Fanfic: * * * Instinto * * * - adaptada - TERMINADA

-Tem razão -corroborou Chris, que saía com um chave de fenda na mão. - É impossível.
-Querem dizer que as peças não encaixam?
-As peças encaixam –disse Poncho. - Mas a cama é muito grande para a habitação. Provamo-lo que várias maneiras, mas é inútil.
-Me deixe ver –Dulce entrou no quarto. Era certo. A cabeceira estava subindo à parede- Não me posso acreditar isso Isto é um dormitório. Como é possível que não caiba uma cama?
-Uma cama pode, mas não esta cama -recalcou Poncho. - Pelo menos cabem seis pessoas, Dulce. Por que teve que escolher algo tão enorme?
-Porque no armazém parecia preciosa; por isso –Dulce não ia responder com sinceridade com o Chris ali. Tinha comprado essa cama porque era justamente o contrário ao assento traseiro de um carro. Nunca lhe faltaria espaço para fazer o amor. Ao Poncho e ao Chris podia gostar de fazê-lo em um sítio tão estreito, mas a ela não. Anny se aproximou e jogou uma olhada.
-Talvez deveria chamar o armazém e perguntar se teêm outra menor.
-Não, não quero outra -respondeu Dulce com firmeza. - Porei-a na sala -todos a olharam surpreendidos, mas nenhum tratou de convencê-la. - Podem pô-la contra a parede da direita? Assim poderei contemplar as árvores de Central Park.
-Claro -disse Poncho. - Chris, alcança-me a chave inglesa?
Ao Dulce adorava ver os homens com ferramentas. Tivesse podido fazê-lo ela mesma, mas lhe daria muito trabalho, porque as peças eram muito pesadas. Além disso, dessa maneira aquela noite poderia pensar que Chris, um bonito semental da Wall Street, tinha apertado os parafusos. E também recordaria o aspecto tão apetitoso de seu traseiro quando se inclinou para procurar a chave inglesa.
-Te peguei olhando -sussurrou Anny.
-Eu gostaria de lhe passar a língua por todo o corpo... -estava encantada de que lhe custasse tanto encontrar a chave inglesa.
-Ninguém lhe impede isso.

-Não acredito que queira a uma garota recém saída de uma granja. Certamente esteja acostumado à sofisticação... -ficou perplexa quando Chris tirou umas tenazes e as tendeu ao Poncho.
Poncho olhou a ferramenta que lhe oferecia e negou com a cabeça. Fez um desenho no ar e Chris voltou a guardá-la. Pinçou um pouco mais na caixa e finalmente encontrou a chave inglesa. Poncho assentiu e a pegou.
Dulce trocou um olhar com Anny. Aquilo necessitava uma análise imediata.
Anny assinalou com a cabeça para o dormitório, onde poderiam falar em privado.
-Vamos, Dulce-disse em voz alta. - Ajudarei-te a pendurar a roupa no armário.
-Magnífico -respondeu ela, e a seguiu até o quarto. - Viu? Chris não sabe distinguir entre uma chave inglesa e umas tenazes.
-E mais que isso, não queria que soubesse que não sabia. Acredito que sua opinião lhe importa muito.
-E o que se supõe que devo fazer? -o coração do Dulce começou a pulsar com força.
-Tem que lhe dizer isso
-Não estou preparada para isto -disse ela apertando uma mão contra o estômago.
-Por que não? Pensei que morria de vontades por começar a provar aos homens de Nova Iorque.
-Sim, mas não quero danificá-lo com um tipo como Chris. Pode que não saiba distinguir as ferramentas, mas está acostumado a mulheres mais refinadas que eu.
-O que passou a nosso lema? Finge até que o consiga. Eu poderia te ajudar. Estávamos acostumados a ser muito boas com os planos de sedução...
-Não, não, não –Dulce agitou as mãos horrorizada.
Podia fingir que sabia dançar uma giga irlandesa, mas não estava preparada para ser uma garota de Nova Iorque. Ainda não.
-Vamos, Dulce. O que pode perder?
-Meu orgulho! Além disso, é muito tarde. Já viu o que sou: uma garota do interior de Kansas.
-Não há nada vulgar em ti, e sabe muito bem.
-No interior pode que não, mas tenho um aspecto muito corrente. Já sabe quão importante é a primeira impressão. Nunca poderia convencer o de que não sou uma garota de interior.

-Acredito que vale a pena tentá-lo -disse Anny com o cenho franzido.
-E eu acredito que é impossível. Pode ser meu amigo durante duas semanas, se isso for fazer que se sinta melhor. Mas nada mais. Já conheceu à versão anterior do Dulce Maria Saviñón. Não poderia o convencer da posterior
-Ora, é só um homem! lhe brinde algumas de suas fantasias e se esquecerá de todo o resto.
-A primeira vez que prove com isso quero que seja com alguém que desconheça minha origem. Alguém que não saiba que sou do Virtue, em Kansas, onde terá que conduzir quarenta quilômetros para ir a um McDonald`S.
Anny se encolheu de ombros.
-Como quer. Que seja só seu amigo.
-Bem
Durante um instante se sentiu irritada com Anny por haver apresentado tão logo ao Chris. Mas logo lhe aconteceu a irritação. Seu amiga só tratava de ajudá-la.
Seu plano tinha sofrido um contratempo, mas Anny não estava disposta a render-se. De momento já lhe tinha apresentado ao Chris, e sabia que alguém como Dulce,tão cheia de vitalidade e sensualidade, era o que ele necessitava para desprender-se de sua couraça.
Anny o deixava muito claro. Por muito que o negasse, Chris necessitava uma esposa e uma família. E Dulce podia sair com todos os homens de Nova Iorque, mas jamais conheceria ninguém melhor que Chris.
Além disso, Anny tinha passado pela vida de solteira que Dulce desejava, e não era o que seu amiga se imaginava. A busca podia ser muito dolorosa e traumática, e Anny desejava ter conhecido ao Poncho muito antes. Queria lhe evitar ao Dulce o mesmo sofrimento.
E também queria vingar-se. Dulce havia burlado dela quando começou a sair com o Poncho. Era o momento de lhe demonstrar que também ela podia apaixonar-se. E ninguém melhor que Chris para esse propósito.
Dulce estava convencida de que não ia cair no mesmo engano que ela. Mas ia fazer, pensou Anny com um sorriso. Só era questão de tempo.

Comentem plixxx *-*

bjix da Naty