Fanfic: * * * Instinto * * * - adaptada - TERMINADA

Chris assentiu. Já estava convencido de que Dulce não apresentava nenhuma ameaça a sua apreciada vida de solteiro. Se não se deixou seduzir por mulheres que falavam três idiomas e que vestiam roupa de desenho, não teria o menor problema em tratar com alguém com fibras de feno no cabelo.
-E diz que chega na próxima quinta-feira?
-Isso, na quinta-feira -Anny folheou o álbum. -Poncho e eu a ajudaremos durante o fim de semana a procurar casa -olhou ao Chris. - Se pudesse vir na sábado, seria um modo discreto de lhes apresentar. Logo, poderia encarregar uma pizza de noite e lhes conhecer um pouco mais.
-Está bem -Chris se fixou em uma foto que devia ter sido Ponchoada durante o baile do banquete. - É esta?
Anny se pôs-se a rir.
-Sim, essa é Dulce. Naquele momento todos tínhamos umas quantas taças de champagne no corpo, e Poncho a tirou para dançar uma giga irlandesa. Houve quem apostou a que não era capaz.
-E não o era -disse Poncho rindo- Mas o rapaz da aposta estava tão concentrado olhando suas pernas que não se deu conta de que o estava fazendo fatal, assim Anny e eu ganhamos.
Vendo a foto Chris não pôde dizer se Dulce sabia dançar ou não, mas do que não havia dúvida era de que tinha umas pernas muito... tentadoras. Não era estranho que um tipo se ficou perplexo ao as admirar. Chris sentiu um estremecimento que não queria sentir.
De repente se sentiu inseguro de si mesmo, e compreendeu a preocupação do Anny por que Dulce estivesse sozinha em Nova Iorque.

Nova Iorque! Dulce sorriu a Anny e a Poncho e os três subiram ao elevador de seu primeiro apartamento. As poucas coisas que a acompanhavam do Virtue estavam empilhadas a seus pés e na pequena caminhonete que Poncho tinha alugado. Sem poder evitá-lo, ficou a cantar New York, New York.
-Vamos -disse a Anny. - Canta comigo.
Anny obedeceu, enquanto Poncho punha uma careta. Estiveram cantando até o quarto piso.
-Pensem nos vizinhos -disse-lhes Poncho.

-Oh, entenderão -respondeu Dulce. - Uma garota se muda a seu primeiro apartamento em Nova Iorque uma só vez na vida.
-Tem razão -corroborou Anny. - Crescemos juntas com esta canção. Era nosso ritual particular cada vez que imaginávamos vivendo na Grande Maçã.
-E por isso terá que cantá-la agora –acrescentou Dulce. - Para me convencer de que estou aqui.
-Vale, mas logo não me venha chorando se alguém te denuncia em seu primeiro dia.
Dulce olhou para as outras portas da planta. Talvez Poncho tinha razão. Era a primeira vez que vivia em um bloco de pisos, e não seria muito tranqüilo se todos os vizinhos saíssem do elevador cantando a pleno pulmão.
-Sinto muito! -gritou. - É meu primeiro dia! Desde hoje não armarei tanto ruído! -voltou-se para o Poncho. - Tudo bem?
-Oh, isso esteve muito melhor -respondeu ele com um sorriso.
-Certamente não haja ninguém em casa a estas horas -disse Anny. - Onde tem a chave?
-Aqui –Dulce se desprendeu sua vistosa mochila e tirou a chave de um bolso. Deu-lhe um beijoca e a introduziu na fechadura.
-É esse outro ritual? -perguntou Poncho.
-Não exatamente. Mas terá que compreender o significado. É a primeira chave que tenho que abre um lugar que é meu e só meu -girou a chave e abriu a porta. - Tacham!... Brrr!. Faz frio aqui dentro. Vamos esquentar o um pouco -correu para o termostato e subiu a temperatura.
Mas e o que se era frio e triste naquela manhã cinza de janeiro? Assim que subisse em seu novo emprego o mobiliaria a seu gosto. De momento já se feito com a peça mas importante do mobiliário, que a levariam em um par de horas. No dia anterior, além da nova bolsa, tinha comprado uma cama.
E miúda cama! Uma enorme quarto com dossel e colunas. Ao vê-la tinha fechado os olhos e a tinha carregado a sua conta, junto aos lençóis negros de cetim ao fofo edredom.

Supera isto, Pablo Lyle!, Pensou com malícia. Acabaram-se os assentos traseiros dos carros. Seu próximo romance seria em uma cama de verdade.
-Já veras que agradável te resulta quando estiver instalada -assegurou-lhe Anny.
-Claro que sim -disse Dulce voltando para a realidade, enquanto Poncho entrava com as bolsas. - Obrigado, Poncho -dedicou-lhe um doce sorriso. Realmente, Poncho era um pedaço de homem, e Anny fazia o correto casando-se com ele. Olhou a seu amiga e sua avultada barriga. -Deveria te sentar. Não tenho cadeiras mas pode usar essa bolsa. Seguro que agüenta seu peso.
-Obrigado, muito obrigado -disse Anny em tom irônico. - Me recorde que te fale assim quando te chegar o turno.
-OH, Anny, não o dizia nesse sentido! Sabe muito bem que a gravidez te caiu uma maravilha. Verdade que está preciosa, Poncho?
-Sim. Ela não pensa o mesmo, mas o está.
-Está bem, está bem -disse Anny. - Estou preciosa... e faminta. Poncho, faria-me o favor de subir um par de sandwiches? Enquanto isso, nós procuraremos pratos -tirou-se o casaco e o deixou no chão.
-Isso -confirmou Dulce. - Oh, Meu deus! Minha primeira comida em meu primeiro dia em meu primeiro apartamento...
-Quer que traga champagne? -perguntou-lhe Poncho.
-Não, porque Anny não pode beber, e assim não é divertido. Mas poderia trazer algumas cervejas. Importa-te que bebamos cerveja sem ti, Anny?
-Um pouco, mas não tanto como se bebessem champagne. Conformarei-me com um descafeinado com leite.
-Trarei-lhe isso, e cerveja para nós -disse Poncho. - Certamente ao Chris também goste.
-Chris? -ao Dulce,o nome lhe resultava familiar mas não conseguia lembrar-se- Quem é Chris?
-Ainda não lhe há dito nada? -perguntou-lhe Poncho a sua mulher.
-Pensava fazê-lo assim que saísse pela porta -respondeu Anny. - Isto é coisa de garotas.
-Mas o que passa com o que disse ao Chris? Isto não é...
-Os sandwiches, Poncho.

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bjix da Naty