Fanfic: Os instrumentos Mortais | Tema: Laliter
Ao chegarem ao Java Jones, Eric já estava no palco, movimentando-se para frente e para trás diante do microfone com os olhos fechados. Atrás dele, Matt, parecendo completamente chapado, batucava em um tambor
- Isso vai ser pior do que péssimo – previu Mariana. Ela agarrou Nicolas pela manga e o puxou em direção a entrada – Se corrermos agora, conseguiremos escapar
Ele balançou a cabeça determinado.
- Eu não sou nada se não for um homem de palavra – ele deu de ombros – Eu pego o café se você arrumar um lugar para sentarmos. O que você quer?
- Só café. Preto, como minha alma
A cafeteria estava cheia para um segunda-feira, o cheiro de café e cigarros de cravo da índia era insuportável. Finalmente, Mariana encontrou um pequeno sofá desocupado em um canto escuro perto da saída. A única pessoa nos arredores era uma menina loura com uma camiseta laranja, absorvida pelo próprio iPod
- Eu odeio quando acabam as canecas. Esses copos ficam quentes demais – Nicolas chegou soprando os dedos. Mariana tentou conter o sorriso enquanto o observava. Normalmente ela nunca pensava se Nicolas era bonito ou não. Ele tinha um belo par de olhos escuros, concluiu, e se desenvolvera bem no ultimo ano. Com o corte de cabelo certo... – Você está me encarando – disse Nicolas – Porque está me encarando? Tem alguma coisa errada com o meu rosto?
- Não olhe agora, mas aquela garota loura ali está te olhando – sussurrou Mariana
- A garota de blusa laranja? – Mariana assentiu. Nicolas pareceu incrédulo – Porque você acha isso?
Mariana abriu a boca para responder, e foi interrompida por um ruído de retorno. Ela franziu o rosto enquanto Eric, no palco, brigava com o microfone.
- Desculpe aí pessoal – gritou ele – Certo. Eu sou o Eric, e esse é meu amigo Matt na percussão. Meu primeiro poema se chama “sem título” – ele fez uma careta – Vieste, meu falso fanático, meus lombos nefastos! Cubra cada protuberância com árido zelo
Nicolas escorregou na própria cadeira.
- Por favor, não conte a ninguém que o conheço
Mariana sorriu – Quem usa a palavra “lombos”?
- Eric – disse Nicolas impiedosamente – Todos os poemas dele incluem lombos
- Meu tormento é túrgido – gemeu Eric – A agonia infla dentro de mim
- Pode apostar que sim – disse Mariana – Mas então, sobre a garota que estava te encarando
- Deixa isso pra lá um pouco – disse Nicolas. Mariana piscou os olhos em sinal de surpresa
Ela virou-se de costas. Sentado em um sofá verde desbotado, a alguns metros de distancia, estava Peter. Ele vestia a mesma as mesmas roupas escuras que havia usado na noite anterior na boate. Os braços estavam nus e cobertos por linhas brancas como velhas cicatrizes. Os pulsos traziam algemas de metal; ela podia ver o cabo de osso de uma faca saliente no lado esquerdo. Ele estava olhando diretamente pra ela, um sorriso torto se formando. Pior que a sensação de saber que estava rindo dela, era a absoluta convicção de Mariana de que ele não estava ali a cinco minutos
Ela encarou Peter enquanto pensava, e ele levantou a mão esquerda para acenar para ela, um anel brilhou em seu dedo. Ele se levantou e começou a andar sem a menor pressa, em direção a porta. Os lábios de Mariana se partiram em surpresa. Ele estava indo embora, simplesmente isso. Ela sentiu a mão de Nicolas em seu braço. Ele dizia seu nome. Mas ela mal conseguia ouvi-lo
- Já volto – ela se pegou dizendo, enquanto levantava do sofá. Correu em direção a porta, e deixou Nicolas olhando para ela.
***
- A poesia do seu amigo é péssima – Peter disse
Mariana piscou os olhos, momentaneamente sendo pega desprevenida.
- O que?
- Eu disse que a poesia do seu amigo é péssima. Parece que ele engoliu um dicionário e saiu vomitando palavras a esmo
- Não me importo com a poesia do Eric – Mariana estava furiosa – Eu quero saber o por que você está me seguindo
- Quem disse que eu estava seguindo você?
- Boa tentativa. E você estava ouvindo a nossa conversa também. Você quer me dizer a razão, ou eu devo chamar a policia?
- E dizer o que a eles? – disse Peter de forma arrasadora – Que pessoas invisíveis estão te incomodando? Acredite em mim, garotinha, a polícia não vai prender alguém que não consegue enxergar.
- Eu já disse que meu nome não é garotinha – disse entredentes – É Mariana
- Eu sei – disse ele – É um nome bonito. Você parece uma mundana como todos os outros, mas consegue me ver. É incompreensível.
- O que é um mundano?
- Alguém do mundo dos humanos. Alguém como você
- Mas você é um humano – disse Mariana
- Sou – disse ele – Mas não sou como você – Não havia qualquer tom de defesa na sua voz. Ele falava como se não se importasse se ela acreditava ou não.
- Você se acha melhor. É por isso que estava rindo da gente.
- Estava rindo porque declarações de amor me entretêm, sobretudo quando não há recíproca – disse ele – E porque Nicolas é um dos mundanos mais mundanos que já encontrei. E porque Hodge achou que você pudesse ser perigosa, mas, se for, certamente não sabe.
- Eu sou perigosa? – Mariana rebateu completamente perplexa – Eu vi você matar uma pessoa ontem a noite. Eu vi quando o esfaqueou completamente, e... – e eu vi quando ele o arranhou com dedos que pareciam lâminas. Eu vi que você estava cortado e sangrando, e agora é como se nada tivesse acontecido com você.
- Eu posso até ser um assassino – disse Peter – Mas eu sei o que sou. Você pode dizer o mesmo a seu respeito?
- Sou em ser humano comum, como você disse. Quem é Hodge?
- Meu tutor. E eu não me precipitaria tanto em me auto intitular comum se fosse você – ele se inclinou para frente – deixe me ver sua mão direita.
- Minha mão direita? – retrucou Mariana. Ele assentiu – Se eu mostrar a mão, você me deixa em paz?
- Certamente – Seu tom de voz era debochado.
Ela esticou a mão direita sem a menor vontade. Parecia pálida sob a meia luz que vazava das janelas. De alguma forma, ela se sentiu tão exposta quanto se tivesse tirado a blusa e mostrado os seios. Ele pegou a mão dela, virou para um lado e para o outro.
- Nada – ele quase parecia desapontado – Você não é canhota, é?
- Não, por que?
- A maioria das caçadoras de sombras são marcadas na mão direita, ou esquerda, se forem canhotas, como eu, quando ainda são jovens. É uma marca permanente que traz uma habilidade exata com as armas – Ele mostrou para ela as costas da própria mão esquerda; parecia perfeitamente normal para ela.
- Não estou vendo nada – disse ela
- deixe a mente relaxar – sugeriu ele – Espere vir até você. Como se estivesse esperando por alguém emergir da água
- Você é louco - mas ela relaxou, encarando a mão dele, vendo pequenas linhas nas juntas, as longas juntas dos dedos...
Soltou em direção a ela repentinamente, brilhando como um sinal vermelho. Um desenho preto nas costas da mão. Ela piscou os olhos e a marca sumiu...
Autor(a): marwb
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 6
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viadinhadopeter Postado em 06/09/2015 - 02:52:46
Aii meu deus! Eu to amando muito isso, é sério. TA simplesmente perfeita. Continua logo, pleasee.
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viadinhadopeter Postado em 29/08/2015 - 01:55:28
Cara, sinceramente, você não tem noção do quanto eu estou amando suas fanfics. Tanto essa, quanto a outra "Caminhos Cruzados". É sério! Você trouxe algo fantástico que eu amo em fanfics e eu nunca vi em fanfics laliters que é suspence. Algo surreal, sabe? Vampiros, monstros, poderes e tals. Isso é perfeito. Suas fanfics são perfeitas, vc é perfeita kkkkk não sei descrever o quanto estou amando essa fanfic. Pode contar com meus comentários sempre nas duas fanfics que eu citei. Porque estou amando. Pfvr posta logoo, please. Kkkkk
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lalites Postado em 03/08/2015 - 20:31:36
Mais ,=D
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lalites Postado em 28/07/2015 - 12:51:57
Posta mais
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thali47 Postado em 27/07/2015 - 14:46:44
n acredito que voce parou bem ai, continua logo porfaa
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thali47 Postado em 26/07/2015 - 00:23:01
começa logo que eu estou curiosa aqui