Fanfic: A Probabilidade estatística do Amor a Primeira Vista - Adaptada (Terminada)) | Tema: Vondy
08h17 Hora da Costa Leste - 13h17 Hora de Greenwich
Na noite anterior, quando ela e Christopher dividiram um pretzel no avião, ele ficou quieto analisando o perfil dela por tanto tempo, sem dizer nada, que ela teve que falar alguma coisa.
— Que foi?
— O que você quer ser quando crescer?
Ela franziu o rosto.
— Que pergunta de criança.
— Não necessariamente — disse ele. — Todo mundo tem que ser alguma coisa um dia.
— O que você quer ser?
Ele encolheu os ombros.
— Perguntei primeiro.
— Uma astronauta — disse ela. — Uma bailarina.
— Sério.
— Você não acha que eu posso ser uma astronauta?
— Você poderia ser a primeira bailarina na Lua.
— Acho que ainda tenho tempo para pensar nisso.
— Verdade — concordou ele.
— E você? — perguntou ela, esperando mais uma resposta sarcástica, uma profissão inventada relacionada ao projeto de pesquisa misterioso.
— Também não sei — disse com calma. — Com certeza não quero ser um advogado.
Dulce ergueu as sobrancelhas.
— Seu pai é advogado?
Ele não respondeu, apenas olhou com mais intensidade para o pretzel.
— Vamos mudar de assunto — disse, depois de certo tempo. — Quem quer ficar pensando no futuro?
— Eu não — disse ela. — Não consigo nem pensar nas próximas horas, muito menos nos próximos anos.
— É por isso que amo voar — disse ele —, você fica preso onde está, não há escolha.
Dulce sorriu para ele.
— Não é um dos piores lugares para se ficar preso.
— Não mesmo — concordou Christopher, comendo o último pedaço de pretzel. — Na verdade, eu não queria estar em nenhum outro lugar a não ser aqui.
O pai anda com passos nervosos pelo corredor da igreja escurecida, olha o relógio e estica o pescoço na direção das escadas enquanto esperam por Charlotte. Parece um adolescente, animado e ansioso pela chegada da namoradinha, e Dulce pensa que talvez aquele seja seu sonho de adulto. Ser o marido de Charlotte. Pai de seu filho. Um homem que passa o Natal na Escócia e as férias, no Sul da França, que conversa sobre arte, política e literatura em sofisticados jantares regados a vinho.
Que estranho que as coisas estejam como estão, principalmente porque ele quase ficou em casa. Com ou sem o trabalho dos sonhos, ele achou que quatro meses era muito tempo, e, se não fosse pela mãe de Dulce — que pediu que ele fosse, que lembrou que aquele era seu sonho, que insistiu que ele se arrependeria se não fosse —, o pai nunca teria conhecido Charlotte.
Mas lá estão eles. Como se fosse impulsionada pelos pensamentos de Dulce, Charlotte aparece nas escadas com as bochechas vermelhas e radiante em seu vestido. Está sem o véu e seu cabelo ruivo está solto, formando cachos sobre os ombros. Ela parece voar para os braços do pai de Dulce. A menina olha para o outro lado quando se beijam, e se sente desconfortável. Depois de pouco tempo, o pai aponta para ela.
— Quero lhe apresentar minha filha — diz para Charlotte — oficialmente.
Charlotte sorri para ela.
— Estou tão feliz por você ter conseguido vir — diz e abraça Dulce.
A noiva tem cheiro de flores. Não dá para saber se é perfume ou o cheiro do buquê mesmo. Dulce dá um passo para trás e vê o anel de Charlotte, que é pelo menos duas vezes maior que o da mãe. Ela ainda dá uma olhada escondida no anel de casamento da mãe de vez em quando. E o coloca no dedo, examinando os diamantes lapidados como se tivessem a resposta para a separação dos pais.
— Desculpa por ter demorado — diz Charlotte para o pai —, mas é que fotos de casamento só acontecem uma vez na vida.
Dulce pensa em mencionar que é a segunda vez do pai, mas engole as palavras.
— É mentira dela — diz o pai para Dulce —, ela demora assim, mesmo que seja só para ir ao mercado.
Charlotte bate nele de leve com o buquê.
— Não era para você estar sendo educado no seu casamento?
O pai se inclina para a frente e dá um leve beijo na esposa.
— Vou tentar, só porque você pediu.
Dulce fecha os olhos e se sente como uma intrusa. Queria poder sair dali sem que notassem sua falta, mas Charlotte está sorrindo para ela de novo com uma expressão que não consegue entender muito bem.
— Seu pai falou com você sobre...
— A valsa? — diz o pai interrompendo-a. — Sim, falei.
— Excelente — exclama Charlotte, pondo um braço no ombro de Dulce, como se estivessem conspirando. — Já pedi bastante gelo no salão para quando seu pai pisar nos seus pés.
Dulce dá um sorriso sem graça.
— Legal.
— Acho que devíamos sair e dar um oi rápido para o pessoal, antes de tirarmos as fotos — sugere o pai. — E depois todo mundo vai para o hotel onde será a festa — diz para Dulce —, por isso, precisamos pegar sua mala antes de sairmos.
— Tá — concorda.
E é levada para o final do longo corredor. Sente-se como uma sonâmbula e se concentra em dar um passo de cada vez. A melhor maneira de escapar — do casamento, do fim de semana, do evento todo — é seguir em frente.
— Ei — diz o pai fazendo uma pausa, antes de abrir a porta. Ele se inclina e dá um beijo na testa de Dulce. — Estou realmente muito feliz por você ter vindo.
— Eu também — murmura.
Ela fica para trás e o pai abraça Charlotte, antes de saírem juntos. Uma onda de alegria toma a multidão quando os noivos aparecem. Mesmo sabendo que todos estão olhando para a noiva, Dulce se sente muito exposta e prefere ficar parada, até que seu pai se vira e a chama para junto deles.
O céu ainda está prateado, uma mistura de sol e nuvens, e ninguém mais usa guarda-chuva. Dulce vai atrás do casal feliz enquanto o pai distribui apertos de mão e Charlotte, beijos. É apresentada para pessoas das quais não vai se lembrar depois; quase não consegue ouvir seus nomes. O colega do trabalho, Justin, e Carrie, prima de Charlotte; as responsáveis pela arrumação das flores, Aishling e Niamh; a esposa rechonchuda do reverendo Walker. É um grupo desconhecido que representa tudo o que Dulce não sabe sobre o pai.
Parece que todos os convidados vão à festa mais tarde, mas não conseguem esperar até lá para dar os parabéns. A animação é contagiante. A própria Dulce fica empolgada, até que vê uma mulher com um bebê, aí aquele sentimento ruim volta à tona.
— Dulce — diz o pai enquanto a leva até um casal de idosos —, quero apresentar uns amigos importantes da família de Charlotte, os O’Callaghan.
Dulce aperta a mão de cada um e sorri educadamente.
— Prazer em conhecê-los.
— Então esta é a famosa HadleyDulce — diz o Sr. O’Callaghan. — Ouvimos muito sobre você.
Difícil esconder a surpresa.
— Sério?
— Claro — diz o pai e aperta seu ombro. — Quantas filhas você acha que eu tenho?
Dulce ainda está olhando para o pai sem saber o que dizer quando Charlotte chega e cumprimenta os velhinhos.
— Queremos apenas dar os parabéns, antes de ir embora — diz a Sra. O’Callaghan. — Temos que ir a um enterro, imagine. Mas voltamos mais tarde para a festa.
— Ah, que triste — diz Charlotte —, que pena. Enterro de quem?
— Um amigo de Tom, de quando era advogado em Oxford.
— Que pena — diz o pai. — É longe?
— Paddington — conta o Sr. Callaghan. Dulce se vira para ele rapidamente.
— Paddington?
Ele faz que sim um tanto desconfiado e depois volta a falar com Charlotte e o marido.
— Começa às duas, então é melhor irmos embora, mas parabéns mesmo assim — diz ele. — Estamos animados para hoje à noite.
Dulce fica vendo os dois irem embora e muitas coisas passam por sua cabeça. Uma ideia começa a nascer em sua mente, mas antes de ter a chance de segui-la, Violet aparece anunciando que a hora das fotos chegou.
Autor(a): juh_uckermann_Collins
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— Espero que esteja pronta para sorrir até doer — diz para Dulce, que não está nada pronta para sorrir. Novamente, ela deixa que a levem, maleável como massa de modelar, e seu pai e Charlotte seguem logo atrás, trocando carícias como se não houvesse ninguém ao redor. — Ah, eu sabia que faltava algu&e ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 46
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jucinairaespozani Postado em 14/09/2015 - 00:32:37
Amei :')
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Furacao Maite Postado em 12/09/2015 - 00:49:12
Desculpa o sumiço!!!!! aaah que lindo! Amei tudo!!! É uma pena que acabou! Todas as fics que eu gostava estão acabando! muito triste isso! Mas eu amei!!!
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candy_vondy Postado em 10/09/2015 - 22:39:40
Eu tbm te amo!!!!*_*..Olha,essa fic foi uma das melhores q eu já li de vdd..Vou te confessar uma coisa:Eu n gostava de ler fics adaptadas,mas dps de ler essa eu passei a ler..Eu me encantei com essa web desde o primeiro capítulo até o último <3 Ah!Parabéns! Vc escreveu os capítulos extras muito bem.. Adorei o final..quando eu puder eu passo na sua nova fic,por enquanto eu n posso pq estou estudando pra uma prova q eu vou ter e esses dias estou cheia de para casa pra fazer e sou estou entrando aqui no site para ler as minhas fics favoritadas..Bom, hj n precisa escrever continua neh??Então até mais!!Bjs!!Te amoooooooo
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candy_vondy Postado em 04/09/2015 - 23:22:54
Onde vc estava??Vc sumiu em??Ainda bem q n era um sonho!!Continuaaa
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candy_vondy Postado em 31/08/2015 - 22:18:06
Tomara q n seja um sonho..por favor q n seja!!!Quando eu puder eu passo na sua fic nova..continuaaa
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Furacao Maite Postado em 31/08/2015 - 15:03:38
*-*
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jucinairaespozani Postado em 31/08/2015 - 14:58:17
Continua, amei a fic
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Furacao Maite Postado em 31/08/2015 - 00:11:27
tambem espero que não seja um sonho!! espero que ele esteja realmente lá hahahaha
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candy_vondy Postado em 29/08/2015 - 02:22:43
Me fala q a Dulce n ta sonhando.. Por favor!!Pq se n eu vou ficar com raiva do Christopher por n ter ido no aeroporto... Continuaa
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candy_vondy Postado em 27/08/2015 - 22:37:38
Vc escreve super bem,parabéns!! Eu to amando cada vez mais esse final alternativo!!! Vc é d+..Continuaaaaa