Fanfic: É Madrugada em Nice *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

A mansão da baronesa Var localizava-se no litoral, num ponto mais próximo de Marselha do que de Nice.

Dois semicírculos de coqueiros cercavam o majestoso prédio branco, e vários carros de convidados encontravam-se estacionados sob suas sombras. De arquitetura aristocrática, a casa era uma versão ampliada do lugar onde Anahí passara os dias mais felizes de sua infância: a fazenda de sua tia Leilah, em Devon.

A baronesa, por sua vez, era uma mulher sorridente, de cabelos brancos e olhos azuis, que caminhava auxiliada por duas bengalas. Possuía maneiras requintadas, mas tratava a todos com simpatia e simplicidade.

- Que cabelos lindos! - exclamou a baronesa, sorrindo do para Anahí, antes que madame Roche pudesse fazer a, apresentações. - Minha filha tem cabelos iguais aos seus.

Visivelmente enciumada por não estar sendo o centro das atenções, a Sra. Prenderghast resolveu intervir.

- A Srta. Portilla é minha dama de companhia, baronesa.

Virando-se para a escritora, a aristocrata cumprimentou-a, entusiasmada.

- Ah, Sra. Prenderghast, é um prazer imenso conhecê-la. Adorei seus livros e fiquei entusiasmada ao saber que seriam traduzidos para o francês!

Satisfeita, Mamie deu um sorriso radiante, qualquer risco de mau humor afastado diante daquele elogio.

Reprimindo uma risada, Anahí relanceou um olhar disfarçado através da imensa sala de estar. Como não havia sinal de Alfonso entre os vários convidados, tranqüilizou-se e procurou concentrar-se nas palavras da amável anfitriã.

- Venham descansar um pouco, que o calor está sufocante. Sua acompanhante é muito bonita, Sra. Prenderghast... Os rapazes não vivem a persegui-la, minha filha?

- Receio que não, baronesa.

- Ora, duvido que não exista um galã esperando por você na chuvosa Inglaterra.

- Garanto que não! Aliás, assim que voltarmos à Inglaterra terei que arranjar um emprego... talvez como professora ou arqueóloga...

- Um não invalida o outro. Você pode se estabilizar profissionalmente e formar uma família. Sou contra qualquer espécie de fanatismo e acredito que o ser humano deve explorar sua capacidade de conciliar as coisas práticas com o amor.

- Anahí não se interessa por romances. - intrometeu-se a escritora. - Hoje de manhã mesmo eu lhe disse que achava intrigante o fato de ela não ligar para os homens.

- Hum, com tanta beleza, Anahí logo encontrará alguém que a faça mudar de idéia.

- Oh, por favor... - murmurou Anahí, enrubescendo.

Percebendo-lhe o Constrangimento, as duas senhoras trocaram um olhar de mútuo entendimento e deram o assunto por encerrado.

O almoço transcorreu de maneira agradável, e nele a Sra. Prenderghast voltou a ser o centro das atenções.

Anahí como sempre se manteve retraída, embora estivesse consciente dos sorrisos cordiais que a baronesa lhe dirigia de tempos em tempos.

Mais tarde, por volta das três horas, Anahí ouviu um coro de boas-vindas e, levantando o olhar, deparou com a figura alta de Alfonso Herrera descendo os degraus de pedras.

Ao que tudo indicava, ele era bastante íntimo da anfitriã, pois cumprimentou-a com um beijo no rosto, dizendo a seguir:

- Peço desculpas pelo meu traje formal, Elaine. Vim direto do trabalho e lamento o atraso.

Trajando um elegante terno grafite, camisa de seda branca e gravata italiana vermelha, ele era a imagem do diretor de uma grande companhia, um executivo enérgico, acostumado a tomar decisões e a dar ordens.

Seguro, Alfonso movia-se com graça por entre os diversos grupinhos, distribuindo sorrisos e gentilezas com seu charme especial, que fazia com que todas as mulheres, independentemente da idade, se comportassem de maneira quase insinuante, fascinadas por aquele homem tão sedutor.

Fosse ele um playboy, um ladrão ou um executivo, Anahí também não conseguiu manter-se imune ao seu magnetismo e surpreendeu-se mais de uma vez procurando-o com o olhar.