Fanfic: É Madrugada em Nice *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

Após observá-la durante um tempo que lhe pareceu infinito, o desconhecido levantou-se e se dirigiu até a mesinha, apanhando as jóias.

Fazendo um grande esforço, Anahí também ergueu-se e puxou a camisola para baixo. Sentia-se ainda mais vulnerável devido ao fato de estar vestida apenas com o tecido semitransparente da insinuante lingerie.

- Devem valer umas dez mil libras, não? - sugeriu ele, brincando com as jóias.

Sem esperar resposta, encarou-a de maneira ousada, os olhos maliciosos percorrendo cada curva de seu corpo.

Enrubescendo até a raiz dos cabelos, Anahí cruzou os braços diante do peito, numa tentativa de ocultar os seios voluptuosos, a raiva crescia em seu íntimo e, gradativamente, substituía o medo.

- Essas são as coisas mais valiosas que há no apartamento. - assegurou em voz baixa.

- Mesmo? - Com um sorriso zombeteiro, fitou-a de cima a baixo, acrescentando: - Infelizmente, mademoiselle, o que procuro é muito mais valioso... Se eu jurar não encostar o dedo nem em você, nem em sua patroa, posso contar com seu silêncio?

Ansiosa para que ele fosse logo embora, Anahí concordou, deixando escapar um suspiro de alívio ao vê-lo abandonar os brilhantes sobre a mesinha num gesto casual.

De repente, uma idéia atravessou-lhe a mente como um relâmpago: na certa, o desconhecido estava atrás do manuscrito. Afinal, com um mínimo de sorte, qualquer um conseguiria um resgate de centenas de milhares de libras em troca de um original quase completo!

Como que confirmando suas suspeitas, ele se aproximou da pilha de papéis e pôs-se a manuseá-la, com um brilho estranho no olhar.

Num impulso, Anahí fechou os olhos e, cerrando os punhos, começou a gritar:

- Socorro! Polícia... Socorro!

Agilmente, ele se virou e aproximou-se dela, sem se deixar intimidar diante do vaso com que Anahí o ameaçava.

- Pensei que pudesse confiar em sua promessa. - reprovou-a com suavidade. - Bom, pelo menos você tem espírito...

Indiferente aos rumores vindos do corredor, puxou-a para mais perto e beijou-a com força nos lábios, murmurando:

- A bientôt... Até outra ocasião!

Surpresa demais para reagir, Anahí observou-o correr até a janela e prender a corda de alpinismo no cinto, desaparecendo a seguir na escuridão da noite.

Arrependida, analisou que jamais se perdoaria por haver gritado caso ele caísse daquela altura de vinte e dois andares.

Nesse instante, a Sra. Prenderghast, usando um roupão estampado, entrou atabalhoadamente na sala e acendeu a luz. Seus olhos estavam inchados de sono e tinham uma expressão de surpresa ao fitarem Anahí.

- Deus do céu! Você quase me mata do coração, menina... Que aconteceu?

- U... um ladrão... Ali...

- O quê?!