Fanfic: Redenção e Submissão *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

- Não fique assim. - Falei baixo. - Daremos um jeito.

- Como? - Passou os dedos nos olhos, vermelha. - Tenho que fazer tudo escondido! Fernando não me entende! Tentei mais de uma vez mostrar o que eu queria, mas não adianta. Vai pensar que sou louca se eu disser a ele. E vai me odiar se souber que o afastei de Poncho!

- Calma.

- Anahí, vamos deixar tudo assim. Aos poucos, tudo volta ao normal! - Tentava se recuperar, fitando-me suplicante. - E eu e você... Nós teremos nosso segredo. Ninguém se machuca e...

- Todo mundo se machuca, Rafaela. É o que acontece quando vivemos em uma mentira. Poncho está sofrendo longe do pai e Fernando longe dele. Até parou de ir trabalhar. Você não consegue ser feliz. Uma família está se desintegrando.

- Mas... Você está aqui. - Respirou fundo. - E não quero pensar. Não agora. Olhe para mim.

Ela se levantou e tirou a echarpe. Então abriu o robe.

Estava completamente nua. No seu pescoço, uma coleira com uma corrente pendurada. No seu olhar, um desejo arrebatador de ser livre, de ser da sua maneira e parar de fingir.

Era linda. E infeliz. Isso ficou patente em seu desespero.

A pena veio de novo e suspirei. Levantei, deixando o chicote no sofá. Quando fui até ela, estremeceu, ficando vermelha, mordendo os lábios.

Eu me abaixei, peguei o robe e o envolvi sobre seu corpo, cobrindo-a. Fitou-me, confusa.

- Anahí.

- Pare de fingir. Fiz isso a minha vida toda, sei o que está sentindo. Seja você mesma.

- Mas é o que quero! Por isso estou aqui e... - Começou, desesperada.

Afastei-me e voltei ao sofá. Guardei o chicote dentro da bolsa e pus essa no ombro, ainda gravando.

- Aonde vai?

- Embora.

- Anahí, você disse que ia me dominar! Eu pensei...

- Não sei se é ingênua ou se está tão desesperada por seus desejos que não percebe nada à sua volta, Rafaela. - Fitei seriamente seus olhos. - Eu sou mesmo uma Domme e sócia do Catana. Mas não transo com mulheres. E sou apaixonada por Poncho. Vim aqui só por causa dele.

Ela empalideceu.

- O que... O que quer dizer?

- Gravei tudo o que falamos. - Seu queixo caiu. Completei: - Minha intenção era a de sair daqui e mostrar ao seu marido. Mas vi seu desespero e infelicidade. E sua culpa.

- Não pode fazer isso! Ele vai me expulsar daqui e me odiar para sempre! - Avançou nervosa.

- Fique onde está. Se tentar pegar a gravação, vai apanhar tanto que amanhã nem se levantará da cama e prometo que não sentirá nenhum prazer. - Olhei-a tão duramente que parou, pálida, agoniada. - Vou te dar uma chance de fazer as coisas direito, Rafaela.

- Como?

- Quando Fernando chegar, conte tudo a ele. Tudo. Quem é, seus desejos, as mentiras que contou sobre Poncho. Se não fizer isso, amanhã mostro a gravação a ele.