Fanfic: Eternamente {AyA}
CAPITULO VINTE E SETE
É
estranho não ter na Aula de Inglês Alfonso sentado ao meu lado, segurando minha
mão,
sussurrando
em meu ouvido e agindo como meu botão de desligar. Acho que me acostumei
tanto
a tê-lo ao meu lado, que me esqueci de como detestável Stacia e Honor podem
ser. Mas
ao
vê-las dando um sorriso debochado ao enviar mensagens de texto como “Aberração
Estúpida”
nenhuma surpresa nisso, sei que voltarei a depender do meu capuz, meus óculos
escuros
e meu IPod.
Mas
posso ver a ironia. Posso ver o lado cômico, porque para alguém que chorou em
um
estacionamento,
implorando para seu namorado desaparecer para que ela pudesse sentir-se
outra
vez normal, bom, obviamente a parte cômica sou eu.
Porque
agora, em minha nova vida sem Alfonso, todos os pensamentos aleatórios, as
profusões
de cores e sons são tão insuportáveis, tão terrivelmente esmagadores que meus
ouvidos
estão vibrando constantemente, meus olhos enchem de água continuamente e as
enxaquecas
aparecem tão rapidamente, invadindo minha cabeça, seqüestrando meu corpo e
deixando-me
tão rendida, nauseada e tonta, que eu só posso funcional mal.
Mas
é engraçado como eu estava tão preocupada por mencionar a Christian e a Dulce
nosso
rompimento,
que passou uma semana completa antes que seu nome fosse mencionado e,
mesmo
assim, fui eu que trouxe o tema. Suponho que eles se acostumaram tanto a seu
errático
comparecimento que não viram nada incomum em sua ausência prolongada.
Então
um dia, durante o almoço, limpei minha garganta, olhei para os dois e disse, –
“Só pra
vocês
saberem, Alfonso e eu terminamos.” – e quando suas bocas ficaram abertas e
ambos
começaram
a falar, eu levanto uma mão e digo, – “E ele se foi.” –
–
“Se foi?” – eles disseram, quatro olhos atentos, dois maxilares caídos, ambos
negando-se a
acreditar
e mesmo sabendo que eles estavam preocupados, mesmo sabendo que eu devia
alguma
boa explicação, eu só balanço a cabeça, pressiono meus lábios e me recuso a
dizer
mais
alguma coisa.
Mas
a Srta. Machado não foi nada fácil. Uns quatro dias depois que Alfonso foi
embora, ela
andou
até meu cavalete, fez seu melhor para evitar olhar meu desastroso Van Gogh e
disse, –
“Eu
sei que você e Alfonso eram próximos e sei quão difícil isso pode ser pra você,
então pensei
que
deveria ter isso. Creio que vai achar extraordinário.” –
Ela
empurra uma lona pra mim, mas eu só encosto na perna do meu cavalete e continuo
pintando.
Não tenho dúvida nenhuma de que seja extraordinário; tudo o que Alfonso fazia
era
extraordinário.
Mas quando se fica vagando pela Terra por cento e cinqüenta anos, tem muito
tempo
para aperfeiçoar algumas habilidades.
–
“Não vai olhar?” – ela pergunta, confusa por minha falta de interesse na
obra-prima de
Alfonso,
réplica de outra obra-prima.
Mas
me viro pra ela, forçando-me a sorri quando digo, – “Não. Mas obrigada por me
dar.” – e
quando
finalmente toca a campainha, eu carrego até meu carro, jogo no meu porta-malas,
bato
a porta sem nem mesmo olhá-lo e quando Christian pergunta,
–
“O que é isso?” –
Eu
só coloco a chave na ignição e digo, – “Nada.” –
Mas
uma coisa que eu não esperava, era me sentir sozinha. Acho que não percebi o
quanto
dependia
de Alfonso e Riley para preencher o vazio, para selar as rachaduras em minha
vida. E
mesmo
Riley me avisando que não seria por muito tempo, não pude evitar o pânico
quando se
passaram
três semanas.
Porque
dizer adeus a Alfonso, meu lindo, assustador e possivelmente maléfico imortal
namorado,
era mais difícil do que eu gostaria de admitir, mas ser capaz de não dizer
adeus a
Riley
é mais do que posso suportar.
No
sábado, quando Christian e Dulce me convidaram para ir com eles a peregrinação
anual de
Winter
Fantasy, aceitei porque sei que está na hora de sair de casa, fora da minha
depressão e
tornar
a reunir-me com os vivos, e como é a primeira vez que estou indo para isso,
eles estão
muito
animados para me mostrar todos os cantos.
–
“Não esta tão bom como o Sawdust Festival no verão.” – Christian disse logo que
compramos
nossos
ingressos e nos dirigimos a entrada.
–
“Isso porque é melhor.” – disse Dulce, saltando à frente e sorrindo para nós.
Christian
faz uma careta. – “Bem, com exceção do clima, não importa muito porque ambos
têm
sopradores
de vidro e essa é
a minha parte favorita.” –
–
“Que surpresa.” – Dulce ri, entrelaçando seu braço com o de Christian enquanto
eu sigo ao lado
deles,
minha cabeça girando por causa da energia gerada pela multidão, todas as cores,
visões
e
sons em torno de mim, desejando ter tido sensatez e ficado em casa onde tudo é
tranqüilo e
seguro.
Então
levanto o meu capuz e estou a ponto de colocar meus fones de ouvido quando Dulce
se
vira
pra mim e diz, – “Sério? Você vai realmente fazer isso aqui?” –
Então
eu paro e guardo de volta no meu bolso porque mesmo querendo me desligar de
tudo
isso,
não quero que meus amigos pensem eu estou tentando afastá-los também.
–
“Vamos, tem que ver os sopradores de vidro, é incrível,” – disse Christian,
guiando-nos
enquanto
passamos por um Papai Noel que parece autêntico e muitos ourives, até
finalmente
nós
paramos diante de um belo rapaz que criava vários vasos coloridos usando só a
boca, um
tubo
metálico largo e fogo. – “Tenho que aprender como fazer isso” – ele suspira,
completamente
paralisado.
Eu
paro ao lado dele, observando como o emaranhado de cores líquidas se moldam e
tomam
forma,
então vou para a próxima banca, onde estão vendendo umas bolsas realmente
bonitas.
Pego
uma da prateleira e afago seu macio e brilhante couro, pensando que seria um
bom dar
de
presente de natal para Sabine, embora seja algo que ela nunca compraria, mas
poderia
querer
em segredo.
–
“Quanto custa este?” – pergunto, encolhendo-me quando minha voz ecoa em minha
cabeça
com
uma percussão interminável.
–
“Cento e cinqüenta.” –
Eu
olho para mulher, observando sua túnica Batik* azul, jeans desbotado e um colar com o
símbolo
da paz, sabendo que ela está disposta a baixar mais o preço. Mas meus olhos
estão
ardendo
tanto e a pressão em minha cabeça está tão sAnahía, que eu não tenho forças
para
barganhar.
Na verdade só quero ir para casa.
Coloco
a bolsa de volta onde estava e começo a andar, quando ela diz, – “Mas pra você,
são
cento
e trinta,” – e, embora eu saiba que ela ainda está no topo da oferta, que ainda
tem
muito
pra barganhar, eu apenas aceno e me afasto.
Então
alguém atrás de mim fala, – “Você e eu sabemos que o limite dela é noventa e
cinco.
Porque
se rendeu tão fácil?” –
Quando
me viro, vejo uma mulher pequena, de cabelos castanhos, rodeada por uma aura de
um
brilhante roxo.
–
“Ava.” – ela acena e estende sua mão.
–
“Eu sei” – lhe digo, ignorando-a.
–
“Como tem passado?” – ela pergunta, sorrindo como se eu não tivesse acabado de
fazer algo
incrivelmente
frio e rude, o que me faz sentir ainda pior por ter feito.
Eu
dou de ombros, observando o soprador de vidros, procurando por Christian e Dulce
e sentindo
um
pouco de pânico quando não os vejo.
–
“Seus amigos estão na fila em Laguna Taco, mas não se preocupe, ele também
pediram algo
pra
você.” –
“Eu
sei,” – digo, embora não seja verdade. Minha cabeça doendo demais para ler a
mente de
qualquer
um.
Justo
quando começo a me afastar outra vez, ela agarra meu braço e fala, – “Anahí,
quero que
saiba
que minha oferta ainda está de pé. Eu quero realmente te ajudar.” – ela sorri.
Meu
primeiro instinto é de ir embora, afastar-me dela o mais rápido possível, mas
no
momento
em que ela coloca sua mão sobre meu braço, minha cabeça deixa de doer, meus
ouvidos
deixam de zunir e meus olhos deixam de fabricar lágrimas. Mas quando eu olho em
seus
olhos, recordo quem é realmente – A mulher horrível que roubou minha irmã – e
entrecerro
meus olhos e me liberto meu braço, encarando-a quando digo, – “Não acha que já
ajudou
o suficiente?” – pressiono meus lábios e a fulmino com o olhar. – “Já me roubou
a
Riley,
o que mais quer?” – respiro com dificuldade e tento não chorar.
Ela
me olha, suas sobrancelhas unidas de preocupação, sua aura de um belo e
vibrante violeta.
–
“Riley nunca foi tirada de ninguém, ela sempre estará contigo, mesmo quando não
puder
vêla.”
–
ela disse, tentando alcançar meu braço.
Meu
eu me recuso a escutar e me recurso a permitir que me toque novamente, não
importa o
quanto
seja calmo. – “Só... fique fora da minha vida.” – lhe digo, afastando-me. – “Me
deixe
só.
Riley e eu estávamos bem até você chegar.” –
Mas
ela não vai embora. Não vai a nenhum lugar. Ela só fica ali, olhando-me com
esse irritante
olhar
suave e compreensível. – “Eu sei sobre as dores de cabeça.” – ela sussurra com
uma voz
suave
e tranqüilizadora. – “Não tem que viver assim, Anahí. Eu realmente posso te
ajudar.” –
E
mesmo que eu amasse ter um momento de paz e deixar de ter essas avalanches de
dor e
ruído,
me viro e me afasto depressa, esperando não voltar a vê-la.
–
“Quem era aquela?” – Dulce pergunta, mergulhando uma tortilha em um pequeno
recipiente
de salsa enquanto eu me sento ao lado dela e me encolho.
–
“Ninguém.” – sussurro, encolhendo-me quando minhas palavras vibram em meus
ouvidos.
–
“Se parece com a psíquica da festa.” –
Eu
alcanço um prato que Christian deslizou pra mim e pego um garfo de plástico.
–
“Não sabíamos o que iria querer, então trouxemos um pouco de tudo,” – ele
disse. –
Comprou
a bolsa?” –
Balanço
a cabeça dizendo que não e no momento que faço me arrependo, porque só serviu
para
intensificar a dor. – “Muito caro,” – lhe digo, cobrindo minha boca enquanto
mastigo, a
trituração
ecoando tão forte que meus olhos estão cheios de lágrimas. – “Comprou um
jarro?”
–
mas eu sei que não comprou, não só porque sou psíquica, mas porque não vejo
nenhuma
bolsa.
–
“Não, só gosto de olhá-los assoprando.” – ele ri e toma um gole de sua bebida.
–
“Ei pessoal, shh! É meu celular?” – Dulce procura em sua enorme e
sobrecarregada bolsa,
que
muitas vezes tem servido de armário.
–
“Bem, como você é a única nesta mesa com um toque de Marilyn Manson...” – Christian
dá de
ombros,
ignorando a casca do taco e só comendo o recheio.
–
“Está evitando os carboidratos?” – lhe pergunto, observando como ele escolhe
sua comida.
Ele
diz que sim com a cabeça. – “Mesmo que Tracy Turnblad seja gorda não significa que eu
tenho
que ser.” –
Eu
tomo um gole do meu Sprite, olho para Dulce e quando vejo a expressão eufórica
em seu
rosto,
eu sei. Ela se aproxima de nós cobrindo seu outro ouvido e fala, – “Oh, Meu
Deus!
Pensei
que tinha desaparecido. Eu saí com Christian. Sim, Anahí está aqui também. Sim,
estão aqui
agora.
Ok.” – Ela cobre o telefone e se dirige até nós, seus olhos iluminados quando
diz, –
“Drina
está dizendo “oi!”” – então ela fica esperando uma resposta, mas como não
respondemos,
ela revira os olhos, se levanta e se afasta dizendo, – “Eles mandam “oi”
também.”
–
Christian
balança a cabeça e me olha. – “Eu não disse nada. Você disse alguma coisa?” –
Eu
dou de ombros e misturo o feijão ao arroz.
–
“Problemas,” – ele disse, olhando-a e movendo a cabeça, e embora sabendo que é
verdade,
me
pergunto a quê ele se refere exatamente porque a energia deste lugar está
borbulhando e
transbordando
como uma grande sopa cósmica muito encaroçada para caminhar entre ela ou
tentar
me ajustar.
–
“A quê se refere?” – lhe pergunto, olhando-o com os olhos entrecerrados.
–“Não
é obvio?” –
Dou
de ombros, minha cabeça latejando tão forte que não posso ler a mente dele.
–
“Têm algo tão... assustador... nessa amizade. Quero dizer, um inofensivo amasso
entre
garotas
é uma coisa, mas isto... isto simplesmente não faz sentido. É Assustador.” –
–
“Como assim assustador?” – tiro um pedaço da casca do meu taco e olho pra ele.
Ele
ignora seu arroz e só come o feijão. – “Sei que isso vai soar horrível e
acredite, não quero
que
seja assim, mas é quase como se ela estivesse convertendo Dulce em um acólito*” –
* (Sacristão. Ajudante, assistente.)
Autor(a): theangelanni
Este autor(a) escreve mais 24 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
Levanto minhas sobrancelhas. – “Uma seguidora, uma devota, um clone, uma “mini-eu”.” – ele dá de ombros. – “E isso é tão...” – – “Assustador.” – concluo. Ele toma a sua bebida e olha pra mim e pra Dulce. – “Olha como ela começou a se vestir ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 287
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
ligia Postado em 26/10/2013 - 21:22:02
Continua postando, não vejo a hora de ver a Any e o Poncho juntos, sinceramente estou adorando a web.
-
bruubuna Postado em 28/01/2013 - 02:57:51
haaa li a sua historia e eh linda demaaaaaaaaaaaaaaaaaaaais..e a continuaçao?
-
jl Postado em 03/06/2011 - 16:12:53
Acabei o/ ~pula~
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Obrigada por me viciar em mais uma saga de misterios e emoções *--*
Quero a segunda temporada agora u.u -
jl Postado em 03/06/2011 - 16:12:49
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jl Postado em 03/06/2011 - 16:12:45
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jl Postado em 03/06/2011 - 16:12:38
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jl Postado em 03/06/2011 - 16:12:35
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jl Postado em 03/06/2011 - 16:12:29
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jl Postado em 03/06/2011 - 16:12:25
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