Fanfic: É Madrugada em Nice *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

- Não seria melhor que Henri se sentasse ao seu lado?

- Não é necessário! Além do mais, vocês podem mudar de lugar se alguma coisa sair errada.

Após verificar com cuidado todos os comandos, Alfonso fez com que o jato rolasse lentamente para a frente depois que lhe tiraram os calços das rodas.

Observando os sinais do pessoal em terra, conduziu a nave para a pista e, curvando-se um pouco para a frente, pôs-se a falar em francês num microfone.

Minutos depois, a nave chegava à cabeceira da pista. Houve uma pausa que lhe pareceu interminável até que se ouvisse a ordem de decolagem dada pelo controle aéreo de Nice.

- Aqui vamos nós! - exclamou ele, virando-se para Anahí, os olhos brilhando de puro entusiasmo.

Lá fora, o sinaleiro agitou suas bandeiras, e então, o ruído das turbinas se intensificou enquanto o avião era lançado para a frente, erguendo-se suavemente da pista.

Numa velocidade vertiginosa, o Churchill começou a subir quase que verticalmente, rumo à massa de nuvens brancas que encobria o céu.

Depois de verificar os instrumentos, Alfonso olhou-a de relance.

- Está assustada?

- Um p... pouco. - confessou Anahí, com um sorriso trêmulo.

As nuvens açoitavam o pára-brisa do avião, envolvendo-os numa espessa barreira branca.

De repente, toda a sensação de velocidade desapareceu, embora o aparelho continuasse a subir com rapidez.

Fascinada, Mamie mantinha o olhar fixo na janela da nave. Com toda certeza, aquela experiência superava qualquer outra coisa que a escritora já houvesse feito na vida e seria incluída em seu próximo romance.

Em poucos instantes, o jato rompeu a camada de nuvens, e eles se viram rodeados por um céu muito azul, o sol aquecendo a cabine de comando de modo agradável.

Durante alguns segundos, a luz branca ofuscou-lhes a visão, até que Alfonso inclinou o jato para o lado numa curva fechada.

Quando, enfim, estabilizaram-se no ar, Anahí olhou para baixo, onde o macio tapete de nuvens estendia-se por milhares de metros, encobrindo o mundo e sua escuridão.

- Estamos voando a uma velocidade um pouco abaixo da do som. - declarou Alfonso, divertindo-se com sua expressão de espanto.

- A mil e cem quilômetros por hora, para ser exato... Nosso próximo projeto, o Mark II, é de um avião supersônico, que poderá quebrar a barreira do som.

- Meu Deus! Possuir um jatinho desses seria o símbolo máximo do status!

- Oh, representaria muito mais do que isso. O vôo subsônico, além de barulhento e trepidante, é menos eficiente.

- Puxa, às vezes não acredito que há poucos milhares de anos, a invenção da roda revolucionou a vida do homem. Hoje, a ciência e a tecnologia se renovam a cada dia.

- De fato é inacreditável o ritmo em que evoluímos. Pena que nem sempre o homem canalize suas conquistas para o bem-estar da humanidade. Não podemos nos esquecer que a tecnologia da destruição também se aperfeiçoa com rapidez. E, o que é pior, recebe verbas e incentivos governamentais para isso!

- Para onde estamos indo? - interveio Mamie, pondo fim à agradável conversa que os dois tinham iniciado.

- No momento, para mar aberto... Vejam!

Aos poucos, as nuvens começaram a rarear, revelando um brilhante mar cor de cobalto.