Fanfic: É Madrugada em Nice *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

Fora tolice não havê-lo colocado a par das pistas que deixara na noite anterior. Com certeza, se o tivesse feito, Alfonso encontraria uma maneira de evitar aquela cena desagradável.  

- Mademoiselle... - insistiu o gerente, suplicante.
 
Como Anahí persistisse em abaixar a cabeça, ele deu de ombros, resignado, e voltou-se para a Sra. Prenderghast.
 
- Receio que isso esteja se tornando um caso de polícia.
 
- Polícia?! - repetiu o búlgaro, apreensivo. - Não é necessário... Por favor, dê-me dez minutos a sós com essa moça que logo terei a verdade.
 
- Em absoluto! - recusou o gerente, ignorando os protestos da Sra. Prenderghast e afastando o búlgaro de Anahí.
 
- Então insisto em que me deixem vasculhar a suíte. Minha fita de computador deve estar aqui.
 
- Isso também é impossível, monsieur Akhtopol. - Voltando-se para Anahí, o gerente acrescentou: - Por favor, se souber algo sobre essa história toda, peço que me conte.
 
- Não há nada que eu possa dizer, monsieur.
 
- Isso tudo é muito estranho... Há pouco mais de uma semana, mademoiselle Portilla disse ter visto um arrombador neste apartamento. Nós não lhe demos atenção, e, talvez, fosse a pura verdade.
 
- Ela é a arrombadora! - vociferou Akhtopol. - Aquilo tudo não passou de encenação para encobrir a verdade. Ela é uma espiã industrial! O documento que roubou contém informações classificadas sobre minha companhia.
 
Franzindo o cenho, Anahí estranhou que o búlgaro estivesse fazendo tanto estardalhaço por causa de pouco mais do que um talão de pedidos, cujo original, com certeza, encontrava-se na matriz.
 
- Eu poderia arrancar a verdade dela num minuto! - Interpondo-se de maneira protetora entre o búlgaro e Anahí, a Sra. Prenderghast resolveu intervir, uma expressão determinada no rosto.
 
- Se encostar um dedo nela, garanto que lhe arrancarei os olhos, seu grosseirão!
 
- Tenho um amigo na Süreté nationale e vou entrar em contato com ele para esclarecer esse caso... - avisou o gerente, preparando-se para sair.
 
- Nunca! Não há a menor necessidade de chamar a maldita polícia!
 
- Não temos alternativa, monsieur Akhtopol. Mas primeiro vamos examinar seu apartamento com cuidado para nos certificarmos de que não houve engano. Afinal, a fita ainda pode estar lá, não acha?
 
- Seria inútil! - ponderou o búlgaro, estranhamente abatido.
 
- Bem, monsieur, vamos retornar a seu apartamento e procurar a fita, sim? Se não a encontrarmos, telefonarei para meu amigo inspetor. Até lá, chega de cenas e acusações.
 
Dando de ombros, Akhtopol fez um claro esforço para se acalmar. No entanto, havia uma expressão assustada em seus olhos, o que era bastante estranho diante das circunstâncias.