Fanfic: Os instrumentos Mortais | Tema: Laliter
A luz agrediu as pálpebras de Mariana, azul, branca e vermelha. Havia um barulho agudo e de lamentação, subindo de tom como o grito de uma criança aterrorizada. Mariana engasgou-se e abriu os olhos. Ela estava deitada sobre o gramado frio e úmido, Peter estava ajoelhado a seu lado, as algemas prateadas nos pulsos dele emitiam faíscas de luz enquanto ele rasgava o pedaço de tecido que segurava.
- Não se mexa.
Mariana girou a cabeça para o lado, desobedientemente, e foi recompensada com uma pontada aguda de dor nas costas. Ela estava deitada sobre uma grama atrás da roseira cuidadosamente cultivada por Gimena. Um pequeno grupo de vizinhos já havia se aglomerado, encarando enquanto a porta do carro se abria e dois policiais de uniforme azul emergiam. A polícia. Ela tentou se sentar, e não conseguiu, os dedos tremiam na terra úmida
- Eu disse para não se mexer – sibilou Peter – Aquele demônio Ravener te acertou na nuca. Ele já estava semimorto, então não provocou um dano grave, mas temos que leva-la para o instituto. Fique parada.
- Aquela coisa, o monstro, ele falava – Mariana se mexia incontrolavelmente
- Você já ouviu um demônio falar antes – as mãos de Peter eram delicadas enquanto colocava a tira de pano sob o pescoço de Mariana e amarrava, estava embebido com alguma coisa que parecia cera, como o material de jardinagem que Gimena utilizava para manter macias as mãos que abusavam de tinta e de agarrás.
- O demônio no Pandemônio parecia uma pessoa.
- Era um demônio espectro. Capaz de mudar de forma. Raveners são daquele jeito mesmo. Nada atraentes, mas são burros demais para se importar com isso.
- Ele dizia que ia me comer.
- Mas não comeu. Você o matou – Peter concluiu o curativo e sentou-se.
Para alívio de Mariana, a dor na nuca havia passado. Ela conseguiu sentar.
- A polícia esta aqui – a voz dela soou como o coaxar de um sapo – Nós deveríamos...
- Não há nada que possam fazer. Alguém deve ter ouvido os seus gritos e os chamou. Aposto que não são policiais de verdade. Os demônios tem uma maneira de esconder os próprios rastros.
- Minha mãe – Mariana disse, forçando as palavras através da garganta inchada.
- Há veneno de Ravener passando por suas veias neste exato instante. Você vai morrer dentro de uma hora se não vier comigo – ele se levantou e esticou a mão para ela. Ela aceitou e ele a levantou com um puxão – Vamos
O mundo estremeceu. Peter pôs a mão nas costas dela, segurando-a, segurando-a firme.
- Você consegue andar?
- Acho que sim – ela olhou através dos arbustos densos. Conseguia ver a polícia se aproximando. Um dos oficiais, uma mulher loura e magra, trazia uma lanterna em uma das mãos. Ao levantá-la, Mariana viu que a mão não tinha carne, era uma mão esquélitica afiada nas pontas dos dedos – A mão dela...
- Eu disse que poderiam ser demônios – Peter olhou para o fundo da casa – Temos que sair daqui. Da para ir pelo beco?
Mariana balançou a cabeça.
- É sem saída. Não tem como... – as palavras dela se dissolveram numa tosse. Ela levantou a mão para cobrir a boca. Voltou vermelha. Ela gemeu.
Ele agarrou o pulso de Mariana, girando-o para que a parte branca e vulnerável do antebraço ficasse nua sob a luz da lua. Traços de veias azuladas mapeavam o interior da pele da menina, trazendo sangue envenenado para seu coração e cérebro. Mariana sentiu os joelhos curvarem. Havia algo na mão de Peter, algo afiado e prateado. Ela tentou libertar a própria mão, mas o punho dele era forte demais: ela sentiu uma picada forte na pele. Quando ele soltou, ela viu um símbolo preto tatuado, como aqueles que cobriam a pele dele, logo abaixo da dobra do próprio pulso. Parecia um aglomerado de círculos sobrepostos.
- O que exatamente isso faz?
- Vai esconder – ele disse – Temporariamente – ele colocou de volta no cinto a coisa que Mariana pensara que era uma faca. Era um cilindro longo e luminoso, da grossura de um dedo indicador, e afunilado na ponta – Minha estela – ele disse.
- Peter – ela disse, e caiu sobre ele. Ele a segurou, como se estivesse acostumado a segurar garotas desmaiando, como se fizesse isso todos os dias. E talvez fosse o caso. Ele a tomou nos braços, dizendo alguma coisa em seu ouvido que soava como Pacto. Mariana esticou a cabeça para trás para olhar para ele, mas só viu as estrelas espalhadas no céu acima. Depois a base de tudo caiu, e mesmo os braços de Peter não bastavam para impedir que ela caísse.
Autor(a): marwb
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- Você acha que ela vai acordar alguma hora? Já faz três dias. - Você precisa dar um tempo a ela. Veneno de demônio é forte demais, e ela é uma mundana. Não tem os símbolos para se manter forte como nós. - Mundanos morrem com grande facilidade, não é mesmo? - Eugênia, você sabe que ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 6
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viadinhadopeter Postado em 06/09/2015 - 02:52:46
Aii meu deus! Eu to amando muito isso, é sério. TA simplesmente perfeita. Continua logo, pleasee.
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viadinhadopeter Postado em 29/08/2015 - 01:55:28
Cara, sinceramente, você não tem noção do quanto eu estou amando suas fanfics. Tanto essa, quanto a outra "Caminhos Cruzados". É sério! Você trouxe algo fantástico que eu amo em fanfics e eu nunca vi em fanfics laliters que é suspence. Algo surreal, sabe? Vampiros, monstros, poderes e tals. Isso é perfeito. Suas fanfics são perfeitas, vc é perfeita kkkkk não sei descrever o quanto estou amando essa fanfic. Pode contar com meus comentários sempre nas duas fanfics que eu citei. Porque estou amando. Pfvr posta logoo, please. Kkkkk
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lalites Postado em 03/08/2015 - 20:31:36
Mais ,=D
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lalites Postado em 28/07/2015 - 12:51:57
Posta mais
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thali47 Postado em 27/07/2015 - 14:46:44
n acredito que voce parou bem ai, continua logo porfaa
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thali47 Postado em 26/07/2015 - 00:23:01
começa logo que eu estou curiosa aqui