Fanfics Brasil - 15 A Probabilidade estatística do Amor a Primeira Vista - Adaptada (Terminada))

Fanfic: A Probabilidade estatística do Amor a Primeira Vista - Adaptada (Terminada)) | Tema: Vondy


Capítulo: 15

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Ela ri e fecha os olhos de novo quando o avião ganha velocidade na pista, fazendo um barulho alto. Eles são pressionados contra o assento pela força da gravidade, o avião se inclina levemente, até que — depois de um movimento final dos pneus — eles são projetados no ar dentro daquele pássaro de metal gigante.


Dulce segura o apoio para braços enquanto o avião sobe mais. As luzes lá embaixo vão ficando menores. Ela começa a ficar surda por causa da pressão do ar. Encosta a testa na janela e já sente medo do momento em que passam através das nuvens baixas, quando o chão desaparece e o avião fica imerso no céu vasto e infinito.


Lá fora, os estacionamentos e casas em construção ficam mais distantes e indefinidos. Dulce observa o mundo mudar de forma, os postes de luz com seu brilho amarelo-alaranjado, as avenidas longas. Ela estica as costas e sente a testa gelada contra o vidro da janela. Não quer perder a cidade de vista. Tem mais medo de ficar à deriva que de voar. Mas, por enquanto, ainda estão perto o suficiente para ver as janelas acesas e os prédios lá embaixo. Por enquanto, Oliver ainda está ao seu lado, distraindo-a das nuvens.  


 


22h36 Hora da Costa Leste - 03h36 Hora de Greenwich


 


Depois de alguns minutos de voo, Christopher decide que já pode falar com ela de novo. Ao ouvir o som de sua voz, Dulce sente alguma coisa ficar mais suave dentro de si e vai, aos poucos, relaxando as mãos.


— Uma vez — diz ele —, voei para a Califórnia no Quatro de Julho.


Ela vira um pouco a cabeça.


— Era noite e não havia nuvens no céu, então dava para ver os pequenos fogos de artifício pelo caminho, que nem fagulhas minúsculas embaixo do avião, em todas as cidades.


Dulce se vira para a janela de novo. Seu coração dispara quando ela vê o vazio lá embaixo, o nada. Fecha os olhos e tenta imaginar fogos de artifício.


— Quem não sabia que eram fogos deve ter achado meio assustador, mas daqui de cima era até bonito, eram luzes silenciosas e pequenas. Era difícil acreditar que eram as mesmas explosões que você vê lá embaixo. — Fez uma breve pausa. — Acho que tudo depende da perspectiva.


Ela olha para ele de novo e observa seu rosto.


— Você está falando isso para ajudar? — pergunta com delicadeza, tentando entender a moral da história.


— Não — diz com um sorriso —, estava só tentando distrair você de novo.


Ela sorri.


— Obrigada. Tem mais alguma história?


— Muitas — responde. — Posso falar até você cansar.


— Por sete horas?


— Aceito o desafio — diz para ela.


O avião já está estabilizado. Quando Dulce começa a se sentir enjoada, tenta concentrar sua atenção no assento da frente, ocupado por um homem com orelhas grandes e pouco cabelo no alto da cabeça; não é completamente careca, mas dá para ver que vai ficar. É como ler um mapa do futuro. Ela se pergunta se todo mundo tem sinais como aquele, indicações secretas das pessoas que virão a ser. Será que dava para saber, por exemplo, que a senhora ao lado deles não veria mais o mundo com olhos azuis brilhantes, e sim por meio de uma bruma indefinida? Ou que o homem do outro lado do corredor teria que segurar uma das mãos com a outra para mantê-la parada?


O que a preocupa, na verdade, é seu pai.


Será que ele havia mudado muito?


O ar no avião é seco e viciado, incomodando as narinas de Dulce. Ela fecha os olhos vermelhos e prende a respiração por um minuto, como se estivesse mergulhando na água, o que não é difícil de imaginar, pois estão nadando pelo céu infinito da noite. Abre os olhos e levanta a mão abruptamente para fechar a janela. Christopher dá uma olhada com as sobrancelhas erguidas, mas não diz nada.


Ela tem uma lembrança rápida e indesejada de um voo que fez com o pai há alguns anos, não sabe ao certo quantos. Recorda-se de como ele ficava mexendo na janela, abrindo e fechando repetidas vezes, para cima e para baixo, até que os passageiros do outro lado do corredor começaram a olhar com sobrancelhas franzidas e lábios tensos. Assim que o aviso que pede que os passageiros mantenham os cintos de segurança fechados apagou, ele se levantou, deu um beijo na testa de Dulce, passou por ela e foi para o corredor. Por duas horas, ficou andando da primeira classe até os banheiros lá atrás. Parava para perguntar o que ela estava fazendo, como estava se sentindo, o que estava lendo, e aí saía de novo, como alguém esperando impacientemente pelo ônibus.


Será que sempre foi tão inquieto? Não tinha como saber.


Dulce se vira para Christopher.


— Então, seu pai vem te visitar sempre? — pergunta, e ele olha para ela um tanto surpreso.


Ela o encara de volta, também surpresa pela pergunta que fez. Queria ter perguntado sobre os pais dele. Seus pais o visitam sempre? A palavra pai saiu quase inconscientemente.


Christopher limpa a garganta e coloca as mãos sobre o colo. Pega a ponta do cinto de segurança e fica fazendo um rolo com ele.


— Só a minha mãe, na verdade — responde. — Ela me trouxe no começo do ano. Não conseguiu me mandar para uma escola em outro lugar sem vir fazer minha cama.


— Que fofa — comenta Dulce, tentando não pensar na própria mãe e na discussão que tiveram mais cedo. — Ela deve ser gente boa.


Espera que Oliver vá falar mais alguma coisa, ou que vá perguntar sobre a família dela — seria a progressão normal de uma conversa entre duas pessoas que não podem sair de onde estão durante algumas horas. No entanto, tudo o que faz é passar o dedo sobre as letras do adesivo no assento da frente: MANTENHA O CINTO AFIVELADO.


No teto, uma das telas se acende e anuncia o filme que passará durante o voo. É uma animação sobre uma família de patos, um filme que Dulce já vira. Christopher reclama. Ela hesita, mas se vira para ele com expressão crítica.


— Qual o problema com patos? — pergunta, e ele revira os olhos.


— Patos falantes?


Hadley sorri.


— E cantores.


— Meu Deus! — exclama ele. — Você já viu esse filme!


Ela levanta dois dedos.


— Duas vezes.


— Você sabe que esse filme foi feito para crianças de 5 anos, certo?


— Para crianças de 5 a 8 anos, obrigada.


— E quantos anos você tem mesmo?


— Sou grande o suficiente para gostar dos nossos amigos patos.


— Você — diz ele, rindo — é mais louca que o Chapeleiro Maluco.


— Peraí — diz Dulce olhando para ele com uma expressão forçada de medo —, você fez referência a um... desenho?


— Não, esperta. É uma referência a uma obra literária famosíssima de Lewis Carroll. Estou vendo mais uma vez que sua educação americana tem falhas.


— Ei! — exclama Dulce e dá um tapa no peito dele. O movimento é tão natural que ela só pensa no que fez depois de fazê-lo. Ele sorri para ela surpreso. — Pelo que sei, você escolheu uma universidade americana.


— Verdade — responde —, mas complemento o que aprendo aqui com um pouco da minha inteligência e do charme britânico.


— Ah, tá — diz Dulce —, charme. Cadê esse charme?



Ele franze os lábios.




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Autor(a): juh_uckermann_Collins

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 46



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  • jucinairaespozani Postado em 14/09/2015 - 00:32:37

    Amei :')

  • Furacao Maite Postado em 12/09/2015 - 00:49:12

    Desculpa o sumiço!!!!! aaah que lindo! Amei tudo!!! É uma pena que acabou! Todas as fics que eu gostava estão acabando! muito triste isso! Mas eu amei!!!

  • candy_vondy Postado em 10/09/2015 - 22:39:40

    Eu tbm te amo!!!!*_*..Olha,essa fic foi uma das melhores q eu já li de vdd..Vou te confessar uma coisa:Eu n gostava de ler fics adaptadas,mas dps de ler essa eu passei a ler..Eu me encantei com essa web desde o primeiro capítulo até o último <3 Ah!Parabéns! Vc escreveu os capítulos extras muito bem.. Adorei o final..quando eu puder eu passo na sua nova fic,por enquanto eu n posso pq estou estudando pra uma prova q eu vou ter e esses dias estou cheia de para casa pra fazer e sou estou entrando aqui no site para ler as minhas fics favoritadas..Bom, hj n precisa escrever continua neh??Então até mais!!Bjs!!Te amoooooooo

  • candy_vondy Postado em 04/09/2015 - 23:22:54

    Onde vc estava??Vc sumiu em??Ainda bem q n era um sonho!!Continuaaa

  • candy_vondy Postado em 31/08/2015 - 22:18:06

    Tomara q n seja um sonho..por favor q n seja!!!Quando eu puder eu passo na sua fic nova..continuaaa

  • Furacao Maite Postado em 31/08/2015 - 15:03:38

    *-*

  • jucinairaespozani Postado em 31/08/2015 - 14:58:17

    Continua, amei a fic

  • Furacao Maite Postado em 31/08/2015 - 00:11:27

    tambem espero que não seja um sonho!! espero que ele esteja realmente lá hahahaha

  • candy_vondy Postado em 29/08/2015 - 02:22:43

    Me fala q a Dulce n ta sonhando.. Por favor!!Pq se n eu vou ficar com raiva do Christopher por n ter ido no aeroporto... Continuaa

  • candy_vondy Postado em 27/08/2015 - 22:37:38

    Vc escreve super bem,parabéns!! Eu to amando cada vez mais esse final alternativo!!! Vc é d+..Continuaaaaa


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