Fanfic: Eternamente {AyA}
CAPITULO VINTE E OITO
Após
o festival, entramos no carro de Dulce, fizemos uma parada rápida na casa dela
para
encher
novamente a garrafa, depois fomos para a cidade e estacionamos na rua, enchemos
o
parquímetro
de moedas e sentamos na calçada, os três lado a lado, com os braços
entrelaçados,
fazendo as pessoas se desviarem do nosso caminho, enquanto nós cantamos
“(You
never) call me when you`re sober”* tão forte quanto nós podemos e totalmente
desafinados.
Caindo na gargalhada toda vez que alguém nos olha e balança a cabeça
negativamente.
E
quando passamos por uma dessas livrarias Nova Era fazendo propaganda de livros
psíquicos,
eu
só reviro meus olhos e desvio o olhar, animada por não fazer mais parte desse
mundo,
agora
que o álcool me libertou, agora que sou livre.
Atravessamos
a rua e seguimos para a Main Beach (Praia Principal), em frente ao Hotel
Laguna,
até que nos deixamos cair na areia, pernas sobrepostas, braços entrelaçados,
passando
a garrafa entre nós e lamentando quando ela fica vazia.
–
“Merda” – murmuro, jogando minha cabeça pra trás e batendo com força no fundo e
nos
lados
da garrafa, tentando tomar até a última gota.
–
“Deus, vai com calma” – Christian me olha. – “Só relaxe e aproveite o
silêncio.” –
Mas
eu não quero relaxar. E estou aproveitando o silêncio. Apenas quero me
certificar que ele
continue.
Agora que minhas ligações psíquicas estão quebradas. Quero me certificar de que
continuem
assim.
–
“Querem ir a minha casa?” – eu digo, esperando que Sabine não esteja lá, assim
nós
podemos
pegar a vodka restante da festa de Halloween e continuar com o entorpecimento.
Mas
Dulce balança a cabeça. – “Esqueça isso” – ela diz, – “Estou destruída. Estou
pensando
em
deixar o carro aqui e ir me arrastando até em casa.” –
–
“Christian?” – o olho de relance, meus olhos implorando, não querendo que a
festa termine.
Esta
é a primeira vez que me sinto tão leve, tão livre, sem compromisso, tão normal,
desde
que...
Bem, desde que Alfonso se foi.
–
“Não posso.” – ele balança a cabeça, – “Jantar em família. Às sete e meia em
ponto. Gravata
opcional.
Camisa-de-força necessária.” – ele ri, caindo na areia, enquanto Dulce o
acompanha
caindo
também.
–
“Bem, e quanto a mim? O que devo fazer?” – eu cruzo meus braços e olho para os
meus
amigos,
não querendo que me deixem sozinha, olhando-os enquanto eles se rolam de rir
juntos,
me ignorando.
No
dia seguinte, mesmo dormindo até tarde, a primeira coisa que penso quando eu
acordo é:
minha
cabeça não está doendo!
Ao
menos não da maneira habitual.
Então
eu rolo de lado, alcanço embaixo da cama e retiro a garrafa de vodka que
coloquei ali na
noite
anterior, tomando um longo gole fechando os olhos quando um entorpecimento
quente
toma
minha língua e minha garganta.
E
quando Sabine enfia a cabeça no quarto para ver se já me levantei fico
extasiada ao ver que
sua
aura desapareceu da minha vista.
–
“Estou acordada!” – digo, escondendo a garrafa embaixo da almofada e correndo
para
abraçá-la.
Ansiosa para ver que tipo de energia sentirei, e exaltada quando não sinto
nada.
–
“Não é um dia lindo?” – sorrio, sentindo meus lábios soltos e desajeitados
quando relevo
meus
dentes.
Ela
olha pela janela e novamente pra mim. – “Se você diz.” – ela dá de ombros.
Olho
pela janela e vejo um dia cinza, nublado e chuvoso. Entretanto, eu não me
referia ao
clima.
Estava referindo a mim. A nova eu.
A
nova, melhorada e não psíquica eu.
–
“Me faz lembrar de casa” – dou de ombros, tirando minha camisola e indo para o
chuveiro.
No
segundo que Christian entra no carro e me olha, diz, – “Que diabos...?” –
Eu
olho meu suéter, minha mini-saia e minhas sapatilhas, relíquias que Sabine
guardou da
minha
vida anterior, e sorrio.
–
“Desculpe, mas não aceito carona de estranhos.” – disse, abrindo a porta e fingindo
sair do
carro.
–
“Sou eu, verdade. Te juro pela... Bem, só acredite em mim, eu rio. E feche a
porta, não
preciso
que você caia e nos faça chegar tarde.” –
–
“Eu não entendo,” – diz olhando-me sem acreditar. – “Quero dizer, Quando
aconteceu isso?
Como
aconteceu isso? Ainda ontem você estava praticamente vestindo uma Burka, e
agora
aparece
como se tivesse assaltado o closet da Paris Hilton.” –
Eu
olho para ele.
–
“Só que com mais classe, muito mais classe.” –
Eu
sorrio e aperto o pé no acelerador, minhas rodas derrapando na rua molhada
diminuindo o
ritmo
só quando me dou conta que não tenho mais meu radar de policiais e Christian
começa a
gritar.
–
“Realmente Anahí, Que diabos? Oh Meu Deus, você ainda está bêbada?” –
–
“Não!” – digo, um pouco rápido demais. – “Só estou, você sabe, saindo da minha
casca, isso
é
tudo. Posso ter sido tipo... tímida, nos primeiros... vários... meses.” – Eu
rio. – “Mas acredite,
este
é meu “eu” verdadeiro.” – Eu confirmo, esperando que ele acredite.
–
“Você se deu conta que escolheu o mais úmido, o mais miserável dia do ano para
sair da
casca?”
–
Eu
balanço a cabeça e entro no estacionamento enquanto digo, – “Você não têm idéia
de
como
é lindo. Me faz lembrar de casa.” –
Estaciono
na vaga mais próxima, então corremos para o portão, nossas mochilas em cima da
cabeça
como guarda-chuvas, enquanto as solas de nossos sapatos espirram água em nossas
pernas.
E quando vejo Dulce tremer embaixo do beiral, sinto vontade de pular de alegria
quando
não vejo sua aura.
–
“O que...” – ela diz, seus olhos saltando quando ela me olha de cima para
baixo.
–
“Vocês realmente tem que aprender a terminar uma oração.” – eu rio.
–
“Realmente, quem é você?” – ela diz, ainda me olhando incrédula.
Christian
ri, entrelaçando nossos braços e nos encaminhando para dentro, dizendo – “Não
se
preocupe
com a Miss Oregon, ela parece pensar que é um lindo dia.” –
Quando
caminho para Aula de Inglês, me sinto aliviada por não ver ou ouvir qualquer
coisa
que
não deveria. E mesmo quando Stacia e Honor estão cochichando sem parar, olhando
fixamente
para minha roupa, meus sapatos, meu cabelo, inclusive a maquiagem que estou
usando,
eu apenas ignoro e me ocupo com meus próprios assuntos. Porque embora eu esteja
certa
de que não estão nem perto de dizer algo agradável, o fato de não saber as
palavras
exatas,
faz um mundo de diferença. E quando as pego encarando-me novamente, eu só
sorrio
e
aceno até ficarem ambas impressionadas e desviam o rosto.
Mas
quando chego ao terceiro período, o álcool perde o efeito. Deixando entrar
algumas
coisas,
cores e sons que ameaçam me sufocar.
E
quando levanto a mão e peso permissão para sair da sala, mal chego à porta
quando me
tinge
completamente.
Arrasto-me
até meu armário, tentando lembrar a combinação correta.
É
24 – 18 – 12 – 3, ou 12 – 18 – 3 – 24?
Olho
de relance ao redor do salão, minha cabeça martelando, meus olhos lacrimejando,
e
então
me lembro 18 – 3 – 24 – 12. E reviro uma pilha de livros e papeis, jogando
todos ao
chão,
sem prestar atenção enquanto eles caem aos meus pés, só querendo encontrar a
garrafa
de
água que escondi lá dentro, implorando por um gole do doce líquido que têm lá
dentro.
Destampo
a garrafa, inclino a cabeça pra trás e tomo um grande gole, seguido por outro,
e
mais
outro, e outro. E esperando agüentar até o almoço, tomo mais um gole quando
escuto:
–
“Espere... sorria... não? Tudo bem. Eu ainda consegui isso.” –
E
eu olho horrorizada enquanto Stacia se aproxima com a câmera levantada, uma
imagem
minha,
tomando vodka, claramente exibida.
–
“Quem teria imaginado que era tão fotogênica? Entretanto, é tão raro termos a
oportunidade
de ver você sem o capuz.” – sorri, olhando-me fixamente dos pés a cabeça.
Eu
a olho, e mesmo quando meus sentidos passam por causa da bebida suas intenções
são
claras.
–
“A quem você quer que eu envie primeiro? A sua mãe?” – ela levanta uma
sobrancelha,
cobre
sua boca fazendo uma cara de horror, enquanto diz, – “Oh, sinto muito, minhas
desculpas.
O que eu quis dizer foi sua tia. Ou talvez alguns dos seus professores? Ou
talvez
todos
os seus professores? Não? Não, você está certa, isto deveria ir direto para o
Diretor, um
pássaro,
um tiro, uma morte rápida e fácil, como dizem.” –
–
“É uma garrafa de água.” – lhe digo, agachando-me para apanhar todos os meus
livros e
enfiando-os
novamente no armário, lutando para parecer indiferente, agindo como se não me
importasse,
sabendo que ela pode cheirar o medo melhor do que qualquer cão policial
treinado.
– “Tudo o que você tem é uma foto minha tomando uma garrafa de água. Não é
grande
coisa.” –
–
“Uma garrafa de água.” – ela ri. – “Sim, é isso mesmo. E é tão original, eu
posso acrescentar.
Tenho
certeza de que é a primeira pessoa a pensar em esconder vodka em uma garrafa de
água.”
– revira os olhos. – “Por favor, você está caindo, Anahí. Um rápido teste de
embriaguez e
adeus
Bay View, olá academia de fracassados e abusadores.” –
Eu
a olho parada em frente a mim, tão segura, soberba, tão completamente confiante
de si, e
sei
que tem toda a razão para estar, me pegou com a mão na massa. E embora a
evidência
possa
ser circunstancial, ambas sabemos que ela tem razão.
–
“O que você quer?” – finalmente sussurro, sabendo que todo mundo tem um preço,
só
preciso
achar o dela. Tenho escutado bastante seus pensamentos neste último ano, tive
bastantes
visões, para confirmar que isso é verdade.
–
“Bom, para começar, quero que deixe de me chatear.” – ela diz, cruzando os
braços,
ocultando
a evidência embaixo deles.
–
“Mas eu não te chateio,” – digo, as palavras saindo um pouco arrastadas. –
“Você é que me
chateia.”
–
–
“Ao contrario,” – sorri, dando-me um olhar crítico. – “Só de ter que olhá-la
todo dia é uma
chateação.”
–
–
“Quer que eu me transfira da Aula de Inglês?” – pergunto, ainda com a estúpida
garrafa na
mão,
sem saber o que fazer com ela. Se eu deixar em meu armário ela poderia fazer
com que a
peguem,
e se eu coloco na mochila daria no mesmo.
–
“Você sabe que ainda me deve aquele vestido que destruiu com sua estupidez.” –
Então
é isso, está me extorquindo. Ainda bem que ganhei todo aquele dinheiro nas
corridas.
Eu
pego a minha mochila, localizo minha carteira, mais que disposta a dar-lhe o
dinheiro se
isso
vai terminar com tudo. – “Quanto quer?” – digo.
Ela
me olha, tentando calcular quanto posso ter. – “Bem, como havia dito era um
vestido feito
por
encomenda... E não é tão fácil substituí-lo... então...” –
–
“Cem?” – tiro uma Ben Franklin e ofereço a ela.
Ela
revira os olhos. – “Compreendo que você não tem nenhuma idéia de moda e todas
as
coisas
que vale a pena ter, você realmente precisa subir a oferta. Aponta um pouco
mais alto.”
–
ela diz, tentando olhar dentro da minha carteira.
Mas
como os chantagistas têm sempre um jeito de voltar pedindo mais, sei que o
melhor é
solucionar
agora, antes que chegue mais longe. Então a olho e digo, – “Ambas sabemos que
você
comprou aquele vestido em uma loja no encostamento, no caminho da casa de Palm
Springs,...”
– sorrio, recordando o que vi naquele dia no corredor. – “Te reembolso pelo
custo
do
vestido, que se não me falha a memória, era de oitenta e seis dólares. E em
todo caso cem
parece
ser um bom acordo, o que você me diz?” –
Ela
me encara, seu rosto transformado em um sorriso forçado, enquanto pega a nota e
enfia
no
bolso. Então olha de relance para a garrafa e pra mim, e sorri enquanto diz, –
“Então, não
vai
me oferecer uma bebida?” –
Se
alguém me dissesse ontem que eu estaria estendida no banheiro, nocauteada com
Stacia
Miller,
eu jamais acreditaria. Mas se não bastasse, foi exatamente o que aconteceu. Nos
arrastamos
para um canto, e acabamos com uma garrafa de água cheia de vodka.
Nada
como compartilhar dependências e segredos ocultos para unir as pessoas.
E
quando Dulce entrou e nos encontrou assim, seus olhos saltando quando disse, –
“Que
diabos?”
–
E
eu me rolo de ri, enquanto Stacia a olha com os olhos envesgados e balbucia, –
“Bemtinda
garrota
fantaszma.” –
–
“Eu perdi alguma coisa?” – perguntou Dulce, olhando de uma para outra, seus
olhos
entrecerrados,
desconfiada. – “Será que é pra parecer engraçado?” –
E
pelo jeito que ela olha, pela maneira como fica parada ali toda autoritária,
tão direta, tão
seria,
tão pouco divertida, nos faz ri ainda mais. Então, enquanto a porta se fecha
atrás dela,
nós
começamos a beber novamente.
Mas
ficar bêbada no banheiro com Stacia não te assegura um lugar na mesa VIP. E
estando
certa
disso, sem sequer tentar, me dirijo a nossa mesa habitual, minha cabeça tão
tonta, meu
cérebro
tão confuso, me leva um momento para me dar conta que tampouco sou bem-vinda
lá.
Deixo-me
cair, olho para Dulce e Christian, e logo começo a rir sem razão aparente. Pelo
menos
nenhuma
que seja aparente para eles. Mas se só pudessem ver seus rostos, sei que
estariam
rindo
também.
–
“O que acontece com ela?” – pergunta Christian, olhando por cima do seu script.
Dulce
franze a testa. – “Está bêbada. Totalmente e completamente bêbada. Eu a vi no
banheiro,
bebendo com, de todas as pessoas, Stacia Miller.” –
Christian
fica boquiaberto, sua testa toda enrugada de um jeito que me faz ri novamente.
E como
eu
não fico quieta, se inclina até mim, me belisca no braço e diz, – “Shh!” – olha
em nossa
volta
e novamente pra mim. – “Serio Anahí, está louca? Deus, desde que Alfonso foi
embora
você
tem estado...” –
–
“Anahí desde que Alfonso foi embora você tem estado... O quê?” – me afasto para
trás tão
rápido
que perco o equilíbrio e quase caio do banco, erguendo-me a tempo de ver Dulce
balançar
a cabeça. – “Vamos, cuspa tudo de uma vez Christian,” – eu o encaro zangada. –
“Você
também
Dulce, cuspa.” –
Só
que saiu algo mais parecido com cusptudeveis, e não acho que eles não notaram.
–
“Você quer que nós cusptudeveis?” – Christian balança a cabeça enquanto Dulce
revira os
olhos.
– “Bem, estou certo que estaríamos mais que contentes se soubéssemos o que
significa.
Você
sabe o que quer dizer?” – ele olha para Dulce.
–
“Soa Alemão.” – disse ela, olhando-me de relance.
Reviro
os olhos, e me levanto para ir embora, mas não coordeno bem e termino ferindo o
joelho.
– “Owww!” – eu grito, caindo novamente no banco, segurando a perna enquanto
meus
olhos
se fecham de dor.
–
“Aqui, beba isso.” – Christian me ordena, entregando-me sua Vitamin Water. – “E
me dá as
chaves
do seu carro, porque você não vai me levar em casa assim.” –
Christian
tem razão. Eu não ia levá-lo para casa. Porque ele foi sozinho. E quem me levou
foi
Sabine.
Ela
me acomoda no banco do passageiro, e em seguida volta ao seu assento, e quando
liga o
motor
e sai da vaga, balança a cabeça, aperta o maxilar, me olha de relance e diz, –
“Expulsa?
Como
você vai de uma estudante exemplar para expulsa? Você pode me explicar?” –
Eu
fecho meus olhos e pressiono minha testa contra a janela, o vidro liso e limpo
esfriando
minha
pele.
–
“Suspensa.” – murmuro.
–“Se
lembra? Você implorou no chão. E de maneira impressionante, se posso acrescentar.
Agora
sei porque ganha tanto dinheiro.” – eu a olho com atenção de rabo e olho quando
o
choque
de minhas palavras transformam sua expressão de preocupada para ultrajada,
reajustando
suas feições de uma forma que eu nunca havia visto. E mesmo sabendo que
deveria
sentir-me mal, envergonhada, culpada, e pior... O fato é que, não é como se eu
tivesse
pedido
que me defendesse. Não é como se eu tivesse pedido que alegasse circunstâncias
extraordinárias.
Dizendo que eu havia bebido na escola porque: Estava claramente triste pela
gravidade
da minha situação, o terrível drama de perder minha família.
E
mesmo que ela tenha dito isso de boa fé, mesmo que ela acredite que isso é
verdade, isso
não
quer dizer que seja.
Porque
a verdade é que, eu preferiria que ela não tivesse dito coisa alguma. Eu queria
que ela
tivesse
deixado me expulsarem.
E
no momento que me encontraram em frente ao meu armário, o estupor se foi e os
eventos
desse
dia voltaram a minha mente como um trailer de um filme que eu preferiria não
ver.
Pausando
na cena em que me esqueci de fazer com que Stacia apagasse aquela foto, e
repetindo
de novo e de novo.
Então
mais tarde, no escritório, quando me dei conta que era o telefone de Honor que
ela
havia
usado, que Stacia tinha ido para casa alegando estar doente do estômago (não
sem
antes
mandar Honor compartilhar a foto, junto com sua “preocupação”, com o Diretor
Buckley),
bem, tenho que admitir, mesmo estando em um grande problema, quer dizer
grande,
enorme, você pode ter certeza de que vai permanecer no seu relatório o tipo de
problema,
mesmo assim tem uma pequena parte de mim que está admirada.
Essa
parte que move sua pequena cabeça e pensa:
Bravo!
Bem feito!
Porque
mesmo com os problemas que tenho, não só na escola, mas com Sabine. Stacia não
só
cumpriu
com sua promessa de me destruir, como também ganhou cem dólares e a tarde
livre.
E
isso é realmente admirável.
Pelo
menos de uma forma calculista, cínica e sádica.
E
mesmo assim, graças a Stacia, Honor e o Diretor, e seus esforços coordenados,
não tenho
que
ir a escola amanhã. Nem no dia seguinte. Ou no dia seguinte. O que quero dizer
é que
terei
a casa só pra mim, o dia todo, todos os dias, permitindo-me ter muita
privacidade para
continuar
bebendo e aumentar minha tolerância, enquanto Sabine está ocupada no trabalho.
Porque
agora que encontrei meu caminho de paz, nada ficará no meu caminho.
–
“Há quanto tempo isto vem acontecendo?” – pergunta Sabine, insegura de como
afrontarme,
de
como tratar-me. – “Tenho que esconder todas as bebidas?” Preciso te colocar de
castigo?”
– ela balança a cabeça. – “Anahí, eu estou falando! O que aconteceu lá atrás? O
que
está
acontecendo com você? Quer que eu consiga alguém pra você conversar? Porque
conheço
esta pessoa que é especialista em terapia de sofrimento...” –
Posso
sentir seu olhar em mim, sentir a preocupação que emana de seu rosto, mas só
fecho os
olhos
e tento dormir. Não tem forma de explicar-lhe, não posso descarregar toda a
verdade
sobre
auras, visões, espíritos e um ex-namorado imortal. Porque embora ela tenha
contratado
uma
psíquica para a festa, ela fez como uma brincadeira, uma forma de
entretenimento
saudável.
Sabine trabalha com o lado esquerdo do cérebro, é organizada, trabalha com a
lógica
do
branco e preto, ignorando o cinza. E se eu fosse em algum momento
suficientemente tola
para
confiar nela, para lhe revelar todos os segredos da minha vida, ela faria muito
mais do
quê
só arranjar para que eu fala com alguém. Ela teria que me internar.
Exatamente
como prometeu, Sabine escondeu todas as bebidas antes de sair para o trabalho,
mas
eu só espero ela sair, então desço e me dirijo para a dispensa, tirando todas
as garrafas de
vodka
que sobraram da festa, as que ela havia mantido atrás, e que havia se esquecido
disso
completamente.
E depois eu as levo para o quarto, me jogo na cama, excitada com a
possibilidade
de três semanas inteiras sem ir à escola. Vinte e um gloriosos dias espalhados
diante
de mim como comida diante de um gato gordo. Uma semana de suspensão e duas
pelas
convenientes
Férias de Inverno. E planejo usar todo o tempo, cada longo e preguiçoso dia em
uma
nuvem de vodka.
Encosto-me
na almofada e destampo a garrafa, determinada a limitar cada gole, deixando que
o
álcool siga todo o caminho pela minha garganta e pela corrente sanguínea antes
de tomar
outro.
Nada de grandes goles, ou excessivos. Só goles lentos e constantes até que
minha
cabeça
comece a acalmar e todo o mundo se torne mais brilhante. Fundando-me em um
lugar
mais
feliz. Um mundo sem memórias. Um lugar sem perdas.
Uma
vida onde eu só vejo o que supostamente vejo.
Autor(a): theangelanni
Este autor(a) escreve mais 24 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
CAPITULO VINTE E NOVE Na manhã de 21 de dezembro desço as escadas até o primeiro piso e embora esteja tonta, meus olhos sonolentos e tenho uma ressaca horrível, me arrumo para dar uma boa impressão preparando o café da manhã para que Sabine vá para o trabalho convencida de que tudo está bem e assim eu ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 287
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
ligia Postado em 26/10/2013 - 21:22:02
Continua postando, não vejo a hora de ver a Any e o Poncho juntos, sinceramente estou adorando a web.
-
bruubuna Postado em 28/01/2013 - 02:57:51
haaa li a sua historia e eh linda demaaaaaaaaaaaaaaaaaaaais..e a continuaçao?
-
jl Postado em 03/06/2011 - 16:12:53
Acabei o/ ~pula~
AAAAAAAAAA esse livro é perfeito e adaptado Anahi e Alfonso ficou mil vezes melhor *--*
Obrigada por me viciar em mais uma saga de misterios e emoções *--*
Quero a segunda temporada agora u.u -
jl Postado em 03/06/2011 - 16:12:49
Acabei o/ ~pula~
AAAAAAAAAA esse livro é perfeito e adaptado Anahi e Alfonso ficou mil vezes melhor *--*
Obrigada por me viciar em mais uma saga de misterios e emoções *--*
Quero a segunda temporada agora u.u -
jl Postado em 03/06/2011 - 16:12:45
Acabei o/ ~pula~
AAAAAAAAAA esse livro é perfeito e adaptado Anahi e Alfonso ficou mil vezes melhor *--*
Obrigada por me viciar em mais uma saga de misterios e emoções *--*
Quero a segunda temporada agora u.u -
jl Postado em 03/06/2011 - 16:12:41
Acabei o/ ~pula~
AAAAAAAAAA esse livro é perfeito e adaptado Anahi e Alfonso ficou mil vezes melhor *--*
Obrigada por me viciar em mais uma saga de misterios e emoções *--*
Quero a segunda temporada agora u.u -
jl Postado em 03/06/2011 - 16:12:38
Acabei o/ ~pula~
AAAAAAAAAA esse livro é perfeito e adaptado Anahi e Alfonso ficou mil vezes melhor *--*
Obrigada por me viciar em mais uma saga de misterios e emoções *--*
Quero a segunda temporada agora u.u -
jl Postado em 03/06/2011 - 16:12:35
Acabei o/ ~pula~
AAAAAAAAAA esse livro é perfeito e adaptado Anahi e Alfonso ficou mil vezes melhor *--*
Obrigada por me viciar em mais uma saga de misterios e emoções *--*
Quero a segunda temporada agora u.u -
jl Postado em 03/06/2011 - 16:12:29
Acabei o/ ~pula~
AAAAAAAAAA esse livro é perfeito e adaptado Anahi e Alfonso ficou mil vezes melhor *--*
Obrigada por me viciar em mais uma saga de misterios e emoções *--*
Quero a segunda temporada agora u.u -
jl Postado em 03/06/2011 - 16:12:25
Acabei o/ ~pula~
AAAAAAAAAA esse livro é perfeito e adaptado Anahi e Alfonso ficou mil vezes melhor *--*
Obrigada por me viciar em mais uma saga de misterios e emoções *--*
Quero a segunda temporada agora u.u