Fanfic: O resgate (adaptada) Vondy | Tema: Vondy

Dulce ainda estava acordada, pois não conseguia dormir de jeito nenhum. Ela encarava o relógio na parede ao lado da cama, vendo os minutos passarem com assustadora regularidade. 

Kyle estava desaparecido havia quase quatro horas. 

Quatro horas!

Ela queria fazer alguma coisa - qualquer coisa, manos ficar deiitada ali, tão impotente, inútil para Kyle e a equipe de busca. Queria procura-lo e o fato de não estar fazendo isso era mais doloroso que seis ferimentos. Tinha de saber o que estava acontecendo. Queria assumir o controle da situação. Mas ali não podia fazer nada. 

Seu corpo a traíra. Na última hora a vertigem diminuirá apenas um pouco. Ainda não conseguia manter o equilíbrio por tempo suficiente para andar pelo corredor, muito menos para participar da busca. Qualquer luz forte fazia seus olhos doerem e, enqaunto o médico lhe fazia perguntas ela vira o rosto dele triplicado. Agora, sozinho no quarto, se odiava por sua fraqueza? Que tipo de mãe ela era?

Nem conseguia procurar pelo próprio filho!

Ela havia perdido o controle a meia-noite - Kyle estava desaparecido fazia três horas -, ao perceber que não poderia deixar o hospital. Começara a gritar repetidamente o nome do filho assim que a radiografia terminará. Tinha sido um estranho alívio extravasar, gritar o nome dele a plenos pulmões. Em sua mente, Kyle podia ouvila - e ela queria que o menino ouvisse sua voz. Volte, Kyle. Volte para onde mamãe estáva. Você está me ouvindo não está? Não importava que duas enfermeiras lhe dissessem para se aquietar, se acalmar, Dulce lutava violentamente contra elas enquanto tentava contê-la. Apenas relaxe, diziam, vai fazer tudo bem. 

Mas ela não conseguia parar. Continuou gritando o nome dele e lutando até ser levado para o quarto. A essa altura estava exausta e os gritos tinham se transformado em soluços. Uma enfermeira ficará com ela por alguns minutos para se certificar de que estava tudo bem e depois fora atender a uma chamada de emergência no outro quarto. Desde então Dulce estava sozinha.

Ela olhou para o ponteiro do relógio ao lado da cama.

Tique.

Ninguém sabia o que estava acontecendo. Antes de a enfermeira ir embora, Dulce tinha lhe pedido para telefonar para a polícia e perguntar.

Havia implorado, mas a enfermeira gentilmente recusa. Em vez disso, dissera que a informariam assim que soubesse de algo. Até lá a melhor coisa que ela podia fazer era se acalmar e relaxar. 

Relaxar.

Eles estavam loucos? 

Kyle estava lá fora, e Dulce sabia que estava vivo. Tinha de estar. Se estivesse morto, ela saberia. Sentiria isso em seu íntimo e a dor seria nítida, como um soco no estômago. Talvez eles estivessem uma ligação especial, talvez todas as mães tivessem uma com seus filhos. Talvez fosse porque Kyle não podia falar e ela precisava confiar no instinto para lidar com ele.

Não tinha certeza. Mas no fundo do coração, acreditava que saberia se o pior acontecesse - e até ali seu coração permanecia calado.

Kyle ainda estava vivo.

Tinha de estar...

Deus, por favor, permitia que esteja.

Tique.