Fanfic: Redenção e Submissão *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

- Isso tudo é passado, Anahí. - Disse Lucas. - Hoje entendo tudo melhor. Ainda tenho ciúmes, mas confio em Marina e em Alfonso. Acima de tudo eles são amigos. E eu só posso agradecer por ele ter cuidado dela quando estava grávida e sozinha. Fez o que eu devia ter feito.

Pensar que Poncho a amara tanto, inclusiva grávida de outro, era de sufocar.

Entornei todo o meu vinho, sem saber lidar com aquelas sensações e aqueles sentimentos doloridos e irreconhecíveis. Eu os queria extirpar de dentro de mim, mas não sabia como.

- Poncho esteve com ela até o final da gravidez?

- Não. Marina me perdoou e nos casamos antes de Aninha nascer. Mas perdi muita coisa. - Olhou de novo em direção à esposa, como se lamentasse o passado. - Quando ela soube o sexo do bebê, estava com Alfonso e não comigo. Mas isso foi bom. Foi tudo para que eu entendesse as merdas que fiz. Doeu pra diabo, mas mereci.

Eu não queria ouvir mais nada.

Peguei a garrafa cheia na mesa e entornei mais vinho na taça, angustiada, louca para ir embora.

Como se notasse que me perturbara, Lucas fitou-me e tentou reverter a situação:

- Anahí, tudo passou. Você não imagina como eu e Marina somos felizes. E Alfonso, desde que conheceu você, é outro.

Eu o olhei de imediato.

Acabei rindo sem vontade:

- Deixe que eu seja bem sincera com você, meu querido. Tudo que eu e Poncho temos é sexo. Bem quente e gostoso, devo confessar, mas só sexo. Se acha que posso conquistá-lo e deixar você mais tranquilo, está enganado.

Lucas acabou sorrindo também e balançou a cabeça:

- E quem disse que não estou tranquilo? Eu e Marina nos amamos e somos felizes. Apenas nos preocupamos com Alfonso e queremos que ele encontre uma pessoa legal também.

- Mas não sou uma pessoa legal. - Dei de ombros. - E não quero nada sério, nem com ele, nem com ninguém. Somos livre e desimpedidos.

Para completar meu discurso bem seguro, pisquei um olho para ele, lasciva.

E o fitei de cima embaixo:

- Para dizer a verdade, se não fosse tão bem casado, não me importaria de dar uma fugidinha com você. Afinal de contas, não amo Poncho. Não temos nada sério. E ele sabe disso. Qualquer dia desses estamos seguindo caminhos diferentes.

Lucas terminou seu vinho. Deixou a taça vazia sobre a mesa e me deu um olhar penetrante, pensativo.

Por fim disse baixo:

- Eu tenho a nítida sensação que nem você acredita no que está dizendo, Anahí.

- Ora, mas por quê?

- Meu amigo está a fim de você. Agora mesmo, enquanto conversamos aqui, ele não tira os olhos de nós. E sei que o que diz é da boca pra fora. Não ficaria comigo, nem se eu quisesse e garanto que não quero, com todo respeito. Sou louco pela minha mulher. Assim como você está louca pelo Alfonso.

- Está louco? - Eu ri, mas meu coração batia nervosamente.

- Eu olho para você e vejo a mim mesmo, há um tempo atrás. Cheio de si, lutando ferozmente contra meus sentimentos. Sabe quando a gente se dá conta que ama? Quando perde. Não caia no mesmo erro que eu. Garanto que não é nada bom ficar com medo, sofrer e se desesperar, com risco de ver a pessoa que amamos seguir em frente.