Fanfic: A Probabilidade estatística do Amor a Primeira Vista - Adaptada (Terminada)) | Tema: Vondy
Olham para a janela para acompanhar a descida, e Dulce tenta afastar uma onda de pânico; não é medo da aterrissagem em si, mas de tudo que começa e termina com ela. O solo se aproxima rapidamente, fazendo com que tudo — as formas indefinidas lá embaixo — fique claro: as igrejas e cercas e restaurantes, até mesmo as ovelhas dispersas em um campo isolado. Ela fica observando a cidade chegando mais perto e segura o cinto de segurança com força, como se chegar fosse tão ruim quanto um acidente.
As rodas tocam o chão e quicam uma vez, duas, e a velocidade do pouso faz com que o avião deslize sobre a pista, impulsionando os passageiros para a frente, como uma rolha que acabou de estourar, em meio ao vento, aos motores e ao som dos freios. É um momento tão forte para Dulce que ela tem a impressão de que nunca vão parar. Mas é claro que vão, e o avião finalmente para, e tudo volta a ficar tranquilo; depois de viajar oitocentos mil quilômetros por quase sete horas, começa a se arrastar para o portão com a velocidade de um carrinho de compras.
A pista em que estão se junta com outras, formando um grande labirinto até que pisam num tapete de asfalto que se estende e termina onde ela consegue ver. Há torres de comunicação, filas de aviões e o grande terminal, que parece um gigante sonolento embaixo do céu nublado. Londres, finalmente, pensa Dulce. Está de costas para Christopher; sente-se grudada na janela por alguma força invisível, não consegue se virar para ele.
Quando chegam ao terminal, ela vê a rampa sendo alinhada ao avião, que se coloca graciosamente na posição correta e treme de leve ao estacionar. Mesmo quando param completamente, os motores silenciam e o sinal de afivelar os cintos se apaga, Dulce não se move. Escuta o som dos passageiros pegando suas bagagens, ainda sem se virar. Christopher espera um pouco até tocar seu braço. Só então ela se vira.
— Está pronta? — pergunta. Ela balança a cabeça devagar, e ele sorri. — Nem eu — admite Christopher, levantando-se mesmo assim.
Antes de chegar a vez de saírem, Christopher pega uma cédula lilás de dentro do bolso. Coloca a cédula no assento onde passou as últimas sete horas. O dinheiro fica lá imóvel, meio perdido na estampa chamativa do estofado.
— Para que isso? — pergunta Dulce.
— O uísque, lembra?
— Ah — responde e olha a nota mais de perto. — Aquilo não custou vinte libras de jeito nenhum.
Ele encolhe os ombros.
— Taxa extra de roubo.
— E se outra pessoa pegar?
Christopher se abaixa e coloca as pontas do cinto de segurança em cima da cédula. A impressão que dá é de que o cinto está afivelado.
— Pronto — diz ele, levantando-se para admirar o trabalho. — A segurança vem em primeiro lugar.
Na frente deles, a senhora dá passos pequenos em direção ao corredor, para e fica olhando para o compartimento superior. Christopher vai rapidamente ajudá-la, ignorando as pessoas atrás deles. Pega a mala para ela e espera pacientemente que se ajeite.
— Obrigada — agradece ela, sorrindo. — Você é tão bonzinho. — Começa a andar, mas para, como se tivesse esquecido alguma coisa, e olha para ele de novo. — Você lembra o meu marido — diz.
Ele balança a cabeça, mas a mulher já está se virando para ir embora com passos curtos, no mesmo ritmo do ponteiro dos minutos num relógio. Quando finalmente está de frente para o corredor, começa a andar e deixa os dois olhando para ela.
— Espero que tenha sido um elogio — diz Christopher meio sem graça.
— Eles estão casados há 52 anos — lembra Dulce.
Ele a observa pegar a mala.
— Achei que você não pensasse em se casar.
— Não penso mesmo — responde e vai em direção à saída.
Ele se aproxima dela no final do corredor. Nenhum dos dois fala nada, mas Dulce sente alguma coisa, um peso em cima deles como um trem de carga: o momento de dizer adeus se aproxima. Pela primeira vez em horas, ela se sente tímida. Ao seu lado, Christopher está de cabeça baixa, lendo as instruções da alfândega, pensando no próximo passo, seguindo em frente. É isso que se faz em aviões. Você divide um apoio de braço com uma pessoa por algumas horas; troca histórias sobre sua vida, conta uma coisa ou outra, talvez uma piada. Comenta sobre o tempo e sobre a comida, que está ruim. Escuta o outro roncando. E, depois, diz adeus.
Se é assim, por que está se sentindo completamente despreparada?
Devia estar preocupada em achar um táxi e chegar à igreja a tempo, ver seu pai, conhecer Charlotte. No entanto, está pensando em Christopher, e essa sensação — a vontade de não ir embora — a deixa com muitas dúvidas. E se entendeu tudo errado? E se não foi nada do que está pensando?
As coisas já estão diferentes. Christopher já parece estar a quilômetros de distância.
No final do corredor, encontram uma fila onde os passageiros do mesmo voo estão parados com as malas apoiadas nos pés, cansados e resmungando. Dulce coloca a mochila no chão e tenta se lembrar do que tem lá dentro, se tem uma caneta para anotar um telefone ou um e-mail, qualquer informação sobre ele, uma apólice de seguro contra o esquecimento. Sente-se, porém, congelada por dentro, presa na incapacidade de dizer alguma coisa que não vá dar mostra do seu desespero.
Christopher boceja e se alonga, com as mãos no ar e costas arqueadas; depois coloca um dos cotovelos no ombro dela, fingindo usá-la como suporte. Mas o peso do braço pode acabar fazendo com que ela perca seu equilíbrio. Ela engole a saliva e olha para ele, visivelmente agitada.
— Vai pegar um táxi? — pergunta. Ele balança a cabeça e tira o braço de cima do ombro dela.
— Metrô — responde. — Não é longe da estação.
Dulce não sabe se ele está falando sobre a igreja ou sua casa, se ele vai para casa tomar um banho e trocar de roupa ou se vai direto para o casamento. Sente-se irritada, como no último dia da escola, na última noite do acampamento com os amigos, como se tudo estivesse caminhando para um final abrupto e confuso.
Para sua surpresa, ele aproxima o rosto do dela, aperta os olhos e toca sua bochecha.
— Um cílio — diz ele e esfrega um dedo no outro, deixando-o cair.
— Não vou poder fazer um pedido?
— Já fiz para você — diz ele com um sorriso tão triste que o coração dela fica apertado.
Será possível que só o conheça há dez horas?
— Pedi que esta fila ande logo — conta para ela —, senão não vai ter como você chegar a tempo.
Dulce olha para o relógio na parede de concreto e vê que ele tem razão; já são 10h08, menos de duas horas para o começo do casamento. E lá está ela, presa na alfândega, com o cabelo embaraçado e o vestido amassado na mala. Tenta se imaginar entrando na igreja, mas a imagem não combina com seu estado atual.
Ela dá um suspiro.
— Costuma demorar muito?
— Agora que eu fiz o desejo não vai demorar — diz Christopher
De repente, como se fosse simples assim, a fila começa a andar. Ele dá uma olhada triunfante para ela e caminha. Dulce vai atrás, balançando a cabeça.
— Se é assim que funciona, por que não pediu um milhão de dólares?
— Um milhão de libras — diz ele. — Você está em Londres agora. E não. Quem ia querer lidar com os impostos?
— Que impostos?
— Do seu um milhão de libras. Pelo menos 88 por cento disso iria direto para a rainha.
Dulce fica olhando para ele.
— Oitenta e oito por cento, é?
— Os números nunca mentem — responde com um sorriso.
Quando chegam a uma bifurcação na fila, são recebidos por um agente entediado, vestindo roupa azul. Está encostado nas barras de metal e aponta para uma placa que indica aonde devem ir.
— Cidadãos da União Europeia para a direita, o resto para a esquerda — repete várias vezes com voz fina e fraca, perdida no meio do burburinho da multidão. — Cidadãos da União Europeia para a direita...
Dulce e Christopher se olham e todas as incertezas desaparecem, porque lá está no rosto dele: uma relutância igual à sua. Ficam parados por um tempo, muito tempo, uma eternidade, ambos querendo ficar. As pessoas passam por eles como um rio pelas pedras.
— Senhor — diz o agente quebrando o clima e colocando uma das mãos nas costas de Christopher. Dá um pequeno empurrão e pede para que ele se mexa. — O senhor precisa continuar andando para que a fila não tenha obstruções.
— Só um minuto... — pede Christopher, mas é interrompido.
— Agora, senhor — fala o homem, empurrando-o com mais força.
Uma mulher com um bebê, que está soluçando, passa por Dulce e a empurra. Não há nada que possa fazer a não ser seguir o fluxo. Porém, antes de conseguir andar, Dulce sente alguém segurando seu cotovelo, e, de repente, Christopher está ao seu lado de novo. Ele olha para ela, cabeça inclinada, mão em seu braço, e antes que tenha tempo de se sentir nervosa, antes mesmo de entender a situação, ela o ouve murmurar “Que se dane”, e então, para sua surpresa, ele se inclina e lhe dá um beijo.
candy_vondy, minha gata! Muito obrigada. Cap dedicado a voce. aconteceu.! O tão Sonhado beijo aconteceu. E agora?
Amanha tem mais..
ps: candy_vondy, Eu te amo. rsr
Autor(a): juh_uckermann_Collins
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A fila continua se movendo ao lado deles e o agente da alfândega desiste e solta um suspiro frustrado, mas Dulce nem percebe; ela segura a camiseta dele com força, com medo de ser arrastada para longe, e ele a segura pelas costas enquanto a beija. A verdade é que nunca se sentiu tão segura na vida. Os lábios dele são macios e tê ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 46
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jucinairaespozani Postado em 14/09/2015 - 00:32:37
Amei :')
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Furacao Maite Postado em 12/09/2015 - 00:49:12
Desculpa o sumiço!!!!! aaah que lindo! Amei tudo!!! É uma pena que acabou! Todas as fics que eu gostava estão acabando! muito triste isso! Mas eu amei!!!
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candy_vondy Postado em 10/09/2015 - 22:39:40
Eu tbm te amo!!!!*_*..Olha,essa fic foi uma das melhores q eu já li de vdd..Vou te confessar uma coisa:Eu n gostava de ler fics adaptadas,mas dps de ler essa eu passei a ler..Eu me encantei com essa web desde o primeiro capítulo até o último <3 Ah!Parabéns! Vc escreveu os capítulos extras muito bem.. Adorei o final..quando eu puder eu passo na sua nova fic,por enquanto eu n posso pq estou estudando pra uma prova q eu vou ter e esses dias estou cheia de para casa pra fazer e sou estou entrando aqui no site para ler as minhas fics favoritadas..Bom, hj n precisa escrever continua neh??Então até mais!!Bjs!!Te amoooooooo
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candy_vondy Postado em 04/09/2015 - 23:22:54
Onde vc estava??Vc sumiu em??Ainda bem q n era um sonho!!Continuaaa
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candy_vondy Postado em 31/08/2015 - 22:18:06
Tomara q n seja um sonho..por favor q n seja!!!Quando eu puder eu passo na sua fic nova..continuaaa
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Furacao Maite Postado em 31/08/2015 - 15:03:38
*-*
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jucinairaespozani Postado em 31/08/2015 - 14:58:17
Continua, amei a fic
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Furacao Maite Postado em 31/08/2015 - 00:11:27
tambem espero que não seja um sonho!! espero que ele esteja realmente lá hahahaha
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candy_vondy Postado em 29/08/2015 - 02:22:43
Me fala q a Dulce n ta sonhando.. Por favor!!Pq se n eu vou ficar com raiva do Christopher por n ter ido no aeroporto... Continuaa
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candy_vondy Postado em 27/08/2015 - 22:37:38
Vc escreve super bem,parabéns!! Eu to amando cada vez mais esse final alternativo!!! Vc é d+..Continuaaaaa