Fanfic: É Madrugada em Nice *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

Após trocar algumas palavras com cada um dos presentes, Alfonso rumou em direção ao pé de roseira brava, à sombra do qual ela se acomodara.

- Você está mais encantadora do que ontem, Anahí! Prefiro vê-la de cabelos soltos. Fica com um aspecto menos circunspecto.

- Obrigada.

Sentando-se a seu lado, Alfonso sorriu, zombeteiro.

- Tem tido muitos pesadelos?

- Não. Mas estive tirando várias conclusões... e fiz algumas indagações.

- É mesmo?

- Sim...

- E o que concluiu?

- Primeiro que não lhe interessavam os brilhantes da Sra. Prenderghast, certo?

- Hum, talvez... Como deduziu isso?

- Esta manhã, no elevador, ocorreu-me que houve uma troca de aposentos no hotel. Quando chegamos, a suíte duzentos e vinte e três havia sido destinada a outra pessoa: um senhor búlgaro, que chegara no dia anterior. O nome dele é Akhtopol.

Calando-se, Anahí tentou verificar se houvera alguma reação por parte de Alfonso à menção daquele nome. No entanto, ele permanecia impassível, o que a fez prosseguir:

- Akhtopol é um dos executivos de uma grande companhia de aviação e veio participar de um congresso sobre tecnologia aérea... Por outro lado, de acordo com madame Roche, você tem alguma coisa a ver com aviões. Não entendo nada do assunto, mas, como você ignorava a troca das suítes, suponho que tenha tentado arrombar o apartamento do Sr. Akhtopol.

Sem responder, ele se limitou a fitá-la com seu olhar penetrante e perturbador.

- Não vai sugerir que enlouqueci? Afinal, é a segunda vez que o acuso de invadir propriedade.

- Pelo contrário... Admiro sua sagacidade por haver chegado a essa conclusão.

- Você deve ter se surpreendido ao me encontrar lá, não? Quem pensou que eu fosse?

- Uma parceira de cama do Sr. Akhtopol. Essas coisas acontecem nos grandes hotéis, e você estava bastante tentadora naquela camisola. Aliás, para dizer a verdade, aquele foi o único traje com o qual a vi que lhe fazia justiça...

- Não me visto para atrair a atenção dos homens!

- Que virtuosa! Bem, que mais descobriu, Srta. Detetive?

- Nada. Mas eu adoraria saber o que você tem contra o pobre Sr. Akhtopol para arriscar a vida invadindo a suíte dele.

- O "pobre Sr. Akhtopol" não é um executivo de aviação, Anahí. É funcionário de um enorme consórcio de engenharia aeronáutica da Europa Oriental e possui algo de que precisamos muitíssimo.

- Então você é mesmo um arrombador!

- Como posso negar isso? Em compensação, devo dizer que foi o Sr. Akhtopol quem me roubou primeiro.

- Alguma coisa valiosa?

- Potencialmente, sim. Dirijo uma companhia chamada Aero-Mediterranean... ou Aeromed. Construímos jatos executivos, além de uma variada linha de componentes aeroespaciais. Como você pode imaginar, alguns projetos valem muito dinheiro para certas pessoas.

- Quer me convencer de que o Sr. Akhtopol roubou um dos seus projetos?

- Não. Ele comprou um projeto que foi tirado de minha fábrica ilegalmente.

Notando que ela mordiscava o lábio inferior num gesto nervoso, Alfonso sorriu, compreendendo que Anahí estava predisposta a duvidar da veracidade de cada sílaba que! ele proferisse.

- Você parece indecisa, querida...

- Não sei se acredito em você ou não.

Levantando-se, Alfonso estendeu as mãos em sua direção! Para ajudá-la a erguer-se também e convidou:

- Que tal um passeio pelo lindo jardim de Eliane?