Fanfic: Linha Investigativa - Alguém Espia Nas Trevas | Tema: Originais, Suspense
Mini Mercado - 2 de Novembro de 1985.
A musica tocava baixinho no som enquanto a mulher distraída dava o ultimo toque no mercado para enfim poder fechar, tentava fazer tudo rapidamente enquanto ouvia os suspiros irritados de sua filha.
―Mãe, não tem nada para fazer aqui . – a garotinha entediada revira os olhos enquanto observa seu hamster fazer sua refeição na gaiola.
―Pode me ajudar a colocar o lixo lá fora. – sua mãe responde com um sorriso, mesmo sabendo que a garota não iria gostar da ideia.
―Não tem graça. - diz e revira os olhos para a mãe.
―Ah filha, então brinca com o Hamster . – Ela sabia muito bem que a garota estava odiando ficar ali, mas não tinha opção. Deixa-la em casa sozinha com ele estava fora de cogitação.
Não queria pensar nele, mas foi inevitável, e com um arrepio espiou lá fora esperando ver ele dobrar a esquina e abrir a porta brutalmente, embora desejasse que isso não acontecesse, sabia que era inevitável, e que isso iria acontecer caso ela não tomasse uma atitude logo.
―Por que esta olhando pela janela? O papai não vem. – foi puxada dos seus pensamentos pela voz entediada da sua filha.
―Se ele vier você se lembra do que eu disse? - perguntou com a voz nervosa e viu sua filha revirar os olhos mais uma vez. Seu coração se apertava ao ver que ela não levava a sério. - Se esconde atrás do balcão. - sua voz embora fosse firme, parecia não ser o suficiente para a garota levar a serio, pois ela somente fingia não escutar. - você ouviu Suzan? - perguntou mais uma vez, dessa vez forçando-a a olha-la nos olhos.
A menina sustentou seu olhar, mas com uma carranca enorme. A mãe a encarou por mais uns minutos antes de se dar por vencida e revirar os olhos diante do silencio, recriminando-se por ter pegado esse habito feio com a garota.
Com um suspiro cansado pegou o saco de lixo e o colocou ao lado do balcão enquanto colocava algumas garrafas vazias dentro.
―Quero ir pra casa. - a voz da filha a fez fechar os olhos e segurar as lagrimas. Deus sabia que tudo que ela queria era poder ir pra casa e dizer a filha que tudo ia ficar bem, mas sabia que não podia. Tinha que ser forte. Por isso mesmo se virou para a garota e se ajoelhou para ficarem da mesma altura.
Quase fraquejou ao olhar para ela. Suzan a encarava emburrada enquanto segurava a gaiola do hamster. Tão parecida com ela, os cabelos lisos, olhos castanhos claros e com as bochechas rosa proeminentes, porém tinha que ter a falta de paciência do pai.
―Nos não vamos para casa. - enfim respondeu se levantando e voltando a fazer suas coisas, a mulher se recusava a olhar para a filha e ver seus olhos cheios de acusação por ela estar tirando-a de sua vida e amigos.
―Onde a gente vai dormir? E as minhas roupas, meus livros, minhas coisas...?
―A gente compra tudo novo. - falou rapidamente a cortando e dando de ombros e voltava a fazer as suas coisas.
―Você não tem dinheiro. - parou ao ouvir a voz da filha. Com um suspiro cansado se virou para a filha e quase fraquejou ao ver seu olhar. Nem sua filha acreditava que poderiam seguir em frente. Porem ela tinha que ser forte, não podia voltar.
―Nós vamos ficar bem. Pode não acreditar nisso agora, mas eu juro que é verdade- falou dando um pequeno sorriso, tentando convencer sua filha e a si mesma de que isso era verdade. - filhinha, eu amo muito você. - falou sorrindo e Suzan olhou para frente emburrada .
Por fim vendo que não iria conseguir deixar a filha contente pegou o saco de lixo e se encaminhou para fora do mercado pelos fundos, prometendo a si mesma que seria diferente dali para frente.
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―AAAAH. - A mulher seminua gritava enquanto corria para salvar sua vida. Seu coração batia dolorosamente rápido, suas mãos e pés estavam cortando pela corrida, assim como seu corpo que tinha vários arranhões. Porém, mesmo com dor não se permitia parar. Não podia desistir, tinha uma filha e não podia deixa-la sozinha no mundo.
Com os olhos cheio de lagrimas, não viu a raiz de uma arvore enorme, tropeçou nela caindo no chão e arranhando o corpo, sabia que ele estava perto, podia ouvir seus passos, mas se levantou mesmo assim. Estava pronta para correr quando ouviu um tiro alto e congelou, virou ofegante e ele apareceu em seu campo de visão, sabia que estava perdida, não tinha para onde correr. Suas pernas se movimentavam para traz automaticamente enquanto ele a seguia com a arma apontada para ela.
―Por-por favor... Não. - enfim caída no chão implorava por sua vida como nunca imaginou fazer algum dia.
Ele se aproximou colocando uma lanterna no rosto dela. Ele gostava de ve-las implorando, gostava da adrenalina, de caça-las no bosque. Ali ele era o rei.
Um sorriso doentio se espalhou pelos seus lábios quando viu que a moça iria implorar pela vida mais uma vez, porém ele não deu chance. O barulho da arma ecoou e o corpo sem vida agora jazia no chão. Olhos azuis o encaravam, olhos que um dia foi cheio de brilho e esperanças, agora estavam vazios e sem vida.
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Dias Atuais
Dois policiais caminhavam para a cena do crime, um homem e uma mulher.
A mulher era magra, baixa, olhos azuis claros e tinha o cabelo loiro, que insistia em manter amarrado. Não era o tipo de colocar medo nos outros, mas quando falava impunha respeito, e embora não tivesse a aparência ameaçadora, sabia se defender muito bem.
Já o homem era alto, não tinha o corpo cheio de musculo, porém sabia se defender como ninguém. Seu rosto com belos traços, cabelos e olhos escuros, embora fosse um ótimo amigo e parceiro era metido a garanhão e um pouco machista.
―O corpo foi achado por andarilhos. O cão farejou. - Judith Dawson, detetive da homicídios, falava com seu parceiro Petter.
―Essa reserva é um ótimo lugar para jogar um corpo. - Constatou Petter Mason enquanto colocava suas mãos dentro do bolso. Embora fosse dia ainda, era comum fazer frio na Filadélfia.
―Só mato por quilômetros. As únicas testemunhas são pássaros e abelhas. - Judith foi diminuindo o passo até estar parada a cena do crime. A unidade de pesquisa já se encontrava lá. – Já tem identidade chefe? - perguntou olhando para baixo, ao lado dos ossos da vitima se encontrava John White. Seu rosto cansado e marcado pelo tempo, ele se levantou, embora não fosse nenhum jovem não se imaginava se aposentando, muito menos sua equipe imaginava.
―De um bracelete de alerta médico. Janet McCarroll. - falou entregando uma pasta com detalhes da vitima para Petter e um café para Judith, enquanto, estendendo a mão a ajudando a descer na cova e olhar mais detalhadamente o corpo. - mulher branca, 31 anos de idade, desaparecida em 1985. - continuou voltando sua atenção para o corpo.
―Desapareceu do local de trabalho e a ultima a vê-la foi sua filha de 11 anos. - Falou Petter lendo a ficha da mulher. - A mãe saiu com o lixo e nunca mais voltou. - constatou suspirando e mirando os ossos da mulher.
―Da cavidade peitoral. Despedaçou as costelas. - John estava com um saquinho de coleta com uma bala dentro. O entregou na mão de Judith.
―Que bala eim. - Judith disse examinando-a.
―Não tem buracos de bala nas roupas. - John apontou para as roupas da vitima.
―O assassino dela tirou as roupas antes de atirar. - Petter disse e seu chefe somente assentiu.
―Agora que sabemos o nome dela, a próxima pergunta. - Judith se abaixou ao corpo e levantou o saco que estava cobrindo o pescoço da vitima para cima. - cadê a cabeça?
Autor(a): regiane163
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