Fanfic: Redenção e Submissão *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

Depois de quase um mês e meio que estávamos juntos e que tínhamos terminado de saborear um jantar delicioso que Poncho tinha preparado, ficamos no terraço da casa dele conversando e de mãos dadas, sentados lado a lado no sofazinho, observando a bela noite.

Tínhamos tomado muito vinho e eu estava tonta e relaxada. Bem mais solta, rindo de qualquer coisa. Entre vários assuntos, surgiu algum sobre a mãe dele e Poncho descreveu-a com carinho, dizendo o quanto tinha sofrido com sua morte e como tinha sido carinhosa e sua amiga.

Isso me fez lembrar da minha mãe e, sem que nem eu mesma esperasse, comecei a falar dela e da minha vida a seu lado:

- Eu nunca tive uma figura materna de verdade. Minha mãe sempre foi louca, sem rumo.

Poncho escutava, atento, calado.

Virei um pouco para ele e senti algo dentro de mim doer, latejar, querendo sair. Não pensei.

Já fui falando de uma vez:

- Fui estuprada por causa dela.

Seus olhos semicerraram. Na mesma hora sua expressão se encheu de raiva e exclamou furioso:

- Desgraçada! - E me puxou para si, abraçando-me forte, dizendo baixinho: - Tinha medo que tivesse sido algo assim. Você tinha quantos anos?

- 14.

- Porra! Como eu queria ter estado lá para te proteger, Anahí. - Apertou minha cabeça em seu peito e beijou meu cabelo. Eu o abracei forte, agarrada em sua camisa.

- Mas ela estava, Poncho. E não fez nada. Sabia que aquele homem me rondava, mas mesmo assim deixava. Por que ele bancava suas bebidas e drogas. Levou-o para dentro da nossa casa e ficou lá, desmaiada, enquanto ia ao meu quarto e me violentava.

Fechei os olhos fortes, pela primeira vez falando com alguém sobre o assunto. Era como reviver tudo de novo. Mas agora que tinha começado, parecia um tumor que precisava ser extirpado.

Não conseguia parar mais.

Poncho ficou quieto, deixando que eu falasse em meu tempo, passando-me força e carinho através de seus gestos.

- Foi a pior noite da minha vida. Nunca a esqueci. Ali eu mudei.

- Ele a prendeu. Por isso seu trauma.

- Tirou o cinto e bateu em mim várias vezes, mas isso eu até suportaria. Lutei e me defendi. Mas quando passou meus pulsos no cinto e prendeu na cama, perdi qualquer chance. Fez tudo o que quis comigo e nunca senti tanto medo e tanto ódio. Jurei nunca mais deixar um homem se aproximar de mim. Com o tempo, eu me recuperei. Mas isso ficou. E só fui gostar de sexo quando era eu que tinha o controle, o domínio sobre eles.

- Sentiu-se segura assim. Mas e depois que foi estuprada? O que sua mãe fez?

- Chorou, pediu desculpas, mas nunca a perdoei. E não estava mesmo arrependida, pois dias depois saiu e deixou esse homem entrar. Ele era envolvido com política e conhecido, por isso e por interesse minha mãe me entregava a ele. Só que eles não sabiam de uma coisa. Que eu não estava disposta a ser vítima de ninguém. Quando entrou no meu quarto a segunda vez, fingi que tinha medo e que ia fazer sexo oral nele. Mas enfiei a agulha de crochê de minha avó no saco e no pau dele.

Poncho acariciava meu cabelo e parou. Ergueu meu queixo e fez com que o olhasse, surpreso.

- Você fez isso?