Fanfics Brasil - 26 A Probabilidade estatística do Amor a Primeira Vista - Adaptada (Terminada))

Fanfic: A Probabilidade estatística do Amor a Primeira Vista - Adaptada (Terminada)) | Tema: Vondy


Capítulo: 26

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Ela olha para os bancos enquanto passa; há pequenos buquês com flores presas em laços de seda na ponta de cada um. As velas na frente da igreja deixam tudo com um ar mais mágico, e a sofisticação do evento, a elegância e o estilo fazem um contraste tão marcante com a antiga vida do pai que Dulce honestamente não sabe se deve se sentir confusa ou insultada.


Charlotte deve estar atrás dela, esperando para entrar. Dulce sente uma vontade quase incontrolável de se virar para trás. Ela olha para cima novamente e, dessa vez, dá de cara com o olhar do pai. Sem querer, vira a cabeça para o outro lado e usa toda sua concentração para continuar andando em frente, mesmo que cada pedacinho seu esteja querendo ir na direção oposta.


No fim do corredor, quando Dulce e Monty se separam, o pai pega sua mão e a aperta com carinho. A maneira como está vestido, tão alto e bonito naquele smoking, a faz lembrar da foto do casamento da mãe. Ela engole a saliva com força e dá um sorriso antes de se unir às outras madrinhas, no outro lado do altar. Olha para o final da igreja e, quando a música muda de tom, os convidados se levantam, e a noiva aparece atrás da porta de braços dados com o pai.


Dulce havia se preparado tanto para odiar Charlotte que fica momentaneamente em choque com a beleza da noiva em seu vestido encorpado e véu delicado. É alta e magra, tão diferente da mãe, que é baixa e gordinha. Tão pequena que o pai costumava brincar com ela, pegando-a no colo e fingindo que ia jogá-la numa lata de lixo na garagem de alguém.


Mas, agora, lá está Charlotte, tão adorável e graciosa que Dulce teme não ter nada de ruim para contar para a mãe mais tarde. A caminhada pelo corredor central parece não ter fim, mas ninguém consegue desviar o olhar. Quando finalmente chega ao altar, com os olhos fixos no noivo, dá uma olhada por cima do ombro e abre um sorriso. Apesar de tudo, apesar das promessas de que ia odiá-la, Dulce sorri de volta, como num reflexo.


E o restante do casamento? O mesmo que sempre foi, o mesmo que sempre será. Igual a centenas de milhares de casamentos que já aconteceram e que ainda vão acontecer. O padre sobe no altar e o pai entrega a filha, falando poucas palavras. Há orações e votos, e, finalmente, as alianças são trocadas. Há sorrisos e lágrimas, música e aplausos, e até gargalhadas quando o noivo responde o “sim” com sotaque americano exagerado.


E apesar de todos os noivos estarem felizes em seus casamentos, há alguma coisa em particular neste noivo que deixa Dulce quase sem ar. Ela fica sem saber o que fazer com tanta alegria no olhar dele, com seu sorriso profundo. Ela congela, fica dilacerada. Parece que estão torcendo seu coração como se fosse uma toalha molhada.


Sua vontade é ir embora para casa.


 


07h52 Hora da Costa Leste - 12h52 Hora de Greenwich


Era uma vez, há milhões de anos, quando Dulce era pequena e sua família ainda estava intacta, um fim de tarde de verão como outro qualquer, no qual os três estavam no jardim da frente da casa. Não havia mais luz do sol e vários grilos cantavam ao redor deles. Mamãe e papai estavam sentados nas escadas da varanda, ombros unidos, rindo ao ver Dulce caçar vaga-lumes no canto mais escuro do jardim.


Cada vez que chegava perto, as luzes amarelas desapareciam de novo, então quando finalmente conseguiu pegar um, era quase como um milagre, como uma joia em sua mão. Ela segurou o inseto com cuidado e voltou para a varanda.


— Me dá a casinha de insetos? — pediu, e a mãe pegou um pote de geleia.


Fizeram buracos na tampa do pote, que agora estava cheia de furos tão pequenos quanto as estrelas no céu. O vaga-lume brilhou loucamente dentro do vidro, batendo as asas com força. Dulce colocou o vidro perto do rosto para examinar o bicho.


— Esse é dos bons — disse o pai. A mãe concordou com a cabeça.


— Por que é vaga-lume e não vaga-luz? — perguntou Dulce olhando com atenção.


— Bem — disse o pai com um sorriso —, por que as joaninhas são chamadas de joaninhas se o nome delas não é Joana?


A mãe virou os olhos para cima e Dulce deu uma risada. Ficaram olhando o inseto se debatendo nas paredes do pote.


— Lembra quando fomos pescar no verão passado? — perguntou a mãe mais tarde, quando já estavam entrando para dormir. Pegou a menina pela camiseta com carinho e a puxou de volta até que estivesse sentada em seu colo. — E devolvemos o peixe para a água, lembra?


— Aí o peixinho conseguiu nadar de novo.


— Isso — disse a mãe e apoiou seu queixo sobre o ombro da filha. — Acho que este vaga-lume também ficaria mais feliz se você o soltasse.


Dulce não falou nada, apesar de segurar o jarro com mais força.


— É aquela velha história — disse o pai —, se você ama alguém, deixe que se vá.


— E se não voltar?


— Alguns voltam, outros não — respondeu e apertou o nariz da filha. — Eu sempre vou voltar.


— Mas você não tem luz — explicou. O pai sorriu.


— Quando estou com você, tenho sim.


No final da cerimônia, a chuva já havia quase parado. Mesmo assim, há uma quantidade impressionante de guarda-chuvas pretos lá fora, protegendo da névoa incessante e fazendo com que o quintal da igreja pareça mais o local de um enterro que de um casamento. Os sinos tocam tão alto que Dulce sente as vibrações embaixo dos pés ao descer as escadas.


Assim que foram declarados marido e mulher, Charlotte e o pai de Dulce caminharam de forma triunfante até o fim do corredor central da igreja, onde desapareceram. Até agora, 15 minutos depois de terem selado a cerimônia com um beijo, Dulce não sabe onde estão. Anda sem rumo pela multidão, imaginando como seu pai podia conhecer tanta gente. Ele viveu a vida inteira em Connecticut e tem poucos amigos lá; dois anos na Inglaterra e agora parece ter uma vida social intensa.


Além disso, a maioria dos convidados parece figurante de cinema, parece ter vindo de outra história. Desde quando o pai anda com mulheres que usam chapéus elegantes e homens de colete, vestidos como se fossem tomar chá com a rainha? Aquela cena — e mais o sono, causado pelo fuso horário — faz com que Dulce sinta como se estivesse sonhando, como se estivesse atrasada o tempo todo, tentando acelerar, mas sem sucesso.


Um raio de sol passa por entre as nuvens e os convidados se viram para admirá-lo, como se tivessem sorte por estar vendo uma anomalia do clima. Em pé no meio deles, não sabe ao certo como deve se portar. As outras madrinhas não estão por lá e, com certeza, ela devia estar fazendo alguma coisa útil; não leu com atenção todos os horários e indicações que foram enviados por e-mail nas últimas semanas, e não teve tempo de fazer isso antes da cerimônia.


— Eu tenho que ir para algum lugar? — pergunta para Monty, que está dando voltas em torno de uma limusine branca com grande interesse.


Ele encolhe os ombros e volta a examinar o veículo que, provavelmente, vai levar o casal à festa mais tarde.



Dulce volta para a entrada da igreja e fica feliz ao ver o vestido lilás de Violet.




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Autor(a): juh_uckermann_Collins

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— Seu pai está procurando você — diz Violet, apontando para um prédio de pedras velhas. — Ele e Charlotte estão lá dentro. Ela está retocando a maquiagem antes de começar a tirar as fotos. — Que horas é a festa? — pergunta. Pela maneira como Violet olha para ela, parece que perguntou algum ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 46



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  • jucinairaespozani Postado em 14/09/2015 - 00:32:37

    Amei :')

  • Furacao Maite Postado em 12/09/2015 - 00:49:12

    Desculpa o sumiço!!!!! aaah que lindo! Amei tudo!!! É uma pena que acabou! Todas as fics que eu gostava estão acabando! muito triste isso! Mas eu amei!!!

  • candy_vondy Postado em 10/09/2015 - 22:39:40

    Eu tbm te amo!!!!*_*..Olha,essa fic foi uma das melhores q eu já li de vdd..Vou te confessar uma coisa:Eu n gostava de ler fics adaptadas,mas dps de ler essa eu passei a ler..Eu me encantei com essa web desde o primeiro capítulo até o último <3 Ah!Parabéns! Vc escreveu os capítulos extras muito bem.. Adorei o final..quando eu puder eu passo na sua nova fic,por enquanto eu n posso pq estou estudando pra uma prova q eu vou ter e esses dias estou cheia de para casa pra fazer e sou estou entrando aqui no site para ler as minhas fics favoritadas..Bom, hj n precisa escrever continua neh??Então até mais!!Bjs!!Te amoooooooo

  • candy_vondy Postado em 04/09/2015 - 23:22:54

    Onde vc estava??Vc sumiu em??Ainda bem q n era um sonho!!Continuaaa

  • candy_vondy Postado em 31/08/2015 - 22:18:06

    Tomara q n seja um sonho..por favor q n seja!!!Quando eu puder eu passo na sua fic nova..continuaaa

  • Furacao Maite Postado em 31/08/2015 - 15:03:38

    *-*

  • jucinairaespozani Postado em 31/08/2015 - 14:58:17

    Continua, amei a fic

  • Furacao Maite Postado em 31/08/2015 - 00:11:27

    tambem espero que não seja um sonho!! espero que ele esteja realmente lá hahahaha

  • candy_vondy Postado em 29/08/2015 - 02:22:43

    Me fala q a Dulce n ta sonhando.. Por favor!!Pq se n eu vou ficar com raiva do Christopher por n ter ido no aeroporto... Continuaa

  • candy_vondy Postado em 27/08/2015 - 22:37:38

    Vc escreve super bem,parabéns!! Eu to amando cada vez mais esse final alternativo!!! Vc é d+..Continuaaaaa


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