Fanfic: A Probabilidade estatística do Amor a Primeira Vista - Adaptada (Terminada)) | Tema: Vondy
Ela não sabe mais o que dizer depois disso; quer abraçá-lo, jogar-se em seus braços como fazia quando era pequena, porém isso parece estar fora do alcance neste instante; ela está chocada pela pureza do momento, pelo tanto que conseguiu evoluir num só dia depois de tanto tempo parada no mesmo lugar.
O pai percebe tudo isso e a segura pelos ombros, virando-a em direção à mesa. Ao lado do pai, protegida pelo seu braço da mesma maneira que já esteve tantas vezes — indo para o carro depois dos jogos de futebol ou saindo da noite de comemoração entre pais e filhas no clube das escoteiras —, Dulce percebe que, apesar de tudo estar diferente, apesar de estarem separados por um oceano, nada de extremamente importante mudou.
Ele ainda é seu pai. O resto é mera questão geográfica.
18h10 Hora da Costa Leste - 23h10 Hora de Greenwich
Da mesma maneira que a claustrofobia de Dulce de vez em quando faz com que os lugares mais vastos fiquem minúsculos, alguma coisa naquela festa — a música ou a dança, ou talvez o champanhe — faz com que as horas não sejam apenas um punhado de minutos. É como uma daquelas montagens no cinema em que tudo está acelerado; as cenas são meros flashes, as conversas são apenas instantes.
Durante o jantar, Monty e Violet fazem seus discursos — o dele cheio de risos, o dela cheio de lágrimas —, e Dulce observa Charlotte e o pai enquanto escutam as homenagens com olhos brilhando. Mais tarde, depois de cortar o bolo e depois de Charlotte conseguir fugir das tentativas do marido de sujá-la de bolo, como ela conseguiu fazer com ele, a música volta a tocar. Quando o café é servido, estão todos exaustos à mesa, com as bochechas vermelhas e os pés doendo. O noivo se senta entre ela e Charlotte, que — entre goles de champanhe e pedaços de bolo — olha para ele.
— Tem alguma coisa no meu rosto? — pergunta ele.
— Não, só estou querendo saber se está tudo bem com vocês dois — admite ela — depois da discussão no meio do salão.
— Parecia uma discussão? — diz o noivo com um sorriso. — Era para ser uma valsa. Errei os passos?
Dulce vira os olhos para cima.
— Ele pisou no meu pé pelo menos umas 12 vezes — diz ela para Charlotte —, mas fora isso está tudo bem.
O pai abre a boca de brincadeira.
— Não foram mais que duas vezes.
— Desculpa, amor — diz Charlotte —, mas vou ter que concordar com Dulce. Meus dedinhos esmigalhados são testemunhas.
— Estamos casados há apenas algumas horas e você já está discordando de mim?
Charlotte ri.
— Prometo que vou discordar de você até que a morte nos separe, querido.
Do outro lado da mesa, Violet bate na taça com uma colher, e, em meio ao som de vários copos e talheres, os noivos se beijam novamente e só param quando percebem que tem um garçom atrás deles esperando para pegar os pratos.
Quando seu prato é retirado, Dulce afasta a cadeira e se inclina para pegar a bolsa.
— Acho que vou dar uma volta para tomar um ar — anuncia.
— Está se sentindo bem? — pergunta Charlotte, e Monty pisca de novo olhando para a taça de champanhe como se quisesse dizer que tinha avisado sobre a bebida.
— Estou bem — responde rapidamente. — Volto daqui a pouco.
O pai encosta na cadeira e sorri.
— Diga para sua mãe que mandei um oi.
— O quê?
Ele aponta para a bolsa dela.
— Diga que mandei oi.
Dulce sorri com vergonha, surpresa por ele ter adivinhado com tanta facilidade.
— Sim, eu ainda tenho o sexto sentido de um pai — diz ele.
— Você não é tão esperto quanto pensa — responde e se vira para Charlotte. — Você vai se sair melhor. Acredite em mim.
O pai abraça Charlotte e sorri para a filha.
— Sim — concorda e beija o rosto da nova esposa —, com certeza, vai.
Dulce se afasta e ouve o pai começando a entreter o restante da mesa com histórias de sua infância, de todas as vezes que foi salvá-la, de todas as vezes em que já sabia o que estava acontecendo. Ela se vira mais uma vez e ele para de falar quando seus olhares se encontram. Suas mãos estão no ar como se demonstrasse o tamanho de um peixe ou de um campo, ou algum detalhe de uma fábula do passado. Ele pisca para a filha.
Ao sair do salão, faz uma pausa e encosta na parede. Sente-se como se tivesse saído de um sonho ao ver os outros hóspedes usando jeans e tênis. Não consegue ouvir direito por causa da música que ficou nos ouvidos, o cenário é muito claro e um tanto irreal. Ela passa pelas portas giratórias e respira fundo quando chega lá fora. Dá boas-vindas ao ar gelado e à brisa insistente que traz o cheiro do mar.
Há degraus de pedra que aumentam o tamanho do hotel, que já é ridiculamente enorme, como a entrada de um museu. Dulce sai pelo lado e acha um lugar para se sentar. Assim que o faz, percebe que a cabeça está doendo e os pés latejando. Seu corpo todo parece pesado, e ela nem consegue se lembrar da última vez em que dormiu. Dá uma olhada no relógio e tenta calcular que horas são em casa e há quanto tempo está acordada, mas os números ficam confusos e não cooperam.
Tem outra mensagem da mãe no celular, o coração de Dulce pula. Sente como se estivessem separadas há muito mais tempo. Mesmo sem ter certeza de que horas são em casa, liga e fecha os olhos enquanto a chamada é feita.
— Finalmente — diz a mãe ao atender. — Achei que estivesse brincando de pique-esconde.
— Mãe — murmura ela, apoiando a testa sobre a mão. — Fala sério.
— Estava quase morrendo, querendo falar com você — diz a mãe. — Como você está? Que horas são aí? Como estão as coisas?
Dulce respira fundo e dá uma fungada.
— Mãe, desculpa pelo que falei no carro. Antes de ir embora.
— Tudo bem — responde, depois de alguns instantes de silêncio. — Eu sei que não foi por mal.
— Não foi mesmo.
— E filha, eu estive pensando...
— Em quê?
— Eu acho que não devia ter te obrigado a ir. Você já tem idade suficiente para tomar essas decisões sozinha. Foi um erro meu ter insistido.
— Não, valeu a pena. Estou até... bem.
A mãe solta a respiração.
— Está mesmo? Eu seria capaz de apostar que você estava me ligando para exigir que voltasse mais cedo.
— Também achei que fosse fazer isso — diz —, mas não está sendo tão ruim.
— Pode contar tudo.
— Vou contar — diz ela, bocejando —, mas estou muito cansada, o dia foi longo.
— Deve ter sido mesmo. Então responda só uma pergunta: e o vestido?
— O meu ou o da Charlotte?
— Nossa — diz a mãe rindo —, então ela passou de a britânica para apenas Charlotte?
Dulce sorri.
— Passou. Ela é até legal. E o vestido é lindo.
— Você e seu pai têm se dado bem?
— Foi meio estranho no começo, mas estamos bem. Talvez, até felizes.
— Por quê, o que houve no começo?
— É uma longa história. Eu meio que fugi um pouco.
— Foi embora?
— Tive que ir.
— Seu pai deve ter amado isso. Você foi aonde?
Dulce fecha os olhos e pensa nas coisas que o pai falou sobre Charlotte antes, que ela fala sobre o que quer que se tornem realidade.
— Eu conheci um cara no avião.
A mãe ri.
— Agora sim a conversa está ficando boa.
— Fui tentar encontrá-lo, mas foi meio ruim, e nunca mais vou vê-lo.
Ficam em silêncio, até que a mãe volta a falar com uma voz mais doce.
— Nunca se sabe — diz ela. — Olha Harrison e eu por exemplo. O trabalho que eu dou para ele. Mas não importa quantas vezes eu o tenha afastado, ele sempre volta. E eu não gostaria que fosse de outra maneira.
— Mas a minha situação é um pouco diferente.
— Bem, mal posso esperar para saber os detalhes quando você voltar.
— Amanhã.
— Isso — diz a mãe. — Eu e Harrison vamos esperar por você na esteira das malas.
— Como se eu fosse uma meia perdida.
— Ah, filha — brinca a mãe —, você está mais para uma mala inteira. E não está perdida.
A voz de Dulce está fraca.
— E se estiver?
— Aí é só uma questão de tempo até se encontrar de novo.
O telefone dá dois bipes e Dulce o afasta da orelha para ver o que é.
— Minha bateria está quase no fim — diz.
— A sua ou a do aparelho?
— As duas. Você vai fazer o que hoje à noite sem a minha companhia?
— Harrison quer me levar a uma droga de jogo de beisebol. Tem falado sobre isso a semana inteira.
Ela se senta com as costas retas.
— Mãe, ele vai pedir você em casamento de novo.
— Jura? Não.
— Vai, sim. Aposto que vai colocar o pedido no telão ou alguma coisa assim.
A mãe resmunga.
— Mentira. Ele nunca faria isso.
— Faria sim — diz Dulce, rindo. — É exatamente o tipo de coisa que ele faria.
As duas riem e não conseguem mais completar uma frase sem gargalhar. Dulce para de falar e ri até chorar. É maravilhoso fazer isso; depois de um dia desses, qualquer desculpa para rir é bem-vinda.
— Tem coisa mais brega que isso? — diz a mãe, respirando fundo.
— Com certeza não — responde e para de rir. — Sabe de uma coisa?
— O quê?
— Eu acho que você devia aceitar.
— O quê? — diz a mãe com a voz mais aguda que o normal. — O que houve, você saiu daqui para ir a um casamento e virou Cupido?
— Ele ama você — fala a filha com simplicidade —, e você o ama.
— É um pouquinho mais complicado que isso.
— Não é não. É só você dizer sim.
— E ser feliz para sempre?
Dulce sorri.
— Tipo isso.
O telefone dá um bipe de novo, desta vez mais alto.
— Nosso tempo está acabando — diz ela, e a mãe ri de novo, só que agora o riso tem um quê de preocupação.
— Isso é uma indireta?
— Se servir para fazer com que você tome a decisão certa...
— Desde quando você ficou tão adulta?
Ela encolhe os ombros.
— Você e o papai devem ter feito um bom trabalho.
— Amo você — diz a mãe.
— Também amo você — responde, e aí, como se tivesse sido planejado, a ligação acaba.
Ela fica sentada por alguns minutos e, finalmente, desiste de ligar o telefone e olha para as casas do outro lado da rua.
Uma luz acende numa das janelas do segundo andar e ela vê a silhueta de um homem colocando o filho para dormir, cobrindo-o e depois se inclinando para dar um beijo de boa-noite. Antes de sair do quarto, o homem apaga a luz e o cômodo fica escuro de novo. Dulce pensa nas histórias de Christopher e se pergunta se aquele menino também precisa de uma luz noturna, ou se o beijo de boa-noite do pai é o suficiente para que ele durma um sono sem pesadelos, sem monstros e sem fantasmas.
Ela continua olhando para a janela escura e para a casinha entre tantas outras, para os postes de luz e as caixas de correio empoeiradas, para a rua em forma de ferradura, que leva ao hotel... e eis que seu próprio fantasma aparece.
Fica tão surpresa em vê-lo quanto ele ficou em vê-la na igreja mais cedo, e sua chegada repentina e inesperada a deixa fora de si, faz seu estômago revirar, acaba com o resto de compostura que ainda tem, destrói seu autocontrole. Ele chega devagar, quase perdido no meio das sombras por causa do terno escuro até que a luz do hotel o envolve por completo.
— Oi — diz Christopher, quando está mais perto, e, pela segunda vez, naquela noite, ela começa a chorar.
candy_mai:A fic tá tão previsível assim? Hey gatinha, cada um de nós tem seu dia, um dia a sorte vai piscar pro nosso lado tambem.
Furacao Maite: Oii gatinha, seja bem vinda viu. Ps: To amando sua fic.. A propósito, meninas passem lá. Fanfic:--> Sempre Vou Ser Sua Fã - Portirroni .<--Cliquem no Nome da Fic para irem direto para ela e acompanhar essa história que já me viciou!
candy_vondy: Já sem encontraram e agora?? Ah, já ia me esquecendo.. Cap dedicado a vc.. rs
Autor(a): juh_uckermann_Collins
Este autor(a) escreve mais 7 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
18h24 Hora da Costa Leste - 23h24 Hora de Greenwich Um homem caminha com seu chapéu em mãos. Uma mulher caminha usando um par de botas exageradamente altas. Um menino caminha, segurando um videogame. A mãe com um bebê chorando. Um homem com bigode de vassoura. Um casal de velhinhos com casacos que combinam. Um garoto com camisa azul sem migalhas d ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 46
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jucinairaespozani Postado em 14/09/2015 - 00:32:37
Amei :')
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Furacao Maite Postado em 12/09/2015 - 00:49:12
Desculpa o sumiço!!!!! aaah que lindo! Amei tudo!!! É uma pena que acabou! Todas as fics que eu gostava estão acabando! muito triste isso! Mas eu amei!!!
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candy_vondy Postado em 10/09/2015 - 22:39:40
Eu tbm te amo!!!!*_*..Olha,essa fic foi uma das melhores q eu já li de vdd..Vou te confessar uma coisa:Eu n gostava de ler fics adaptadas,mas dps de ler essa eu passei a ler..Eu me encantei com essa web desde o primeiro capítulo até o último <3 Ah!Parabéns! Vc escreveu os capítulos extras muito bem.. Adorei o final..quando eu puder eu passo na sua nova fic,por enquanto eu n posso pq estou estudando pra uma prova q eu vou ter e esses dias estou cheia de para casa pra fazer e sou estou entrando aqui no site para ler as minhas fics favoritadas..Bom, hj n precisa escrever continua neh??Então até mais!!Bjs!!Te amoooooooo
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candy_vondy Postado em 04/09/2015 - 23:22:54
Onde vc estava??Vc sumiu em??Ainda bem q n era um sonho!!Continuaaa
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candy_vondy Postado em 31/08/2015 - 22:18:06
Tomara q n seja um sonho..por favor q n seja!!!Quando eu puder eu passo na sua fic nova..continuaaa
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Furacao Maite Postado em 31/08/2015 - 15:03:38
*-*
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jucinairaespozani Postado em 31/08/2015 - 14:58:17
Continua, amei a fic
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Furacao Maite Postado em 31/08/2015 - 00:11:27
tambem espero que não seja um sonho!! espero que ele esteja realmente lá hahahaha
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candy_vondy Postado em 29/08/2015 - 02:22:43
Me fala q a Dulce n ta sonhando.. Por favor!!Pq se n eu vou ficar com raiva do Christopher por n ter ido no aeroporto... Continuaa
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candy_vondy Postado em 27/08/2015 - 22:37:38
Vc escreve super bem,parabéns!! Eu to amando cada vez mais esse final alternativo!!! Vc é d+..Continuaaaaa