Fanfic: Uma Prova de Amor AyA (Adaptada).Finalizada | Tema: Anahi e Alfonso
Sofro ao ver minha irmã passar por isso todos os meses, ao ver como essa luta a transformou, como está ficando cada vez mais amarga à medida que suas amigas, uma a uma, vão tendo bebês. Ela fica particularmente ressentida quando outras pessoas ficam grávidas com facilidade e chegou a ponto de se afastar de sua amiga Kelly por completo, depois que ela ficou grávida de gêmeos, durante a lua de mel, um menino e uma menina. Quando Maura falou para Daphne que ela deveria ficar feliz pela Kelly (o que era verdade, mas foi um comentário desnecessário), minhas irmãs tiveram uma discussão enorme. Daphne desligou o telefone na cara de Maura e me ligou imediatamente, tentando me manipular para que eu ficasse do lado dela. Então, quando Maura me ligou na outra linha, ansiosa para me contar sua versão dos fatos, Daphne gritou: “Não ouse atender a chamada dela!”. E então, começou a defender freneticamente seu lado da questão. Ela insistiu que a discussão com Kelly não tinha nada a ver com a Alfonso ção que Kelly teve com os gêmeos, e que tudo tinha acontecido só porque Kelly declarou que iria chamar sua filha de Stella. “Esse nome é meu”, Daphne deve ter dito pelo menos umas dez vezes. Resisti à vontade de cair na risada e falar: “Não, seu nome é Daphne”, mas, em vez disso, convenci minha irmã de que esse nome não era bom por causa do seu sobrenome (o sobrenome do marido de Daphne era Sacco). Disse a ela que Stella Sacco parecia nome de stripper, e que, se eu recebesse no meu escritório o currículo de uma “Stella Sacco”, imediatamente o poria de lado e nem veria que ela era uma bolsista do Fullbright. Seguiu-‐se uma longa conversa sobre nomes de bebês, um assunto que eu acho ridículo e cansativo, a menos que você esteja com nove meses e prestes a dar à luz. Discutir nomes de crianças quando você nem está grávida é quase tão ridículo quanto exigir exclusividade de um nome. Claro que eu compartilhei esses comentários com Maura quando liguei de volta para ela, mas disse que, apesar de tudo, tínhamos que apoiar Daphne. Já estou acostumada a intermediar a paz entre minhas irmãs, e elas fazem o mesmo comigo. Talvez essa seja a dinâmica natural entre três irmãs. Somos muito unidas, mas às vezes ficamos duas contra uma, e as alianças mudam constantemente.
Então, por isso tudo, simplesmente considerar que minhas irmãs poderiam ficar do lado de Alfonso e ainda poderiam tentar me convencer a ter um filho é demais para eu poder suportar. Preciso de alguém que me apoie firme e incondicionalmente. Alguém que deixe de lado seus próprios preconceitos. É aí que minha melhor amiga, Jess, sempre entra.
Jess e eu nos conhecemos em nosso primeiro ano na faculdade de Princeton, quando nos unimos contra nossas respectivas companheiras de quarto, ambas escandalosas alunas de teatro chamadas Tracy. Uma noite, pouco antes do feriado de Ação de Graças, Jess embebedou as duas Tracy com vodca e suco de oxicoco, e as convenceu a trocar de quarto. Ela foi tão eficiente que fez as Tracy acreditarem que tinha sido ideia delas. A minha Tracy até deixou um pedido de desculpas escrito à mão. No dia seguinte, Jess empacotou suas roupas, livros e edredom, e os levou pelo corredor em caixas de plástico e sacos de lixo; acabamos morando juntas pelos próximos catorze anos (quase tanto tempo quanto eu vivi em casa), durante todo o período da faculdade e depois no nosso primeiro e apertado apartamento em Manhattan, entre a 92nd e a York Street.
Nós o reformamos várias vezes com o passar dos anos, até conseguirmos nosso espaçoso e ensolarado loft na Park Avenue South, que, devido ao estilo kitsch de Jess, fazia as pessoas o compararem com o apartamento dos personagens de Friends. Cada uma de nós teve seus namorados, mas ninguém por quem valesse a pena trocar o que tínhamos juntas.
Até Alfonso aparecer.
Jess e eu choramos no dia em que me mudei para a casa de Alfonso, e brincamos falando que a nossa separação parecia um divórcio. Continuamos a nos falar todos os dias, algumas vezes mais de uma vez por dia, mas houve uma mudança definitiva na nossa amizade. Em parte, era simplesmente porque nos víamos menos. Nós não tínhamos mais aqueles bate-‐papos tarde da noite e de manhã bem cedo antes do trabalho, e não dava para ter essas conversas pelo telefone. Por outro lado, foi uma mudança inevitável de lealdade. Alfonso se tornou a pessoa com quem eu mais conversava, aquele que eu procurava no momento de crise ou de celebração. Já conheci mulheres casadas que colocam suas amigas na frente do marido e, embora admire esse tipo de fidelidade feminina, também acredito que isso possa ser uma dinâmica perigosa. Algumas coisas devem ser sagradas num casamento. Jess e eu nunca discutimos as mudanças no nosso relacionamento, mas eu sabia que ela entendia. Também acho que ela se afastou um pouco, acho que para respeitar meu relacionamento e talvez por uma ponta de orgulho. Ela cultivou um novo círculo de amigas, mulheres solteiras na casa dos trinta anos, todas procurando o amor.
Às vezes, sentia uma pontinha de saudade quando via Jess ir se encontrar com as meninas para tomar uma sangria no Village ou fazendo as coisas que costumávamos fazer juntas. Mas, na maior parte do tempo, eu não invejo sua posição. Este ano completamos 35 anos, e posso garantir que a chegada desse marco a está deixando estressada. Ela não está desesperada para se casar, mas ela quer ter filhos um dia. E está ciente de que seus óvulos têm data de validade (palavras dela, não minhas).
O que torna ainda mais frustrante quando eu vejo minha melhor amiga representar repetidamente o papel que cairia perfeitamente num romance de Jackie Collins. Ela sempre se envolve com homens indisponíveis: galinhas, homens casados ou caras que moram do outro lado do país e não têm a mínima intenção de se mudar para Manhattan. Na verdade, atualmente ela está enrolada num relacionamento de dois anos com um cara chamado Trey, que se encaixa em todas as alternativas acima. Eu sei, é difícil ser um galinha casado, mas Trey tira tudo isso de letra, com o maior charme. A verdade é que Trey não contou para Jess que ele era casado até ela se apaixonar por ele, mas ela já teve pelo menos um ano para poder digerir a notícia e seguir em frente.
Resumo da história: Jess tem um dedo podre para homens e sempre teve. Até na faculdade ela ficava a fim do garoto rebelde, aquele tipo que você podia imaginar parado na frente de um juiz respondendo a uma acusação de estupro. É estranho, porque Jess tem absoluto controle em todas as outras partes da vida. Ela é segura, divertida e a mulher mais inteligente que eu conheço. Formou-‐se com honras em Princeton, sem precisar estudar demais, e depois tirou seu MBA em Columbia. Agora, ela é investidora financeira, arrasa num mundo dominado pelos homens e ganha tanto dinheiro quanto os atletas profissionais e artistas de cinema. Para completar, parece modelo. É alta, tem os cabelos louros e curtos, e um corpo esbelto. Ela parece muito mais uma modelo de passarela do que de lingerie, o que segundo minha irmã Maura é o problema de Jess. “Os homens não gostam de mulheres tão magras”, ela costuma dizer. “Mulheres é que gostam.” (Maura tem uma coleção de teorias superficiais sobre relacionamentos. Aqui estão algumas de suas pérolas: “O mais atraente de um casal sempre tem o poder”; “As mulheres deveriam se casar com homens pelo menos sete anos mais velhos, para eliminar a diferença de envelhecimento”; “Homens carecas e baixinhos têm que ser bem-‐dotados”.)
De qualquer modo, decidi que chegou a hora de me abrir com Jess. Então, nos encontramos no dia seguinte para almoçar numa lanchonete no meio do caminho entre o meu escritório e o dela. Pedimos sanduíches no balcão e, então, pegamos sacos de batatas Lay’s e garrafas de água mineral Evian e fomos nos sentar numa mesa perto da janela. Havia cinco operários da construção civil sentados atrás de nós e, quando um deles se levantou para ir embora, Jess comentou que ele tinha “um traseiro perfeito”. Ela parecia um homem descarado comentando o corpo de uma mulher. Dei uma checada na traseira da calça Levi’s dele e concordei que era tentador. Depois, delicadamente comecei a falar do meu dilema.
Jess ouviu com atenção, com empatia. Já fazia um bom tempo que eu não precisava de conselhos dela sobre relacionamentos. Dava para perceber que ela gostou de se afastar um pouco da angústia que estava sentido em relação a Trey quando ela disse, com seu sotaque do Alabama, que ainda não havia perdido depois de tantos anos na Costa Leste:
— Tenho certeza de que você e Alfonso vão resolver isso. Não entre em pânico.
— Ainda não entrei em pânico — confessei. — A questão é... Talvez eu esteja um pouco... Afinal de contas, ter filhos não é uma coisa que a gente possa negociar, sabe?
Jess concordou com a cabeça e cruzou as longas pernas.
— É isso mesmo.
— Então, espero que seja apenas uma fase — concluí.
Jess levantou o pãozinho do seu sanduíche de salada de frango e enfiou umas batatinhas fritas dentro.
— Tenho certeza de que é só uma fase — ela afirmou. — Alguma coisa pela qual ele está passando.
— Sim — falei, olhando para o meu sanduíche de peru. Estava sem apetite desde nossa volta do Caribe.
— Lembra do violão dele? — ela perguntou, revirando os olhos. Jess adora fazer gozação com o Alfonso e ele faz a mesma coisa com ela, o que é um sinal da afeição entre eles. Ela deu uma risada e falou:
— O velho Van Halen arrasou por alguns meses, não foi?
Também ri, relembrando o dia em que Alfonso e eu passamos em frente a uma lojinha no Village, chamada Guitar Salon. Ficava numa mansão charmosa, toda iluminada, e estava convidativa naquele dia chuvoso. Entramos e olhamos tudo o que tinha e, depois de alguns minutos, Alfonso decidiu que tinha que ter seu próprio violão vintage. Era literalmente a primeira vez que ele tinha demonstrado o mais leve interesse por qualquer instrumento musical, mas, a essa altura, eu estava acostumada ao interesse rápido dele por uma grande variedade de coisas e assuntos. Alfonso é uma daquelas pessoas que consegue se entusiasmar por muitas, muitas coisas: astronomia, filmes, coleção de relógios antigos, o que você imaginar. Fiquei o observando e esperei com paciência enquanto ele fazia uma centena de perguntas ao proprietário da loja. Depois, ele passou um tempão experimentando os violões, dedilhando pelas cordas e até mesmo tentando tocar. Uma hora mais tarde, ele estava pagando uma pequena fortuna por um violão espanhol de 1956, feito de madeira de jacarandá, e um pacote de aulas dadas por alguém de certa fama no mundo do violão clássico de Nova York.
Por meses, Alfonso praticou violão com fervor cativante e rapidamente aprendeu o básico e adquiriu calos impressionantes. No meu aniversário, ele me fez uma surpresa e tocou com perfeição “I Can’t Help Falling in Love With You”, uma música que confesso, timidamente, me deixa derretida, especialmente porque sempre achei que o Alfonso é um pouco parecido com um Elvis Presley mais jovem, só que com o cabelo claro.
Porém, pouco tempo depois, Alfonso perdeu o interesse em seu novo hobby e aposentou seu violão num canto empoeirado debaixo de nossa cama. Recentemente, ele o colocou à venda no eBay. Jess me garantiu que a fixação dele pela paternidade também não vai durar muito.
— O único problema é — eu falei — que Alfonso adquiriu um violão antes de desistir da ideia de se tornar um músico talentoso.
— É mesmo... — ela falou, enquanto rolava a tela de e-‐mail no seu BlackBerry. Jess é perfeita em multitarefas. Ela digita furiosamente uma resposta enquanto pergunta: — E não tem como ter uma criança temporariamente, tem?
— Por isso que o bebê do Ray e da Jess viria a calhar — falei, relembrando a semana em que fiquei na casa de minha irmã, logo depois de ela ter cada um de seus três bebês. Todas as três visitas, no início, eram emocionantes, já que não há nada tão significativo ou especial quanto conhecer um novo membro de sua família. Também adorava passar um tempo tranquilo e íntimo com minha irmã, que geralmente é muito ocupada com suas múltiplas obrigações sociais em Bronxville. Maura e eu tivemos nossas melhores conversas naquele ambiente aconchegante, com um novo bebê, nós duas de roupão e chinelinhos, sem nem ao menos escovar os dentes. Ainda assim, as obrigações noturnas com o bebê, para as quais eu me voluntariava, eram sempre brutais, e quando eu ia embora da casa dela, estava exausta, esgotada, mas tanto que chegava a doer meus ossos. Honestamente, não sei como as mulheres conseguem fazer isso durante semanas ou meses.
— Esse moleque já nasceu ou o quê? — Jess pergunta.
Autor(a): eduardah
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 22
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franmarmentini♥ Postado em 23/08/2015 - 22:39:06
Acabou a fic???? E os filhos??? ;(
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franmarmentini♥ Postado em 23/08/2015 - 21:35:45
*.*
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sra.herrera Postado em 23/08/2015 - 17:35:56
Continua amo essa fic quero aya juntos logo #RaivaDoPoncho -_-
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eduardah Postado em 23/08/2015 - 01:53:10
Tem uma saída sim , faça igual eu , quando eu li esse livro, assim como eu tb li COMO EU ERA ANTES DE VOCÊ pulava tudo essas cenas kkkkkkk ...
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eduardah Postado em 23/08/2015 - 01:49:59
Essa ainda sendo , acontecendo tudo é Uma História de amor, tem algo que já entrou na fic, na História que vai começar a se encaminhar aos eixos , dividi ela em 4 Partes e já estou na terceira , aguarde , eu disse tem coisas aqui que por mim não postava mas , no fim vcs vão acabar tendo uma surpresa Bem legal a respeito de um dos dois , e enfim dos dois tb , não abandona não , vc ainda vai rir ....
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franmarmentini♥ Postado em 22/08/2015 - 23:16:33
;/
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franmarmentini♥ Postado em 22/08/2015 - 22:44:33
;(
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franmarmentini♥ Postado em 22/08/2015 - 22:19:50
Não to gostando ;( eu não quero ficar lendo a any com outro...e ela apaixonada por outro...e com certeza poncho ta com outra....que história mais triste é essa...
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franmarmentini♥ Postado em 22/08/2015 - 21:39:22
Migaaaa serio..não consigo ler...eu to até chorando...de tristeza....poncho nem aparece...cada um ta na sua...não vejo saída....
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franmarmentini♥ Postado em 22/08/2015 - 21:33:58
Poxa como vc quer que eu leia isso...any transando com outro!!!!! Poncho deve estar fazendo o mesmo também... ;( isso acabou comigo....