Fanfic: Redenção e Submissão *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

Todos ganharam presentes. Já era quase uma hora da manhã e achei que já tinha suportado demais. Poderia convencer Poncho a me levar embora e sair daquele martírio, mas Derrick escolheu exatamente aquele momento para chegar. Sabia que teríamos que ficar mais um pouco.

Tomei o resto do meu vinho, já um tanto alta, observando o homem alto e empertigado de cabelos escuros displicentes e claros olhos de águia vestido num terno cinzento sem gravata e com camisa branca.

Era da altura de Poncho e Lucas, com ombros largos, só que mais esguio. Ou talvez passasse essa impressão por andar com o queixo erguido e a coluna totalmente reta, impositivo, como se num único olhar percebesse tudo que havia na sala.

- Pensei que nem viesse mais. - Disse Lucas, enquanto eles se cumprimentavam.

- Só esperei a Ceia acabar. Sabe que depois da meia-noite todo mundo lá em casa vai dormir. Marina.

Beijou-a no rosto.

- E a Josy? - Ela perguntou.

- Preferiu ficar em casa.

- Ah, que pena.

Derrick e Poncho se cumprimentaram e depois ele foi falar com todo mundo.

Tinha um jeito impositivo de andar, seus olhos azuis bem claros e glaciais intensos a cada pessoa, fitando-as nos olhos. Enquanto isso, Poncho conversava com Lucas e Marina, todos descontraídos, à vontade.

Só de vê-lo perto dela eu já me senti mais irritada e furiosa. Mas disfarcei quando Derrick se aproximou e me estendeu a mão.

- Anahí. Bom rever você.

- Digo o mesmo, Derrick. - Sorri, segurando minha taça de vinho. Com a mão livre, apertei a dele, mas não parei por aí. Aproximei-me mais e beijei sua face angulosa, de propósito sendo bem charmosa. - Eu estava sentindo sua falta aqui.

Seus olhos límpidos e duros como um diamante se cerraram levemente. Senti que era o tipo de homem que não parava diante de nada, se queria alguma coisa. Poderia muito bem tomar o que eu oferecia, mas algo o esfriou.

Observou-me e era impossível saber o que se passava em sua cabeça, pois sua expressão não se alterou nem um pouco. Eu sabia que brincava com fogo. Mas cansada de me sentir mal e com ciúmes naquela noite, quando não queria nada daquilo, além de estar um pouco embriagada, eu só pensava em irritar Poncho.

Ele tinha se mantido na dele, mas sempre dava um jeito de estar perto de Marina, mais do que de mim. Agora seria bem feito se me notasse.

Se soubesse que eu não estava nem aí para o que ele sentia pela mulher do seu amigo.

Lucas não me daria brecha, mas Derrick talvez. Afinal, não era bem casado. Era um homão daquele, lindo e tesudo, e a esposa o deixava sair sozinho. Com certeza toparia um flerte sem muitas consequências.

- Pena que não chegou antes. - Continuei, sorrindo sensualmente.

A olhada que me deu foi bem dura. E sua voz saiu um tanto fria:

- Eu estava com meus pais e com a minha esposa. E aposto que Alfonso não deixou que lhe faltasse nada.

- Claro. - Meu sorriso se ampliou, enquanto eu entendia seu recado ao citar a esposa e Alfonso. Mas não fiquei com indiretas. Tomei o restante do meu vinho e disse lentamente: - É interessante como você, Poncho e Lucas são unidos e se respeitam.

- Bom que você percebeu. - Foi direto também. Sua voz era grossa, bem firme, mas tinha algo de cortante, afiada. Imaginei que poderia fazer uma pessoa tremer só com o tom que usava.

Mas não eu.