Fanfic: É Madrugada em Nice *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

No instante seguinte, a porta foi aberta com violência e vários soldados entraram, dominando Yusif e o búlgaro num piscar de olhos.

A perplexidade não impediu que Anahí soltasse um suspiro de puro alívio.

De repente, um dos homens, que entrara pela janela, levantou sua arma e correu para perto dela, ajudando-a a erguer-se com delicadeza.

- Chérie...

Fitando Alfonso nos olhos, Anahí atirou-se em seus braços fortes, soluçando. Pouco depois, viu-se conduzida com firmeza para fora, rumo a um dos quatro jipes verde-oliva que estavam chegando à casa.

- Você está ferida? - perguntou ele, ansioso.

- N... não... Oh, meu querido, tive tanto medo.

Abraçando-a de modo protetor, ele lhe enxugou as lágrimas, dizendo:

- Ainda bem que os homens do exército permitiram que eu viesse junto. Em todo caso, duvido que conseguissem me impedir. Juro que mataria aqueles dois animais, se eles...

- Não! Não diga nada.

- Agora está tudo terminado.

Ela assentiu com um gesto de cabeça, incapaz de conter as lágrimas.

- Rezei a manhã inteira para encontrá-la em segurança.

- Como descobriu onde eu estava?

- Pelo telefone da villa. Voltei logo depois que você deixou Nice e vi o carro. Quase morri ao imaginar que talvez você ainda estivesse dentro dele. Então, telefonei para a polícia de segurança, que me informou que um perigoso terrorista chamado Yusif encontrava-se em Nice e devia ser o responsável por seu sequestro. Sem perder tempo, conectaram um aparelho especial ao meu telefone, através do qual consegue-se localizar a origem de uma ligação em questão de segundos. Depois da primeira chamada entramos logo em ação. - Ele acariciou-lhe os cabelos dourados e beijou-a com ternura. - Sente-se melhor?

- Sim. Akhtopol ia vender os helicópteros para o Exército Cireneu.

- Eu sei... Akhtopol é um homenzinho muito desonesto e tolo, que devia agradecer à sorte por Yusif não tê-lo matado.

- Ele ia matar todos nós.

- O Departamento de Justiça Francês cuidará para que nunca mais ele mate alguém.

Um rumor de vozes atraiu a atenção deles para a casa, de onde os dois prisioneiros saíam amordaçados, rumo a um furgão fechado.

Sorridente, um oficial destacou-se do grupo e aproximou-se do casal de namorados.

- Não me solte. - pediu ela, antes que o soldado chegasse mais perto.

- Soltá-la? Nunca vou soltá-la, Anahí. Eu a amo. Será que ainda não percebeu? Eu a amo, minha bruxinha... E sempre a amarei...

Mais tarde, no assento traseiro do veículo militar que rumava para Nice, Anahí recostou a cabeça no peito forte de Alfonso.

- E quanto ao seu carro? Foi horrível o que ele fez...

- O carro que se dane! O importante é você... - Enfiando a mão num dos bolsos, ele tirou um frasco de prata e, desatarraxando-lhe a tampa, ofereceu-o a Anahí.

- Não é recomendado pelo médico, mas acho que você está precisando de algo forte.

- Obrigada. - murmurou, tomando um grande gole de conhaque.

- Eles poderiam destruir tudo que possuo, desde que não lhe fizessem mal. Sempre vivi preocupado demais com as coisas materiais, Anahí... Nosso amigo Yusif, hoje, me ensinou uma lição que nunca esquecerei: o amor é a coisa mais importante que existe!

- Yusif lhe ensinou isso?!

- Por ironia do destino, sim. Nunca tive muito convívio familiar, nem me liguei de fato a mulher alguma... Sempre coloquei as outras coisas em primeiro lugar: a fábrica, minha carreira, meus projetos, aquele maldito Churchill. Quando penso que sua vida ficou ameaçada por causa daquele pedaço de alumínio, acho que estive maluco.

- Você é brilhante, Alfonso. E as pessoas brilhantes sempre se dedicam aos seus trabalhos.

- Desde que não prejudiquem a quem amam... Tenho uma confissão a fazer, querida. Desde o começo, senti que a amava, mas tive medo de demonstrar isso. Assim, agi como um tolo. Você me desculpa? Agora sei que tudo que criei, tudo que construí, tudo que sou lhe pertence para sempre.

- Eu só quero você. Eu o amo muito Alfonso...