Fanfic: É Madrugada em Nice *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

Ainda chovia quando os dois atravessaram a rua de mãos dadas, entrando no carro que Alfonso deixara ligado no estacionamento.

Assim que se acomodaram no interior do veículo, ele a puxou para perto, beijando-a de maneira apaixonada, antes de dizer:

- Agora, conte-me que raios você andou aprontando, Anahí.

Tirando a fita de debaixo do suéter, ela fez um resumo rápido de tudo que ocorrera, enquanto Alfonso examinava, pensativo, os números de série. No final da narrativa, sem lhe dar chance para censurá-la, Anahí procurou introduzir outro assunto.

- E então? É mesmo esta a fita?

- Sinceramente, nem imagino! Foi Poincarré que fez a cópia, e só ele saberia... Você agiu como uma maluca, Anahí. E se Akhtopol voltasse e a encontrasse lá? Deus do céu! Você podia ter morrido, só por causa de alguns diagramas!

- Para ser franca, nem pensei nisso. Só o que me importou foi a oportunidade de recuperar sua fita. Oh, Alfonso, ficou mesmo zangado comigo?

- Claro que sim! Se eu desconfiasse dos planos malucos que você tinha em mente... - A expressão dele se abrandou de repente. - Droga... Não consigo me zangar com você, Anahí. Mas, pelo amor de Deus, nunca mais se arrisque desse jeito, está bem?

- Prometo! - concordou ela, radiante de felicidade diante daquela prova de preocupação.

Balançando a cabeça numa muda censura, Alfonso deixou escapar um leve suspiro e sorriu com ternura, acariciando-lhe os cabelos umedecidos pela chuva.

- Obrigado por ter feito isso por minha causa, ma petite.

Dito isso, tornou a beijá-la com suavidade, acrescentando em seguida:

- Receio que tenhamos de adiar nosso beijo para mais tarde. É melhor examinarmos essa fita num computador, antes que nosso amigo Akhtopol retorne.

Pouco depois, enquanto o luxuoso carro prateado de Alfonso cortava o tráfego com rapidez, ela se recostou ao assento macio, invadida por uma alegria súbita.

- Aonde vamos?

- Para minha casa, em St. Jean-Cap-Ferrat. Poderíamos ir até a fábrica, mas não é necessário. Tenho um computador Starbrain, que recebe esse tipo de fita.

- Puxa! Seria maravilhoso se esta fosse de fato a cópia de seu projeto...

- Mais do que maravilhoso. No entanto, não convém nos iludirmos, Anahí. Os grandes negociantes usam fitas como essa para qualquer tipo de operação, até registro de documentos de salários, por exemplo.

Assentindo, Anahí consultou o relógio.

Eram quase seis horas. O jantar começaria às sete, e ela não deixara sequer um bilhete para Mamie... Bem, agora isso já não tinha a menor importância, afinal, casos excepcionais exigem medidas excepcionais.

Portanto, explicaria tudo quando voltasse.

Quando saíram de Nice e entraram na rodovia que levava à Villefranche e a Beaulieu, Alfonso diminuiu a marcha, pegando o desvio que conduzia ao pequeno promontório de Cap-Ferrat.

A chuva cessara, e a pequena aldeia era encantadora à luz fraca do crepúsculo. Para completar, o Mediterrâneo encontrava-se calmo e bonito como um mar de lápis-lazúli.

- Prefiro morar aqui, de frente para o mar, do que em Nice, no centro dos negócios e da moda.

- É um lugar encantador!

Sorrindo, Alfonso fez uma manobra e ultrapassou os pesados portões de uma espécie de villa, cujo acesso era feito através de uma estreita alameda ladeada de palmeiras.

Ao fundo, próxima a um penhasco com vista para o mar, erguia-se uma arrojada construção branca, de um único piso.

- Foi você mesmo quem desenhou e decorou esta casa, não? - indagou Anahí, maravilhada com o ambiente futurista que havia no interior da mansão.

- Há cinco anos. - confirmou ele. - Gosta?

- Ela é... linda!