Fanfic: A nova chance | Tema: Elena, TVD, Meninas

23 de julho de 2015.

Meu despertador toca (preciso lembrar-me de trocar a música assim que eu chegar da escola) e lembro que são 6:45 da manhã. Inferno, estou morrendo de sono, pois fiquei trocando mensagens no Whastapp com minha melhor amiga Caroline, pra mim Carol, até às 3 da madrugada. E por isso me encontro ainda deitada sem a mínima vontade de levantar.

Mas, antes que meu irmão mais velho, Jeremy, entre no meu quarto me arrancando a força da cama me lembrando de que eu preciso ir pra escola para ser alguém na vida, me levanto, vou até meu banheiro, sim, eu tenho um banheiro só meu, pois seria uma eterna chatice dividir um com Jer.

Faço minhas necessidades, escovo os dentes, dou um jeito no meu cabelo resolvendo amarrá-lo num rabo, escolho a primeira roupa que eu vejo na minha frente e desço as escadas correndo e então, percebo que Jer já havia preparado meu café da manhã.

- Bom dia Ele – disse ele.

- Bom dia Jer, por que preparou meu cereal? Você nunca prepara nada para mim, o que deu em você, para justo hoje preparar? – falei fazendo uma expressão de ponto de interrogação.

- Ele, não lembra que dia é hoje?

Olho rapidamente no meu celular e vejo que é dia 23 de julho, e lembro que faz 5 anos que papai e mamãe faleceram num acidente de avião. O acidente aconteceu na manhã do dia 23 de julho de 2010 no caminho de Atlantic a Nova Iorque. Nosso pai tinha uma reunião de trabalho lá e mamãe adorava umas compras, então ela decidiu ir junto com ele.

Quando deu nos noticiários na televisão que havia acontecido à queda de um avião próximo ao aeroporto de Nova Iorque, tia Jenna ligou para Jer, que na época tinha 21 anos, para dizer o que tinha ocorrido e pedir para falar comigo, e eu tinha apenas 11 anos. Desde então, meu irmão tem minha guarda legal, é meu tutor, mas acima de tudo, é um irmão/pai que eu não poderia ter um melhor. Por mais que às vezes brigamos.

Foi então que meu semblante ficou triste, me deu uma crise de choro, ao lembrar que todas as manhãs papai me acordava com um beijinho na testa e falava “bom dia princesinha” e que mamãe sempre me acolhia quando eu ficava com medo de dormir no escuro.

- Calma Ele – disse Jer, e continuou: - se você não quiser ir à escola hoje, tudo bem, eu vou entender e também peço ao meu chefe que me dê o dia livre para ficarmos juntos, o que acha?

Minhas lágrimas começaram a se conter, olhei para Jer, que me olhava com olhar de ternura e principalmente de amor e falei:

- Eu amaria não precisar ir à escola hoje e passar um tempo com você, ir ao cinema, ou passear pelo parque, nos divertirmos um pouco, afinal, papai e mamãe de onde quer que estejam, estariam felizes em nos ver bem.

- Está certo – e vi que meu irmão tirou o celular de seu bolso e discou algum número, se afastando da bancada da cozinha e voltando em seguida dizendo:

- Se arrume, vamos sair, hoje seu irmão é só seu.

Eu sorri e corri para meu quarto para trocar de roupa. Escolhi um shorts jeans com spykes, blusinha branca de manga curta com detalhes em marrom claro e minha sapatilha preferida, uma dourada linda, que Jer havia me dado no meu aniversário do ano passado. Enquanto fazia a maquiagem, mandei uma mensagem para Carol avisando que não iria à escola e que eu pegava a matéria depois, ela me respondeu “ok”, e fiz chapinha nos cabelos. Alcancei minha bolsa preta e desci. Jer já estava a minha espera.

Até a hora do almoço ficamos andando pelos calçadões do Centro, vendo vitrines de lojas e acabei comprando duas blusinhas pra mim. Almoçamos num restaurante japonês, e após passamos à tarde no parque, brincando com os pássaros, fizemos um piquenique, demos umas boas risadas, foi um dia feliz apesar do que ele significava para mim e Jer.

Chegamos em casa já passava das 22 da noite, e a única coisa que eu queria depois do maravilhoso dia, era dormir, pois tinha escola amanhã e eu não teria motivo para não ir.