Fanfic: Redenção e Submissão *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

Fiquei com mais raiva ainda, pois eu não queria sentir aquilo. Mas a ira já me consumia e dominava. Havia em mim sentimentos diversos de ciúme, raiva, traição e possessão.

Mas sorri devagar, tensa, meus lábios doendo pelo esforço:

- E quem disse que estou com ciúmes? Poncho me contou que foi apaixonado por sua esposa. É claro que não falei que ele não tinha contado quem era a mulher. Mas aquilo não importava.

Lucas me analisou, quieto. Encheu duas taças, uma para mim e outra para ele, deixando a garrafa sobre a mesa.

Lançou um olhar ao amigo e à esposa e eu não aguentei, me vi indagando:

- Você não sente ciúmes?

- Quase mato um de tanto ciúme. - Confessou baixo, o que só me perturbou mais.

- Mas então...

- Confio em Marina. E em Alfonso. Eles podiam ter ficado juntos a qualquer momento. Eu estive muito perto de perder minha mulher e minha filha para ele. - Seus olhos se voltaram para mim, compenetrados, sérios. - Tudo foi culpa minha. Fiz tanta besteira que você nem imagina. Mas até hoje agradeço a Alfonso.

- Agradece? - Franzi o cenho.

- Ele podia ter partido para cima. Teve todas as oportunidades para dar em cima de Marina e conquistá-la. Ela estava grávida, carente e sozinha. Com ódio de mim. E Alfonso a amou desde a primeira vez em que a viu.

A dor dentro de mim era horrível e desconhecida. Tive vontade de gritar e jogar tudo que estava na mesa no chão. Meu estômago doeu, o peito se apertou, o ódio me consumiu como uma doença corrosiva. Quis olhar para Poncho, mas me forcei a fitar Lucas, que parecia concentrado em suas próprias reminiscências.

Indaguei baixo:

- E por que ele não o fez?

Lucas me encarou, seus olhos negros duros.

- Acho que Alfonso percebeu que eu a amava de verdade e tinha me arrependido. Isso o segurou. Não sei se faria o mesmo no lugar dele. Mas uma coisa é certa, Anahí. Eu, ele e Derrick somos amigos há muitos anos. E Alfonso sempre foi o melhor de nós três, o mais centrado e honesto, cheio de valores. Ele pensa antes de agir. Não é abobalhado como eu nem frio e controlador como Derrick, que acha que tudo tem que ser à sua maneira. E o caráter dele pesou. Marina me contou que tentou beijá-lo e conquistá-lo uma vez, mas não aceitou. Por que sabia que nos amávamos. E eu te pergunto, quem faria isso no lugar dele?

- Não eu. - Afirmei com raiva.

Furiosa com tudo o que eu ouvia, pois parecia ainda pior do que eu tinha imaginado. O que tínhamos era sexo puro e bruto. O que teve com Marina foi mais intenso e profundo, foi sentimento, foi amor, independente se um dia a tocou ou não.

Como eu poderia competir com isso, com o fato de saber que eu era uma substituta? Uma segunda opção depois de uma mulher perfeita como Marina?

Fiquei irada comigo mesma. Eu não queria competir com nada. Não queria envolvimentos nem amor, não acreditava em toda aquela merda.

Então por que estava tão mexida, tão furiosa? De que me importava quem Poncho havia amado? Porra, por que aquilo me desesperava tanto, a ponto de sentir meu corpo reagir, sem controle?