Fanfics Brasil - 33 A Probabilidade estatística do Amor a Primeira Vista - Adaptada (Terminada))

Fanfic: A Probabilidade estatística do Amor a Primeira Vista - Adaptada (Terminada)) | Tema: Vondy


Capítulo: 33

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— Não.


— Não o quê?


— Eu não quero falar sobre ele — diz com os olhos cheios de raiva.


Passa a mão na testa e, depois, no cabelo. Uma brisa brinca com a grama aos pés deles e deixa o peso dos ombros mais leve. A música do órgão lá dentro da igreja para de repente, como se tivesse sido interrompida.


— Você disse que é honesto comigo, não disse? — pergunta depois de certo tempo. Fala, olhando para os ombros de Christopher, e ele se vira para olhar para ela. — Então pronto. Fale comigo. Seja honesto.


— Sobre o quê?


— O que você quiser.


Surpreendentemente, ele a beija. Não como no avião, um beijo leve e fofo e cheio de despedida. Este beijo é mais urgente, mais desesperado; ele pressiona os lábios contra os dela, e Dulce fecha os olhos e corresponde. Retribui o beijo até que, repentinamente, ele se afasta e os dois ficam se olhando.


— Não foi isso que eu quis dizer — fala. Christopher dá um sorriso travesso.


— Você me mandou ser honesto. Foi a coisa mais honesta que fiz desde que cheguei aqui.


— Estava me referindo a seu pai — diz ela, sentindo as bochechas ficando vermelhas. — Talvez ajude falar sobre ele. Se você...


— Se eu o quê? Se eu falar que sinto falta dele? Que estou deprimido? Que este é o pior dia da minha vida? — Ele se levanta abruptamente. Por um breve momento de terror, Dulce acha que vai embora, mas ele fica andando de um lado para o outro, alto, magro e lindo com aquela camisa. Ele para, olha para ela; dá para ver a raiva em seu rosto. — Olha só, hoje, esta semana, tudo está sendo uma falsidade só. Você acha que o seu pai é terrível por causa do que ele fez? Pelo menos, seu pai foi honesto. Seu pai teve a coragem de ir embora. E eu sei que isso não importa, mas, pelo que você disse, ele está feliz, sua mãe também, então estão melhor separados mesmo.


Mas eu não estou feliz, pensa, sem dizer nada. Christopher continua andando. Ela o acompanha como se fosse um jogo de tênis, de um lado para o outro, de um lado para o outro.


— Mas o meu pai? Ele traiu minha mãe durante anos. O seu pai teve um caso que virou amor, não foi? E virou casamento. Foi uma coisa pública, vocês ficaram livres. O meu teve vários casos, talvez mais do que eu saiba, e o pior é que todo mundo sabia e ninguém falava nada. Em algum momento, alguém simplesmente decidiu que íamos todos ser infelizes em silêncio, e foi isso que fizemos. Mas nós sabíamos — disse, baixando os ombros de novo. — Todo mundo sabia.


— Christopher — continua ela, mas ele balança a cabeça.


— Então, não — continua ele —, eu não quero falar sobre o meu pai. Ele era um idiota, não só por causa dos casos, mas de várias outras maneiras também. E eu passei a vida toda fingindo que estava tudo bem para poupar a minha mãe. Mas agora que ele foi embora, chega de fingir. — Ele cerra os punhos e a boca está tensa. — Quer mais honestidade que isso?


— Christopher — repete ela, colocando o livro de lado e se levantando.


— Está tudo bem — diz ele. — Eu estou bem.


Lá longe, alguém o chama, e uma garota de cabelo preto e óculos muito escuros aparece no portão. Não é muito mais velha que Dulce, mas é tão segura de si que ela se sente pequenininha.


A menina para de andar quando os vê, visivelmente surpresa.


— Já está quase na hora, Chris — diz ela, colocando os óculos no topo da cabeça. — O cortejo já vai sair.


Christopher fica olhando para Dulce.


— Um minuto — pede ele, sem desviar o olhar.


A garota hesita, como se fosse falar mais alguma coisa, porém encolhe os ombros e vai embora.


Assim que ela sai, Dulce se força a olhar para Christopher de novo. A presença da garota quebrou o encanto do jardim, e agora ela consegue ouvir as vozes com clareza, as portas dos carros batendo, um cão latindo ao longe.


Ele fica parado.


— Desculpa — diz ela com calma. — Eu não devia ter vindo.


— Não — responde Christopher. Ela olha para ele, querendo ouvir outras palavras dentro daquela ou ainda debaixo ou ao redor delas. Não vá embora, ou Fique, por favor, ou Eu que peço desculpas. Mas ele simplesmente diz: — Tudo bem.


Ela fica inquieta, enterrando os saltos altos na grama.


— Acho melhor eu ir embora — argumenta ela, mas seus olhos dizem Estou tentando ir, e suas mãos tremem para resistir à vontade de tocá-lo, de pedir Por favor.


— Tá — diz ele. — Eu também.


Eles não se movem. Dulce está prendendo a respiração.


Peça para eu ficar.


— Bom ver você de novo — diz ele, sério.


Para surpresa de Dulce, ele oferece uma das mãos. Ela aceita, sem jeito, e eles ficam de mãos dadas por um tempo, algo entre um toque e um aperto, com as palmas unidas até que Christopher finalmente solta a dela.


— Boa sorte — fala ela, embora não saiba a quê esteja se referindo.


— Obrigado — diz ele, concordando.


Ele pega o paletó e o coloca sobre um dos ombros sem nem tirar a sujeira. Quando ele se vira para sair do jardim, seu estômago dá um nó. Ela fecha os olhos para conseguir lidar com a torrente de palavras que não saem, tudo o que não foi dito.


Quando abre os olhos de novo, ele já se foi.


A bolsa dela ainda está no banco. Ela tenta pegá-la, mas acaba se sentando na pedra úmida de novo, sentindo-se muito cansada, como a sobrevivente de uma tempestade. Não devia ter ido encontrá-lo. Isso está claro agora. O sol está se pondo, e, apesar de ter que ir para outro lugar, qualquer senso de imediatismo simplesmente desaparece.


Ela se senta, pega o livro e fica passando as páginas. Uma página com a orelha virada aparece, e Dulce percebe que a ponta da orelha está mostrando o começo de um diálogo, como uma seta:


“É de muita utilidade neste mundo”, diz a citação, “aquele que torna mais leves os sofrimentos do outro.”


Alguns minutos depois, quando passa de novo pela igreja, Dulce vê a família ainda reunida perto da porta. Christopher está de costas, com o paletó sobre o ombro, e a garota que os encontrou está ao seu lado. A maneira como sua mão descansa sobre o braço dele passa um sentimento de proteção. A cena faz com que Dulce aperte o passo. Suas bochechas estão vermelhas, mesmo sem saber por quê. Ela passa pelos dois, pela estátua de olhar intenso, pela igreja e pela fileira de carros prontos para levá-los ao cemitério.



Antes de ir embora, quase que instintivamente, coloca o livro no capô de um dos carros. Depois, antes de qualquer pessoa ir falar com ela, vira-se e vai embora.


 



candy_vondy: Também fiquei feliz que eles se encontraram, pena que em um lugar chato né, velório do Pai do Christopher :( - Esse cap. responde sua pergunta? - Ah... Ainda Te Amo viu


amanda_savinon_uckermann_vondy: Vou Continuar sim. ps: To Amando ver você comentar em  - quase- todas minhas fics. Obrigada <3


candy_mai: Hoje, é a realidade de muitas famílias. Mais olha, não quero te ver triste heim, quero te ver feliz. Respondendo sua pergunta.. Meu itinerário de postagem é diário. rs.. posto de segunda a sexta pela parte da manhã. ( Como to sem net em casa, posto quando estou no trabalho. rs)





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Autor(a): juh_uckermann_Collins

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 46



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  • jucinairaespozani Postado em 14/09/2015 - 00:32:37

    Amei :')

  • Furacao Maite Postado em 12/09/2015 - 00:49:12

    Desculpa o sumiço!!!!! aaah que lindo! Amei tudo!!! É uma pena que acabou! Todas as fics que eu gostava estão acabando! muito triste isso! Mas eu amei!!!

  • candy_vondy Postado em 10/09/2015 - 22:39:40

    Eu tbm te amo!!!!*_*..Olha,essa fic foi uma das melhores q eu já li de vdd..Vou te confessar uma coisa:Eu n gostava de ler fics adaptadas,mas dps de ler essa eu passei a ler..Eu me encantei com essa web desde o primeiro capítulo até o último <3 Ah!Parabéns! Vc escreveu os capítulos extras muito bem.. Adorei o final..quando eu puder eu passo na sua nova fic,por enquanto eu n posso pq estou estudando pra uma prova q eu vou ter e esses dias estou cheia de para casa pra fazer e sou estou entrando aqui no site para ler as minhas fics favoritadas..Bom, hj n precisa escrever continua neh??Então até mais!!Bjs!!Te amoooooooo

  • candy_vondy Postado em 04/09/2015 - 23:22:54

    Onde vc estava??Vc sumiu em??Ainda bem q n era um sonho!!Continuaaa

  • candy_vondy Postado em 31/08/2015 - 22:18:06

    Tomara q n seja um sonho..por favor q n seja!!!Quando eu puder eu passo na sua fic nova..continuaaa

  • Furacao Maite Postado em 31/08/2015 - 15:03:38

    *-*

  • jucinairaespozani Postado em 31/08/2015 - 14:58:17

    Continua, amei a fic

  • Furacao Maite Postado em 31/08/2015 - 00:11:27

    tambem espero que não seja um sonho!! espero que ele esteja realmente lá hahahaha

  • candy_vondy Postado em 29/08/2015 - 02:22:43

    Me fala q a Dulce n ta sonhando.. Por favor!!Pq se n eu vou ficar com raiva do Christopher por n ter ido no aeroporto... Continuaa

  • candy_vondy Postado em 27/08/2015 - 22:37:38

    Vc escreve super bem,parabéns!! Eu to amando cada vez mais esse final alternativo!!! Vc é d+..Continuaaaaa


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