Quando cheguei no México, não perdi tempo e fui para casa. Eu estava agoniado, tinha que saber tudo que estava acontecendo!
Acabei demorando mais do que necessário por parar para dar autógrafos.
Abri a porta de casa e joguei a mala no chão.
– MÃEEEEE! – Gritei. – MAEEEEE!
Logo ela surgiu descendo as escadas.
– Querido, que saudade! – Ela me abraçou. – Como foi a viagem?
– Mãe, você sabe que não é disso que eu quero falar. – Ela suspirou.
– Tudo bem... Vá tomar um banho enquanto eu preparo um lanchinho para comermos. Depois conversamos. – Assenti e subi as escadas.
Depois de um banho, vesti uma bermuda e desci. Minha mãe já estava na sala com uma bandeja de comida. Sentei no chão ao lado da mesinha de centro, peguei o suco e bebi.
– Vamos lá, Alexandra desembucha!
– Mais respeito, menino!
– Desculpe.
– Tudo bem, eu serei direta. Chris, a Dul está doente. – Pela forma que ela falava, se notava que não era uma simples gripe. – A Dulce, ela tem leucemia.
Minha cabeça virou.
– Como? Você só pode estar brincando. – Me levantei.
– Ela descobriu há algum tempo, mas preferiu esconder de todo mundo. Nos últimos meses o estado dela tem piorado e os amigos a convenceram a fazer o tratamento.
– E co... como ela está? – Perguntei com um fio de voz.
– Bem... Quer dizer, há dias que ela está bem, já em outros não... A quimioterapia está deixando-a fraca.
– Eu quero vê-la. – Falei.
– Querido, já passou do horário de visitas, e você está cansado... Deixa pra amanhã!
– Tudo bem. Eu... eu vou subir. – Ela assentiu e eu subi.
Bati a porta do quarto e me joguei na cama. Meu peito doía, eu sentia uma tristeza talvez maior do que quando perdi a Naty. Talvez seja por eu a ter tratado tão mal.
Senti as lágrimas inundarem meus olhos... Eu não podia perde-la! Já perdi a Naty e não poderia perder mais alguém.
Me xinguei! Se eu não tivesse sido tão idiota, eu poderia estar agora com ela. Mas... E se ela não me perdoasse?
Ela tinha que me perdoar.
*
A hora tinha chegado! Depois de passar a noite acordado, finalmente eu poderia vê-la.
Abri a porta e a vi deitada na cama... Tão pálida! A única cor presente ali, era dos seus cabelos.
Rapidamente ela notou minha presença.
– O que faz aqui? – Ela perguntou rude.
A encarei sem saber o que dizer.
– Eu... eu.... vi-vim te ver. – Gaguejei.
– Não quero lhe ver, não preciso da sua piedade. – Ela falou fraco.
– Dul...ce, eu... É... me desculpe... eu só...
– Se eu te desculpar, você vai sair? Se sim, eu te desculpo, pode dar meia volta e ir embora! – Ela perguntou rude.
– Olha...– Me aproximei mais. – Eu sei que eu fui um tremendo idiota, e, sinceramente, desejo que você me perdoe. – Vi seus olhos marejarem e segurei minhas próprias lágrimas.
– Não faça isso comigo. – Ela murmurou com a voz embargada e eu toquei seu rosto.
– Eu... Poxa, eu não consigo aceitar te ver assim! – E a puxei para um abraço. – A última pessoa que merece passar por isso é você.
Ela começou a chorar e eu a apertei em meus braços. Em seguida, me afastei para limpar suas lágrimas.
– Por favor, não chore! Você tem um sorriso tão lindo... – Falei com a voz embargada.
Ela fungou e ficou em silêncio.
Depois de algum tempo quebrei o silêncio.
– Me deixe cuidar de você. – Murmurei. – Não me afaste nesse momento, me deixe ajudá-la da mesma forma que você me ajudou. Por favor, não me expulse da sua vida! Eu não sei se suportaria.
Naquele momento eu já chorava. Não sei se eu a amava, mas sei que poderia amá-la, sei que faria de tudo pra ela me amar.
E hoje, eu sei que onde Naty estivesse, ela iria querer me ver feliz. Sei também que a partir de hoje eu só poderia ser feliz se aquela linda ruiva estivesse na minha vida!
Lentamente ergui seu rosto, acariciei sua face e vi ela fechar os olhos... Com delicadeza, trouxe sua boca até a minha. Nosso beijo era calmo e apaixonado, sua boca se encaixava perfeitamente na minha... Ela, definitivamente, se encaixava perfeitamente em mim!
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Vamos comentar sim?Estou fazendo o possivel pra escrever,faça o possivel pra comentar também.Por favor.Obrigado a todos.Leitores novos sejam bem vindos.