Fanfics Brasil - 6 A Probabilidade estatística do Amor a Primeira Vista - Adaptada (Terminada))

Fanfic: A Probabilidade estatística do Amor a Primeira Vista - Adaptada (Terminada)) | Tema: Vondy


Capítulo: 6

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Havia dias que Dulce escutava conversas tensas ao telefone entre seus pais e ouvia o som do choro da mãe por meio do sistema de ventilação da casa velha. No entanto, a mãe só anunciou a separação e a notícia de que o pai ficaria em Oxford mais um semestre durante a viagem de carro, voltando do Maine.


— Por enquanto vamos só ficar separados — disse a mãe.


Ela desviou o olhar da estrada para Dulce, que estava estática no assento, absorvendo a notícia aos poucos — primeiro, Mamãe e papai vão se divorciar; depois, Papai não vai mais voltar.


— Já tem um oceano entre vocês — respondeu. — Dá para ficar mais separado que isso?


— Legalmente — disse a mãe com um suspiro. — Vamos nos separar legalmente.


— Vocês não precisam se encontrar antes de decidir uma coisa dessas?


— Ai, filha — disse a mãe tirando uma das mãos do volante para fazer carinho no joelho de Dulce. — Acho que a decisão já foi tomada.


Dois meses depois, lá estava Dulce no banheiro do quarto de hotel em Aspen, segurando a escova de dente e ouvindo o pai conversar no cômodo ao lado. Achou que fosse sua mãe checando se estava tudo bem, chegou até a ficar feliz, mas aí ouviu o pai dizendo um nome — Charlotte — antes de baixar o tom de voz de novo.


— Não, tudo bem — disse ele —, ela está no toalete.


Dulce sentiu o corpo gelado; ficou se perguntando em que momento o pai havia se tornado uma pessoa que diz “toalete”, que conversa com gente estranha em telefones de hotel, que leva a filha para esquiar como se fosse fazer diferença, como uma promessa, e aí volta para sua nova vida como se nada tivesse acontecido.


Respirou fundo, sentindo os pés frios no chão de ladrilhos.


— Eu sei — disse ele com voz suave. — Estou com saudades também, amor.


É claro, pensou Dulce fechando os olhos. É claro.


Dulce tinha razão, mas isso não fez com que a situação ficasse melhor. Sentiu uma ponta de ressentimento. Era como um caroço de pêssego, uma coisa pequena, dura e má, uma amargura que certamente nunca se dissolveria.


Afastou-se da porta, sentindo a garganta apertada e o peito doendo. Viu no espelho que seu rosto estava ficando vermelho, e a visão ficou embaçada por causa do calor. Apertou as bordas da pia até as juntas ficarem brancas e se forçou a esperar o pai sair do telefone.


— O que houve? — perguntou, quando ela finalmente saiu do banheiro, passou por ele sem dizer nada e se jogou em uma das camas. — Está tudo bem?


— Tudo — respondeu Dulce.


O mesmo aconteceu no outro dia.


Na manhã seguinte, estavam descendo de elevador para o saguão — ela já sentia calor por causa das roupas de esqui — e, depois de um solavanco, ficaram presos. Eram as únicas pessoas lá dentro. Trocaram um olhar vazio até que o pai apertou o botão de emergência.


— Droga de elevador.


Dulce olhou para ele.


— Você não quis dizer merda de elevador?


— O quê?


— Nada — murmurou ela e começou a apertar todos os botões, acendendo um por um, enquanto o pânico aumentava.


— Acho que não vai adiantar fazer isso... — disse o pai até perceber que alguma coisa parecia errada. — Você está bem?


Dulce puxou a gola da jaqueta de esqui e abriu o casaco.


— Não — respondeu com o coração batendo forte. — Sim. Não sei. Quero sair daqui.


— Eles já vão chegar — disse —, não podemos fazer nada até...


— Não, pai, agora — respondeu um tanto fora de controle.


Era a primeira vez que o chamava de pai desde que haviam chegado a Aspen; até então, estava evitando chamá-lo de qualquer coisa.


O pai olhou em volta do pequeno elevador.


— Você está tendo um ataque de pânico? — perguntou preocupado. — Já teve isso? Sua mãe...


Dulce balançou a cabeça. Não sabia o que estava acontecendo; só sabia que tinha que sair dali naquele instante.


— Eles vão chegar daqui a pouco, está bem? — disse o pai, segurando-a pelos ombros para que ela o encarasse. — Olhe para mim. Não pense neste lugar.


— Tá bem — murmurou, rangendo os dentes.


— Muito bem — respondeu. — Pense em outro lugar. Um lugar aberto.


Ela tentou se acalmar e pensar em alguma coisa branda, mas o cérebro não cooperava. Estava quente e não dava para se concentrar.


— Finja que está na praia — disse ele —, ou no céu! Pense no céu, está bem? Pense em como é grande, como não dá para ver seu fim.


Dulce fechou os olhos e se forçou a pensar nisso, no azul vasto e infinito manchado por algumas nuvens. Com uma profundidade, um tamanho tão exagerado, que era impossível saber onde terminava. Sentiu o coração desacelerar, a respiração



 ficar mais calma e relaxou as mãos. Quando abriu os olhos de novo, o rosto do pai estava diante do seu, com os olhos arregalados de preocupação. Ficaram se olhando pelo que pareceu uma eternidade, e Dulce percebeu que era a primeira vez que se permitia olhar nos olhos do pai desde que se encontraram.


Depois de alguns instantes, o elevador se moveu. Ela respirou fundo. Ficaram em silêncio, ambos sensibilizados e ansiosos para sair do hotel e admirar o azul infinito do céu.




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Autor(a): juh_uckermann_Collins

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Agora, no meio do terminal lotado, Dulce tem que parar de olhar para a janela e para os aviões enfileirados como se fossem de brinquedo. Sente uma pontada no estômago de novo; o único momento em que imaginar o céu não ajuda é quando você está a trinta mil pés de altura e o único caminho que pode percorrer &e ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 46



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  • jucinairaespozani Postado em 14/09/2015 - 00:32:37

    Amei :')

  • Furacao Maite Postado em 12/09/2015 - 00:49:12

    Desculpa o sumiço!!!!! aaah que lindo! Amei tudo!!! É uma pena que acabou! Todas as fics que eu gostava estão acabando! muito triste isso! Mas eu amei!!!

  • candy_vondy Postado em 10/09/2015 - 22:39:40

    Eu tbm te amo!!!!*_*..Olha,essa fic foi uma das melhores q eu já li de vdd..Vou te confessar uma coisa:Eu n gostava de ler fics adaptadas,mas dps de ler essa eu passei a ler..Eu me encantei com essa web desde o primeiro capítulo até o último <3 Ah!Parabéns! Vc escreveu os capítulos extras muito bem.. Adorei o final..quando eu puder eu passo na sua nova fic,por enquanto eu n posso pq estou estudando pra uma prova q eu vou ter e esses dias estou cheia de para casa pra fazer e sou estou entrando aqui no site para ler as minhas fics favoritadas..Bom, hj n precisa escrever continua neh??Então até mais!!Bjs!!Te amoooooooo

  • candy_vondy Postado em 04/09/2015 - 23:22:54

    Onde vc estava??Vc sumiu em??Ainda bem q n era um sonho!!Continuaaa

  • candy_vondy Postado em 31/08/2015 - 22:18:06

    Tomara q n seja um sonho..por favor q n seja!!!Quando eu puder eu passo na sua fic nova..continuaaa

  • Furacao Maite Postado em 31/08/2015 - 15:03:38

    *-*

  • jucinairaespozani Postado em 31/08/2015 - 14:58:17

    Continua, amei a fic

  • Furacao Maite Postado em 31/08/2015 - 00:11:27

    tambem espero que não seja um sonho!! espero que ele esteja realmente lá hahahaha

  • candy_vondy Postado em 29/08/2015 - 02:22:43

    Me fala q a Dulce n ta sonhando.. Por favor!!Pq se n eu vou ficar com raiva do Christopher por n ter ido no aeroporto... Continuaa

  • candy_vondy Postado em 27/08/2015 - 22:37:38

    Vc escreve super bem,parabéns!! Eu to amando cada vez mais esse final alternativo!!! Vc é d+..Continuaaaaa


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