Fanfic: É Madrugada em Nice *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

Entusiasmada como uma criança, a Sra. Prenderghast levantou-se da poltrona e aproximou-se da cabine de comando, a fim de apreciar melhor a bela paisagem que se estendia a perder de vista.

- É uma experiência fantástica. - comentou, o olhar perdido no horizonte.

Sensibilizado pela incomum demonstração de simplicidade da escritora, Alfonso sorriu e deu uma piscadinha travessa para Anahí.

- Gostaria de encomendar um Churchill, Mamie?

- Hum, depende do preço... Desconfio que minhas economias não dão para tanto.

- Custam menos do que três Rolls-Royce.

- Meu Deus! Só se eu escrever um bestseller por semana.

- Que exagero. - brincou Henri, oferecendo uma dose de daiquiri para a Sra. Prenderghast, num gesto galante.

Aproveitando-se da distração geral, Anahí levantou-se e deixou a cabine de comando, curiosa para examinar o luxuoso compartimento de passageiros.

Sem dúvida, o Churchill era uma invenção destinada ao sucesso!

Voaram durante cerca de dez minutos, antes de Alfonso manobrar de volta a Antibes. Ao atravessarem a espessa camada de nuvens brancas, Anahí olhou para frente de maneira sonhadora.

Acabara de descobrir que voar podia ser uma experiência deliciosa e sensual...

Duas horas mais tarde, após misturar um punhado de sais aromáticos à água morna que enchia a banheira, Anahí fitou-se no espelho antes de mergulhar no banho relaxante.

Seus olhos mostravam um brilho alegre, e um misto de euforia e langor espalhava-se por seus membros, dando-lhe a sensação de ser uma nova mulher.

De repente, percebeu que o surgimento de Alfonso em sua vida fora como um raio de sol que despertara nela uma série de emoções desconhecidas, fazendo com que a tímida acompanhante de Mamie Prenderghast se transformasse aos poucos numa pessoa capaz de apaixonar-se e viver com intensidade cada minuto.

Será que estava reagindo de modo exagerado ao interesse casual demonstrado por um homem muito atraente?

Talvez, sim. No entanto, o que mais a atraía para aquele princípio de relacionamento era a perspectiva de dar completa vazão às emoções que sempre haviam permanecido sufocadas em seu íntimo.

Por isso, ela se recusava a escutar a vozinha interior que a prevenia contra o risco de envolver-se com aquele misterioso e surpreendente sedutor.

O dia seguinte foi um sábado chuvoso, e ao voltar de um rápido passeio pelas imediações do hotel, Anahí encontrou o Sr. Akhtopol parado no saguão.

Vestido numa grossa e sombria capa impermeável preta, ele parecia ansioso para sair logo. E um homem troncudo, de expressão sinistra, o acompanhava.

Ao passarem por ela, os dois homens lhe lançaram olhares desconfiados, o que a fez sentir um arrepio de medo pelo corpo.

Vendo-os entrar num táxi, Anahí procurou afastar o desconfortável princípio de medo e, após cumprimentar o recepcionista de plantão, dirigiu-se ao hall de elevadores.

Pouco depois, já no interior da suíte, um papel preso ao telefone despertou-lhe a atenção. Era um bilhete da Sra. Prenderghast.

"Querida,

Desci ao salão de coquetéis com Vivien Roche. Junte-se a nós se quiser. Ficaremos lá até a hora do jantar.

Mamie"

Nada empolgada com a idéia de passar o resto da tarde bebericando e conversando amenidades, Anahí dobro o recado e foi até a janela, a fim de apreciar o movimento das ruas.

De repente, ocorreu-lhe uma idéia que a fez estremecer.

O búlgaro acabara de sair, e seu terraço era vizinho ao dele...

Seria possível atravessar a divisória e entrar na suíte ao lado, tentando recuperar a fita de computador para Alfonso?