Fanfic: Os instrumentos Mortais | Tema: Laliter
A pistola caiu da mão de Nico, no aquecedor. Ele se ajoelhou para pegá-la, sem olhar para Mariana
- Como se eu fosse a única testemunha de um crime, é desse tipo de coisa que está falando?
- Não. Quero dizer se houvesse outras pessoas por ai, mas você fosse o único que conseguisse enxergar alguma coisa. Como se fossem invisíveis a todos. Menos você
Ele hesitou, ainda ajoelhado, a pistola dentada firme no punho
- Sei que parece loucura – disse Mariana de forma nervosa – Mas...
Ele virou-se para ela. Os olhos extremamente azuis atrás dos óculos encaravam-na com um olhar de profunda afeição
- Mariana, você é uma artista, assim como sua mãe. Isso significa que vê o mundo de um jeito que as outras pessoas não veem. É seu dom ver a beleza e o horror em coisas ordinárias. Isso não faz de você uma pessoa louca, apenas diferente. Não há nada de errado em ser diferente
Mariana abraçou as pernas e apoiou o queixo nos joelhos. Em sua mente, ela viu o armazém, o chicote dourado de Eugênia, o menino de cabelo azul sofrendo convulsões e espasmos enquanto morria e os olhos verdes de Peter. Beleza e horror. Ela disse:
- Se meu pai tivesse sobrevivido, você acha que ele também teria sido um artista?
Antes que pudesse responder a porta se abriu e a mãe de Mariana entrou na sala, os saltos das botas ecoando barulhentos ao tocarem o chão de madeira polido. Ela entregou a Nico o molho de chaves e virou-se para encarar a filha
Gimena Fray era uma mulher magra e miúda, de cabelos um pouco mais escuros que os de Mariana, que tinham o dobro de comprimento. Ela vestia um macacão coberto de tinta por cima de uma blusa lavanda e botas esportivas cor marrom. As pessoas diziam a Mariana que se parecia com a mãe, mas ela não via semelhança alguma. Gimena também tinha um andar gracioso que fazia com que as pessoas virassem a cabeça para vê-la. Mariana, ao contrário, vivia tropeçando
- Obrigada por ter trazido as caixas aqui para cima – a mãe de Mariana disse a Nico, sorrindo. No entanto, ele não retribuiu o sorriso. O estomago de Mariana embrulhou de forma desagradável – Desculpe por ter demorado tanto para encontrar uma vaga. Deve ter um milhão de pessoas no estacionamento hoje...
- Mãe? – interrompeu Mariana – Para que são essas caixas?
Gimena mordeu o lábio, Nico olhou para Mariana, silenciosamente impelindo Gimena a continuar. Com um movimento nervoso de pulso, Gimena colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha e foi se juntar a filha no sofá
- Isso é por causa de ontem a noite? – perguntou Mariana
- Não – ela respondeu rapidamente e, em seguida, hesitou – talvez um pouco. Você não deveria ter feito o que fez ontem a noite. Você sabe muito bem
- E eu já pedi desculpas. O que está acontecendo? Se você está me colocando de castigo, coloque logo
- Não é isso que estou fazendo – disse a mãe – Não estou te colocando de castigo – ela estava com a voz tensa como um fio. Ela olhou para Nico, que balançou a cabeça
- fale logo, Gimena – disse ele
- Será que vocês poderiam deixar de falar de mim como se eu não estivesse aqui? – Mariana disse irritada – E como assim, me contar? Contar o que?
Gimena soltou um suspiro – Vamos sair de férias
A expressão de Nico ficou vazia, como uma tela em branco, sem qualquer pingo de tinta
- Então é isso? Vocês vão sair de férias? – ela se apoiou nas almofadas – Não estou entendendo. Por que tanto reboliço?
- Acho que você não está entendendo. Quero dizer que vamos todos sair de férias. Nós três: Você, Nico e eu. Vamos para o sítio
- Por quanto tempo?
- Até o fim do verão – disse Gimena – Eu trouxe as caixas caso você queira levar livros, materiais de pintura
- Até o fim do verão? – Mariana sentou-se empertigada, com indignação – Eu não posso fazer isso, mãe. Tenho planos, Nicolas e eu íamos fazer uma festa de volta as aulas, e tenho várias reuniões com meu grupo de arte, e mais aulas na Tisch...
- Sinto muito pela Tisch. Mas outras coisas podem ser canceladas, Nicolas vai entender, e o grupo de arte também
- Mas eu paguei por essas aulas de arte. Passei o ano inteiro economizando. Você prometeu – ela girou, voltando-se para Nico – Fale para ela! Fale que não é justo
Nico não desgrudou o olhar da janela, embora um músculo da bochecha tenha saltado
- Ela é sua mãe. A decisão é dela
- Eu não entendo – Mariana olhou para a mãe – Por que?
- Preciso viajar Mariana – disse Gimena, com os cantos da boca tremendo – Preciso de paz e sossego, para pintar. E estamos com pouco dinheiro agora...
- Então venda mais algumas ações do papai – esbravejou Mariana – É o que você sempre faz, não é?
Gimena encolheu-se
- Você não está sendo justa
- Olha só, pode ir se quiser. Não me importo. Eu fico aqui sem você. Posso trabalhar; posso arrumar um emprego no Starbucks, ou coisa parecida. Nicolas me disse que eles sempre estão contratando. Já tenho idade o suficiente para cuidar de mim...
- Não – a dureza na voz de Gimena fez com que Mariana desse um salto – Eu reembolso as aulas de arte, Mariana. Mas você vem conosco. Não é opcional. Você é nova demais para ficar aqui sozinha. Alguma coisa poderia acontecer
- Tipo o que? O que poderia acontecer? – indagou Mariana
E então um barulho. Ela virou surpresa para ver que Nico havia derrubado um dos porta retratos apoiados na parede. Com a expressão claramente incomodada. Ao se recompor com uma expressão ligeiramente rígida
- Estou indo
Gimena mordeu o lábio
- Espere – ela correu atrás dele na entrada, alcançando-o bem no instante em que ele segurava a maçaneta. Virando-se no sofá, Mariana podia ouvir o sussurro aflito da mãe – Sierra – Gimena dizia – tenho ligado para ele sem parar nas últimas três semanas. A secretária eletrônica diz que ele está na Tanzânia. O que eu posso fazer?
- Gimena – Nico balançou a cabeça – Você não pode ficar recorrendo a ele para sempre
- Mas Mariana...
- Não é Pablo – Sibilou Nico – Você nunca mais foi a mesma desde o que aconteceu, mas Mariana não é Pablo
- Não posso simplesmente segurá-la em casa, impedir que saia. Ela não vai aceitar
- É claro que não vai aceitar – Nico parecia extremamente irritado – Ela não é um animal de estimação, é uma adolescente. Quase adulta
- Se estivéssemos fora da cidade...
- Fale com ela, Gimena – a voz de Nico era firme – Estou falando sério
A porta se abriu, Gimena gritou
- Meu Deus – Exclamou Nico...
Autor(a): marwb
Este autor(a) escreve mais 2 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
- Na verdade sou só eu – Disse Nicolas – Mas já me disseram que somos muito parecidos – ele acenou para Mariana da entrada da casa – Você está pronta? Gimena tirou a mãe da boca - Nicolas, Você estava ouvindo atrás da porta? - Não, acabei de chegar – ele olhou o rosto pálido d ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 6
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
viadinhadopeter Postado em 06/09/2015 - 02:52:46
Aii meu deus! Eu to amando muito isso, é sério. TA simplesmente perfeita. Continua logo, pleasee.
-
viadinhadopeter Postado em 29/08/2015 - 01:55:28
Cara, sinceramente, você não tem noção do quanto eu estou amando suas fanfics. Tanto essa, quanto a outra "Caminhos Cruzados". É sério! Você trouxe algo fantástico que eu amo em fanfics e eu nunca vi em fanfics laliters que é suspence. Algo surreal, sabe? Vampiros, monstros, poderes e tals. Isso é perfeito. Suas fanfics são perfeitas, vc é perfeita kkkkk não sei descrever o quanto estou amando essa fanfic. Pode contar com meus comentários sempre nas duas fanfics que eu citei. Porque estou amando. Pfvr posta logoo, please. Kkkkk
-
lalites Postado em 03/08/2015 - 20:31:36
Mais ,=D
-
lalites Postado em 28/07/2015 - 12:51:57
Posta mais
-
thali47 Postado em 27/07/2015 - 14:46:44
n acredito que voce parou bem ai, continua logo porfaa
-
thali47 Postado em 26/07/2015 - 00:23:01
começa logo que eu estou curiosa aqui