Fanfic: A Probabilidade estatística do Amor a Primeira Vista - Adaptada (Terminada)) | Tema: Vondy
13h48 Hora da Costa Leste - 18h48 Hora de Greenwich
Mais tarde, no final do coquetel, as portas do salão de festa se abrem e Dulce fica estática, surpresa. A decoração é prateada e branca com flores de lavanda arrumadas em vasos enormes nas mesas. As costas das cadeiras têm laços e o bolo de quatro andares tem um noivo e uma noiva pequenos no topo. Os cristais e candelabros parecem refletir a luz dos talheres de prata, dos pratos reluzentes, das pequenas velas e dos instrumentos da banda, que vai tocar até mais tarde, até o momento da valsa. E até mesmo a fotógrafa, que acabou de passar por ela, abaixa a câmera para admirar o salão.
Há um quarteto de cordas tocando suavemente no canto do salão, e os garçons, todos com gravatas-borboleta, parecem deslizar pelo chão com bandejas de champanhe. Monty pisca para Dulce quando a vê pegando uma taça.
— Não exagere — diz, e ela ri.
— Não se preocupe, meu pai vai falar a mesma coisa em breve.
O pai e Charlotte ainda estão no quarto esperando pelo momento da entrada triunfal. Dulce passou toda a hora do coquetel respondendo perguntas e conversando. Todo mundo têm uma história relacionada aos Estados Unidos, todos querem ver o Empire State (ela vai muito lá?), ou planejam ir ao Grand Canyon (o que ela recomenda que façam quando estiverem lá?), ou têm um primo que acabou de se mudar para Portland (será que ela o conhece?).
Quando perguntam sobre sua viagem à Londres, mostram-se decepcionados por ela não ter ido ao Palácio de Buckingham ou ao Tate Modern ou feito compras na Oxford Street. Agora que está ali, é difícil explicar por que escolheu ficar apenas um fim de semana. Ontem — nesta manhã, na verdade — foi extremamente importante que chegasse e fosse embora o mais rápido possível, como se estivesse roubando um banco, como se fosse uma questão de vida ou morte.
Um homem mais velho, que é o chefe do departamento no qual o pai trabalha em Oxford, pergunta sobre o voo.
— Eu perdi o primeiro, na verdade — diz. — Por causa de quatro minutos. Mas peguei o seguinte.
— Que falta de sorte — comenta ele, passando uma das mãos sobre a barba branca. — Deve ter sido um sofrimento.
Ela sorri.
— Não foi tão ruim.
Quando está quase na hora do jantar, ela analisa os nomes nas mesas para saber onde deve se sentar.
— Não se preocupe — diz Violet a seu lado. — Você não está na mesa das criancinhas.
— Que alívio — responde Dulce. — Onde vou ficar então?
Violet procura pela mesa e mostra seu cartão para Dulce.
— Na mesa das crianças maneiras — diz, sorrindo. — Comigo. E com os noivos, é claro.
— Que sorte a minha.
— Está se sentindo melhor agora?
Dulce ergue as sobrancelhas.
— Andrew e Charlotte, o casamento...
— Ah — diz ela. — Estou sim.
— Que bom — responde Violet —, porque quero que você volte para o meu casamento com Monty.
— Monty? — pergunta Dulce, olhando para ela. Tenta se lembrar se já havia visto os dois conversando em algum momento até então. — Vocês estão noivos?
— Ainda não — diz Violet, indo para o salão de jantar —, mas não fique tão surpresa. Acho que um dia vai acontecer.
Dulce caminha com ela.
— É isso? Você acha que vai dar certo?
— É isso — responde ela. — Acho que fomos feitos um para o outro.
— Não é assim que funciona — diz com o rosto franzido, mas Violet sorri.
— E se der certo?
No salão, os convidados começam a se sentar e a colocar suas bolsas embaixo da mesa e abrir os guardanapos sobre o colo. As duas madrinhas se sentam e Dulce repara que Violet está sorrindo para Monty, e ele olha para ela por algum tempo, antes de abaixar a cabeça de novo. A banda está afinando os instrumentos, ouvem-se algumas notas do trompete, e os garçons circulam com garrafas de vinho. Quando a movimentação começa a diminuir, o vocalista ajusta o microfone e limpa a garganta.
— Senhoras e senhores — diz ele. As pessoas sentadas na mesa, os pais de Charlotte e sua tia Marilyn, e mais Monty e Violet, já estão olhando para a entrada. — É com grande prazer que apresento o Sr. e a Sra. Saviñón!
Todos comemoram e há uma série de flashes de câmeras ao mesmo tempo, todo mundo clicando para tentar capturar o mesmo instante. Dulce se vira na cadeira e coloca o queixo sobre o encosto no momento em que seu pai e Charlotte aparecem à porta de mãos dadas, ambos sorrindo como estrelas de cinema, como a realeza, como o casal no topo do bolo.
Sr. e Sra. Saviñón, pensa Dulce, com olhos brilhando ao ver o pai levantar um dos braços para que Charlotte dê um giro. O vestido se agita. A música não lhe é familiar, mas é alegre o suficiente para que os dois deem alguns passos de dança no meio do salão, nada muito rebuscado. Ela se pergunta qual o significado daquela música para eles. Era a que estava tocando quando se conheceram? Quando se beijaram pela primeira vez? No dia em que seu pai falou para Charlotte que ia ficar na Inglaterra para sempre?
Todos parecem hipnotizados pelo casal no salão — pela maneira como se abraçam, como riem toda vez que se afastam —, e mesmo assim a impressão que dá é que não estão vendo ninguém ao redor. É como se ninguém estivesse assistindo a dança; eles se olham da maneira mais natural. Charlotte sorri com o rosto sobre o ombro do marido, abraça-o com força, ele ajeita sua mão na dela e entrelaça os dedos. Eles simplesmente se encaixam e são dois corpos praticamente incandescentes sob a luz dourada, girando e dançando aos olhos de todos.
Quando a música termina, todos batem palmas e o cantor chama o resto dos convidados para ir dançar com eles. Os pais de Charlotte se levantam, a tia é levada por um homem que estava na outra mesa, e, para a surpresa de Dulce, Monty oferece a mão para Violet, que sorri para ela antes de ir dançar.
Um por um, chegam ao centro do salão até que os noivos ficam perdidos no meio de tantos vestidos. Ela fica sozinha à mesa, aliviada por não ter que ir dançar, mas é impossível ignorar o sentimento de solidão neste momento. Ela mexe no guardanapo quando o garçom coloca a comida em seu prato. Quando olha para a frente de novo, seu pai está a seu lado com a mão estendida.
— Cadê sua esposa? — pergunta.
— Estamos dando um tempo.
— Já?
Ele sorri e pega a mão de Dulce.
— Está pronta para dançar com um pé de valsa?
— Não sei, não — responde.
Ele a leva até o meio do salão, onde Charlotte — que está dançando com o pai — abre um sorriso para eles. Perto dali, Monty dança meio sem jeito com Violet, que está gargalhando.
— Filha querida — diz o pai, estendendo-lhe a mão de novo. Ela aceita.
Ele gira com ela de brincadeira e depois dança mais devagar. Eles se movem de um jeito muito estranho, completamente fora do ritmo.
— Foi mal — diz ele quando pisa no pé de Dulce pela segunda vez. — Nunca fui bom de dança.
— Você dançou muito bem com a Charlotte.
— Mérito dela — diz sorrindo. — Eu pareço ser melhor do que sou quando estou com ela.
Ficam em silêncio por um tempo. Dulce olha em volta.
— A festa está linda — diz ela. — Está tudo lindo.
— “A alegria e a satisfação são poderosos embelezadores.”
— Dickens?
Ele faz que sim com a cabeça.
— Sabia que eu finalmente comecei a ler Nosso amigo comum?
Ele fica contente.
— E?
— É legal.
— Vai ler até o fim? — pergunta, e Dulce pensa no livro onde o havia deixado, no capô de um carro preto na frente da igreja de Christopher.
— Talvez — responde.
— A Charlotte ficou muito animada quando você disse que talvez venha nos visitar — diz o pai baixinho com a cabeça inclinada. — Espero que realmente pense sobre isso. Seria bom se você viesse no final do verão, antes do começo das aulas. Temos um quarto sobrando que pode ficar para você. Talvez pudesse trazer algumas coisas suas e deixá-las conosco, aí o quarto ficaria parecendo seu mesmo...
— E o bebê?
O pai abaixa os braços, dá um passo para trás e fica olhando para a filha com tanto espanto que Dulce já não tem mais certeza do que ouviu na igreja. A música termina, mas antes mesmo do final dos últimos acordes a banda já emenda outra canção, mais alta e bem ritmada. As mesas vão ficando vazias, todos seguem para a pista, deixando os garçons servindo saladas para as cadeiras vazias. Todos os convidados dançam, rodando, rindo e pulando sem nem se preocuparem com o ritmo. E no meio disso tudo, Dulce e seu pai ficam absolutamente estáticos.
— Que bebê? — pergunta ele com palavras lentas e comedidas, como se estivesse falando com uma criança.
Ela olha em volta. Charlotte está em pé ao lado de Monty olhando para eles, parecendo não entender porque estão parados.
— Ouvi uma coisa na igreja — explica Dulce. — Charlotte falou alguma coisa, e eu achei que...
— Para você?
— O quê?
— Ela falou alguma coisa para você?
— Não, para a cabeleireira. Ou para a maquiadora. Para alguém. Eu só ouvi.
O rosto dele fica relaxado, a boca não está mais tensa.
— Pai, olhe — diz ela —, tudo bem, eu não ligo.
— Dulce...
— Não, tudo bem mesmo. Tipo, eu não achei que você fosse ligar e me contar mesmo. Sei que não nos falamos tanto assim, mas queria dizer que eu quero estar por perto.
Ele ia falar alguma coisa, mas para e fica olhando para ela.
— Não quero mais deixar de participar das coisas — diz Dulce rapidamente. — Não quero que o bebê cresça achando que sou uma prima distante ou coisa do tipo. Não quero ser uma pessoa que ninguém nunca vê, e que, em vez de ser uma companhia para fazer compras ou dar conselhos, ou até brigar, acaba virando alguém com quem você é educado, mas não tem assunto porque não conhece de verdade, que nem irmãos mesmo. Então eu quero participar disso.
— Quer mesmo — diz o pai, mas não é uma pergunta. É uma afirmação cheia de esperanças, como um desejo escondido há anos.
— Quero.
A música muda de novo, fica mais lenta, e as pessoas começam a voltar para as mesas onde a salada já foi servida. Charlotte aperta o braço do marido ao passar por ele, e Dulce fica grata por ela não os interromper.
— E a Charlotte não é tão ruim assim — admite, quando a noiva está longe.
O pai fica surpreso.
— Que bom que você acha isso.
Ficam sozinhos na pista de dança, em pé lá no meio enquanto todo mundo olha. Ela escuta o bater dos talheres, todos estão comendo, mas ainda assim tem certeza de que estão olhando.
Depois de algum tempo, o pai levanta os ombros.
— Eu não sei o que dizer.
Dulce pensa em outra coisa, algo que não havia passado pela sua cabeça antes. Ela fala devagar, com o coração batendo forte no peito.
— Você não quer que eu seja parte da sua vida.
O pai balança a cabeça e se aproxima dela, coloca as mãos sobre os ombros da filha e a faz olhar para ele.
— É claro que quero — diz ele. — Não há nada que eu queira mais que isso. Mas, filha...
Ela olha para o pai.
— Não tem bebê nenhum.
— Não?
— Vai ter — diz ele com certa timidez —, algum dia. Ou pelo menos é o que queremos. Charlotte está um pouco preocupada porque já aconteceram alguns problemas em sua família, e ela não é mais tão nova quanto... bem, quanto sua mãe era. Mas ela quer muito ter um filho e, na verdade, eu também quero. Então estamos torcendo para que tudo dê certo.
— Mas a Charlotte disse...
— Ela é assim — explica o pai. — Ela é dessas pessoas que fala muito sobre as coisas que quer que aconteça. É como se quisesse fazer com que se tornasse verdade.
Dulce acha aquilo meio estranho e franze o rosto.
— E tem dado certo?
O pai sorri e aponta para o salão.
— Bem, ela falava muito sobre mim, e cá estamos.
— Então você devia ser importante mesmo.
— Verdade — diz, acanhado. — Mas, de qualquer maneira, quando houver um bebê, você vai ser a primeira a saber, prometo.
— Mesmo?
— É claro. Dulce, por favor.
— Eu achei que só porque você tem esse bando de amigos novos aqui...
— Por favor, filhota — repetiu ele com um sorriso no rosto. — Você ainda é a coisa mais importante da minha vida. E além disso, quem eu vou chamar para cuidar do bebê e trocar as coisas?
— As fraldas — diz Dulce virando os olhos para cima. — O nome das coisas é fraldas, pai.
Ele ri.
— Pode chamar do que quiser, contanto que você esteja por perto quando tiverem que ser trocadas.
— Tá bem — diz ela, emocionada. — Estarei.
Autor(a): juh_uckermann_Collins
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 46
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jucinairaespozani Postado em 14/09/2015 - 00:32:37
Amei :')
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Furacao Maite Postado em 12/09/2015 - 00:49:12
Desculpa o sumiço!!!!! aaah que lindo! Amei tudo!!! É uma pena que acabou! Todas as fics que eu gostava estão acabando! muito triste isso! Mas eu amei!!!
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candy_vondy Postado em 10/09/2015 - 22:39:40
Eu tbm te amo!!!!*_*..Olha,essa fic foi uma das melhores q eu já li de vdd..Vou te confessar uma coisa:Eu n gostava de ler fics adaptadas,mas dps de ler essa eu passei a ler..Eu me encantei com essa web desde o primeiro capítulo até o último <3 Ah!Parabéns! Vc escreveu os capítulos extras muito bem.. Adorei o final..quando eu puder eu passo na sua nova fic,por enquanto eu n posso pq estou estudando pra uma prova q eu vou ter e esses dias estou cheia de para casa pra fazer e sou estou entrando aqui no site para ler as minhas fics favoritadas..Bom, hj n precisa escrever continua neh??Então até mais!!Bjs!!Te amoooooooo
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candy_vondy Postado em 04/09/2015 - 23:22:54
Onde vc estava??Vc sumiu em??Ainda bem q n era um sonho!!Continuaaa
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candy_vondy Postado em 31/08/2015 - 22:18:06
Tomara q n seja um sonho..por favor q n seja!!!Quando eu puder eu passo na sua fic nova..continuaaa
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Furacao Maite Postado em 31/08/2015 - 15:03:38
*-*
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jucinairaespozani Postado em 31/08/2015 - 14:58:17
Continua, amei a fic
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Furacao Maite Postado em 31/08/2015 - 00:11:27
tambem espero que não seja um sonho!! espero que ele esteja realmente lá hahahaha
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candy_vondy Postado em 29/08/2015 - 02:22:43
Me fala q a Dulce n ta sonhando.. Por favor!!Pq se n eu vou ficar com raiva do Christopher por n ter ido no aeroporto... Continuaa
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candy_vondy Postado em 27/08/2015 - 22:37:38
Vc escreve super bem,parabéns!! Eu to amando cada vez mais esse final alternativo!!! Vc é d+..Continuaaaaa