Fanfic: É Madrugada em Nice *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

- Aqueles são os Richelieu de seis lugares, com motores a jato. - continuou, animado. - Foram projetados para viagens de longas distâncias em alta velocidade e vendem bastante no exterior. Estes, por exemplo, destinam-se aos Estados Unidos, nest-ce-pas, Henri?

- Oui. Foram adquiridos pelos diretores de uma grande companhia de petróleo, que, aliás, exigem acabamento muito luxuoso.

Pegando seu caderno de anotações, Mamie pôs-se a redigir tudo que Henri dizia sobre as acomodações dos pequenos jatos e seu potencial.

Aproveitando-se da distração dos demais, Alfonso aproximou-se de Anahí e tocou-lhe no braço.

- Em que pensa por trás desses lindos olhos azuis?

- Acho tudo estonteante. - respondeu ela, baixinho. - Não esperei ver tanto trabalho e coordenação...

- Então, prepare-se para conhecer nosso novo "bebê".

- O Churchill?

- Exato! Ele ainda é extremamente secreto, mas creio que Mamie não nos entregaria aos nossos concorrentes, não é?

- Sem dúvida que não.

O Churchill encontrava-se no último hangar, à direita da pista de pouso, os quatro tiveram de caminhar mais de duzentos metros sob a chuva fina para chegarem até ele.

Vista de longe, a aeronave lembrava a figura de um enorme dardo prateado, com asas deltas puxadas para trás e um possante reator colocado de modo agressivo sobre a fuselagem da cauda.

Na luz suave do hangar, parecia algo de outro planeta, uma máquina reluzente construída para desafiar o próprio tempo.

Alguns mecânicos trabalhavam no avião, cujas turbinas ligadas produziam o característico ruído de jato.

- Pode parecer absurdo, mas ele me lembra um avião de combate. - gritou Anahí, maravilhada com cada detalhe da aeronave.

- A idéia não é tão absurda assim. - retrucou Alfonso, falando perto de seu ouvido. - O Churchill pode ser usado para o treinamento de pilotos de aviões de combate. No entanto, você logo verá que ele foi projetado tendo em mente mais o conforto do que o uso militar.

Em seguida, ele as conduziu à escada de alumínio que levava ao interior da nave.

Assim que todos entraram, Henri Duval fechou a porta, cortando o ronco das turbinas e reduzindo o ruído a um nível quase inexpressivo. O luxo do interior do avião, decorado em couro e veludo, deixou-as com uma expressão sonhadora no olhar.

Seria maravilhoso possuir um jato daqueles para poder viajar...

- E então? Gostaram? - indagou Alfonso, percebendo-lhes a empolgação.

Sem esperar resposta, sorriu e sentou-se no lugar do piloto, estendendo uma das mãos para colocar os fones de ouvido.

Ao vê-lo apertar diversos interruptores com dedos hábeis, Anahí arregalou os olhos, aproximando-se.

- Você... você não vai voar, vai?

- Claro que sim. Por acaso, imaginou que eu a trouxe até aqui para nada?

- Mas, Alfonso...

- Meu pessoal passou a manhã inteira preparando o avião, mas... Se você não estiver com vontade de voar hoje...

- Oh, não! Eu não perderia isto por nada neste mundo. - interveio Mamie, indignada. - Que idéia incrível... Tem certeza de que estaremos seguros, Alfonso?

- Você pode confiar em mim como num bebê recém-nascido!

- Ótimo. Onde devo me sentar?

- Sil vous plait, madame. - interrompeu Henri, conduzindo-a a uma das poltronas de estilo executivo que se encontravam distribuídas na espaçosa área destinada aos passageiros.

- Não será um vôo longo. - desculpou-se Alfonso, acrescentando: - O Churchill passará por uma longa série de atividades hoje e não quero sobrecarregar-lhe o motor. Só gostaria que vocês tivessem uma idéia de sua capacidade... Você teria uma visão melhor daqui do meu lado, Anahí.