Fanfic: É Madrugada em Nice *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

Capítulo III

Na manhã seguinte, quando Anahí e a Sra. Prenderghast caminhavam pelo corredor, o búlgaro saiu à porta de sua suíte e, sem responder ao alegre bom-dia da jovem, pôs-se a olhar desconfiado de uma para a outra.

Já no elevador, Anahí estudou-o com o rabo do olho.

Apesar de vestir um terno caro, ele não tinha nada da graça ou da classe que costuma acompanhar a riqueza. Para piorar, recendia fortemente a água de rosas, e o tecido fino da roupa ajustava-se mal ao seu corpo troncudo.

A expressão da Sra. Prenderghast demonstrava claramente sua indignação por ser obrigada a compartilhar do elevador com seu velho inimigo.

- Prenderghast usava colônia com freqüência. - comentou, de modo provocador - Sempre achei isso um sinal de terrível mau gosto.

Por sorte, o búlgaro preferiu não responder ao comentário, e elas chegaram ao saguão sem maiores incidentes.

Quando as portas do elevador se abriram, ele meteu um chapéu de feltro preto na cabeça e dirigiu-se para a saída com seu andar desajeitado.

Era difícil imaginar aquele personagem sombrio visitando locais de interesse na Cote d`Azur, ou deitado na praia gozando do calor.

Aproximando-se de Anahí, a escritora declarou em voz alta:

- Posso perdoar esse homem odioso por sua grosseria, mas jamais o desculparei por roubar nossa suíte.

À menção da palavra roubar, uma idéia atravessou a mente de Anahí, fazendo-a enrijecer-se de puro nervosismo.

- Vamos, querida. - convidou a Sra. Prenderghast, pousando a mão em seu braço.

Relacionando o incidente do arrombador com o fato de o búlgaro estar ocupando a suíte que lhes fora designada, Anahí tomou uma decisão rápida.

- Espere só um minutinho que vou conversar com o recepcionista... Quero ver se as irmãs Jenkins já apanharam aquele exemplar do Escrava do Desejo que a senhora autografou.

- Então não demore. Não devemos nos atrasar para a visita à baronesa.

- Fique tranqüila! Voltarei num instante.

Dito isso, dirigiu-se ao balcão de recepção e trocou algumas palavras com o atendente de serviço. Pouco depois, retornou para junto de Mamie, uma expressão intrigada no rosto.

- O que achou de Alfonso Herrera? - perguntou a Sra. Prenderghast, após ser informada de que as irmãs Jenkins haviam apanhado o livro. - Nunca conheci um homem tão culto e elegante! Pessoas como ele são uma raridade.

- Oh, sem dúvida... - concordou Anahí, procurando disfarçar a ironia.

- Para ser franca, encontro em Alfonso todas as qualidades que faltam aos homens de hoje. Aliás, estou pensando em basear meu próximo herói nele.

- Parece uma ótima idéia! Embora eu não confie nem um pingo nele, concordo que seja glamuroso.

- Por que não o considera confiável?

- Uma antiga amiga de escola me aconselhou a nunca confiar num homem bonito, com o que sempre concordei.