete. - Me deixem que lhes diga uma coisa: -apontou-os com um dedo- Não sou uma caça fortunas.
-Escuta -disse AL. - Não havemos dito que...
-Tudo o que quero de seu filho... -assinalou ao Chris com o polegar- É sexo selvagem e desenfreado, que é precisamente o que ele me dá. Essa é a razão pela que devemos ir. É hora de ir à cama. Adeus.

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bjix da Naty