"Justamente quando você acha que as coisas não podem piorar, elas podem... Mas justamente quando você acha que elas não podem melhorar, elas podem."
(Nicholas Sparks)
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Dulce narrando
A cada dia que passava, o tratamento evoluía mais. Acho que se não tivesse o Christopher, não sei se sobreviveria... Acho que a pior parte disso tudo, foi ter cortado meus cabelos, mas eu sabia que era necessário.
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Passamos o dia juntos e foi mais que perfeito. Chegamos em casa e eu quasei infartei com o que vi. Do lado de Ale, uma possível Natalia, estava sentada.
Depois que a tal Kamilla se apresentou, dona Ale foi dormir.
Esperei Ucker me apresentar pra garota, mas isso não aconteceu, ainda por cima, esqueceu da minha presença.
Subi pro quarto e nem me surpreendi quando ele não notou. Tomei um banho, e me deitei na cama.
Algumas horas depois, ele entrou no quarto, pergunta se estou bem... Agora ele se preocupa?
Neguei e ele saiu do quarto. Comecei a chorar, maldita doença que me deixa tão frágil.
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Acordei cedo, tomei banho e desci pro café. Encontrei Ale e Luis sentados na mesa.
- Bom dia. - Falei.
- Bom dia, querida. - Ale falou.
- Bom dia, moça bonita. - Luis falou sorrindo.
- Cadê o Ucker? - Perguntei, enchendo um copo com suco.
- É... Ele foi... - Ela gaguejou. - Levar a Kamilla no cemitério. Engoli em seco.
- Ah sim. - Falei, perdendo totalmente a fome. Bebi o suco e me levantei.
- Não vai comer nada? - Ale perguntou.
- Estou sem fome, vou ajeitar pra ir no hospital, matar a saudade do pessoal.
- Quer que eu te acompanhe?
- Não precisa. - Dei um sorriso forçado.
Subi e me arrumei. Peguei minha bolsa e pedi ao motorista pra me levar ao hospital.
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Passar um tempo com a May, Will e Pollito foi ótimo! Pude conversar e desabafar. Não sei o que seria de mim sem meus amigos.
Liguei pras meninas e marcamos de ir no shopping amanhã. Peguei um táxi e voltei pra mansão Uckermann. Graças a Deus, os repórteres pararam de me perseguir.
Já passava das 16 horas, quando entrei na sala e vi uma cena que me deixou com o coração na mão. Ucker e Kamilla conversando e rindo, como se fossem íntimos...
- Boa tarde. - Falei tentando sorrir.
- Dul! - Ucker se levantou e me deu um selinho. - Senta aqui.
Kamilla me olhou dos pés a cabeça e fez cara de nojo.
- Não... Eu estou cansada, vou me deitar. - Falei e subi as escadas.
Entrei no quarto e tomei um banho. Vesti uma roupa leve e desci até a cozinha.
- Oi, Lurdes. - Falei com a cozinheira.
- Oi, menina Dulce.
- O que tem aqui pra eu poder beliscar, hein?
- Acabei de fazer um bolo de laranja, senta ai que lhe sirvo um pedaço. - Me sentei e ela colocou o bolo na minha frente. - Café?
- Por favor... - Sorri. Amava café.
Comi tudo e lavei o que tinha sujado. Estava voltando pro quarto, quando ouvi Ucker falando com uma das empregadas.
- Arrume um dos quartos de hóspedes, Kamilla ficará um tempo conosco.
- Como? - Perguntei, saindo de trás da parede. Ficamos no encarando, e vi ele engolir em seco.
- É... Eu ofereci para ela pra ficar aqui por um tempo...
- Ah sim... - Falei, sentido um bolo se formar na minha garganta.
- Não vai ficar chateada, vai? - Ele perguntou com os braços ao redor da minha cintura.
- Não, afinal, a casa é sua e ela é sua cunhada.
- Ex-cunhada!
- Certo, ex-cunhada... Bom, vou subir, não estou me sentindo bem.
- O que está sentindo?
- Não é nada... Talvez não eu não vá descer para o jantar, então, boa noite.
- Você não vai ficar sem comer! Se você não descer pro jantar, eu te busco pelos cabelos. - Ri.
- Tudo bem...
Íamos nos beijar, quando aquela voz irritante, falou.
- Ucker? Onde posso colocar minhas coisas? - Bufei.
- Hum... A Lalinha vai te levar até lá. Já já ela está aqui. Se me der licença, vou acompanhar minha pequena até lá em cima.
Sorri quando vi fogo queimar nos olhos dela. Essa mulher não é flor que se cheire, e ela que não venha dar uma de esperta pra cima de mim, por que eu acabo com ela.