Fanfic: Uma Prova de Amor AyA (Adaptada).Finalizada | Tema: Anahi e Alfonso
— Eu não quero me mudar — falo, me sentindo apavorada só de pensar nisso. Fico imaginando SUVs, reuniões de pais e mestres, filminhos de partidas de futebol, jantares de família no Olive Garden. A essa altura, já estou sentada também. — Eu não vou me mudar para um bairro residencial de classe média.
— Tudo bem — ele fala, concordando com a cabeça. — Nós poderíamos criar um filho em Manhattan. Muita gente faz isso. Nós só teríamos que arrumar um apartamento maior e cuidar da parte financeira. Portanto, esse não é um motivo válido. Fale outro.
Solto a respiração, bufando, e digo:
— Ok. Minha carreira.
Deixei os motivos mais importantes para o final. Eu tinha trabalhado muito, muito mesmo, para arriscar tudo por causa de filhos. Já vi isso acontecer muitas vezes, mesmo com as editoras que estavam determinadas a chegar ao topo. Elas têm que sair mais cedo do trabalho, não podem sacrificar seus fins de semana e inevitavelmente perdem um pouco da ousadia e da ambição. Sempre acontece isso. Não sei por quê; não sei se as prioridades mudam ou se elas simplesmente não têm mais a mesma energia para lutar. Não sei e não pretendo descobrir... Não quero me juntar à fila de mulheres que trabalham fora e estão sempre com uma aparência miserável e infeliz, que lutam para ter tudo e terminam frustradas, exaustas e culpadas.
— Qual o problema com a sua carreira? — ele pergunta, todo inocente.
— Um filho iria impactá-‐la — explico.
— Já lhe disse, posso ficar em casa por um tempo. Ou podemos contratar uma babá. Você não tem que largar seu emprego. Você nem mesmo vai precisar trabalhar meio período. Existem muitas mães que trabalham fora. Você pode ter as duas coisas.
— Mas eu não quero as duas coisas. Entende? É isso que você parece não compreender. Ter as duas coisas significa não fazer nenhuma direito.
— Mas você seria uma mãe incrível, Anahi! — ele diz.
— Eu não quero ser mãe — digo com o máximo de convicção que consigo transmitir. — Sinto muito que isso me faça parecer egoísta. Mas o que eu acho muito pior, muito mais egoísta, é ter um filho quando não se está totalmente comprometido com isso. E eu simplesmente não compartilho desse seu plano, Alfonso.
— Não agora? — ele fala se recostando na cama.
— Não agora — digo. — E nem nunca.
Alfonso me lança um olhar frio. Então, ele balança a cabeça, se afasta de mim e fala com o rosto encostado no travesseiro:
— Tudo bem, Anahi. Acho que está tudo claro para mim agora. Na manhã seguinte, nos preparamos para o trabalho em silêncio.
Alfonso sai primeiro, sem nem me dar um beijo de despedida. Ele se recusa a retornar qualquer uma de minhas mensagens durante o dia todo. Fico tão perturbada que cancelo um almoço importante com um agente literário de alto nível e sou ríspida ao telefone com uma de minhas autoras mais meigas e aplicadas, por causa de um atraso na entrega de seu manuscrito.
— Você sabe que, se eu não receber isso logo, não conseguirei reunir tudo e mandar para os revisores, certo? — digo, odiando o tom estridente da minha voz.
Uma das coisas das quais eu me orgulho no trabalho é que eu nunca desconto meus problemas nem nos meus assistentes nem nos autores. Odeio pessoas que deixam a vida particular se imiscuir na vida profissional, e se até mesmo uma simples conversa sobre filhos pode influenciar no meu trabalho, não consigo nem imaginar o que poderia acontecer se eu tivesse um filho de verdade.
Naquela noite, reli um manuscrito e percebi que não gostei dele tanto quanto gostei quando o adquiri. É uma história de amor excêntrica e eu não consigo deixar de pensar se minha mudança de atitude tem a ver com o que está acontecendo no meu casamento. Entro em pânico só de pensar que é este o caso. Eu não quero mudar de modo algum. Não quero que minha vida mude. Caio no sono no sofá, preocupada com Alfonso e esperando que ele volte para casa. A certa altura, ouço-‐o entrar cambaleando no apartamento e percebo quando ele chega perto do sofá. Abro meus olhos e olho para ele. Seu cabelo está bagunçado e ele está cheirando a conhaque e cigarro, mas, mesmo assim, ainda é um gato. Tenho uma vontade repentina e incontida de agarrá-‐lo e puxá-‐lo para os meus braços. Com cheiro de cigarro e tudo mais.
— Oi — ele fala, conseguindo com dificuldade soletrar as duas letras.
— Onde você esteve? — pergunto com suavidade.
— Fora.
— Que horas são?
— Duas e pouco.
Então, ele solta uma frase irônica. Fala algo sobre aproveitar as vantagens de uma vida sem filhos. Noto que ele usou a palavra sem filhos em vez da nossa velha expressão livre de filhos. De repente, fico com raiva novamente.
— Muito maduro, Alfonso — digo, enquanto me levanto e vou até o banheiro —, se embebedar quando colocamos as cartas na mesa. Bela jogada para alguém que acha que vai ser um pai fantástico.
Foi algo duro e injusto de se dizer. Alfonso pode ser chamado de qualquer coisa, menos de irresponsável. Mas eu não volto atrás. Simplesmente deixo as palavras pairarem no ar entre nós.
Os olhos dele se estreitam. Então, ele pigarreia e fala:
— Vai se foder, Anahi.
— Não, vai se foder você, Alfonso — falo, passando ao lado dele e batendo a porta do banheiro atrás de mim. Minhas mãos tremem ao abrir a tampinha da pasta de dente.
Enquanto escovo meus dentes, penso no que acabamos de dizer. Foi uma primeira vez. Nós nunca dizemos coisas assim um para o outro. Embora já tenhamos tido discussões acaloradas, nunca nos xingamos ou nos ofendemos. Sempre nos sentimos superiores aos casais que agem assim. Então, os foda-‐ses tornaram-‐se um símbolo instantâneo de nosso impasse e de nossa separação iminente. Pode parecer melodramático ligar a separação de um casal a algumas palavras ríspidas, mas sei que chegamos ao nosso ponto de não ter mais volta.
Cuspo um pouco da pasta, imaginando o que eu deveria fazer a seguir. Tem que ser algo mais importante, algo mais significativo do que dormir no sofá. Tenho que mencionar a palavra divórcio ou sair de casa. Vou até o quarto e mexo no armário procurando minha mala grande. Posso sentir Alfonso me observando enquanto coloco as roupas ao acaso dentro dela. Camisetas, roupas de baixo e algumas peças para usar no trabalho. Enquanto arrumo a mala freneticamente, me sinto como se estivesse vivenciando o papel da esposa furiosa.
A certa altura, mudo de ideia. Não quero sair do meu apartamento no meio da noite. Mas sou muito orgulhosa para voltar atrás. Parece uma tolice muito grande empacotar uma mala e não ir a lugar algum. É como desligar o telefone na cara de alguém bufando de raiva e ligar de volta imediatamente. Não dá para fazer isso. Então, caminho calmamente até a porta, com a mala na mão, esperando que Alfonso tente me impedir. Me curvo, segurando a respiração enquanto calço meus tênis, dando nó duplo nos cadarços, ganhando tempo para que ele possa dizer algum tipo de desculpa. Quero que ele se ajoelhe, peça desculpas e diga o quanto me ama. E eu também vou fazer o mesmo.
Em vez disso, ele fala com a voz fria como o gelo:
— Adeus, Anahi.
Olho nos olhos dele e sei que chegou ao fim. Então, não tenho outra escolha a não ser me levantar, abrir a porta e partir.
Autor(a): eduardah
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 22
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franmarmentini♥ Postado em 23/08/2015 - 22:39:06
Acabou a fic???? E os filhos??? ;(
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franmarmentini♥ Postado em 23/08/2015 - 21:35:45
*.*
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sra.herrera Postado em 23/08/2015 - 17:35:56
Continua amo essa fic quero aya juntos logo #RaivaDoPoncho -_-
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eduardah Postado em 23/08/2015 - 01:53:10
Tem uma saída sim , faça igual eu , quando eu li esse livro, assim como eu tb li COMO EU ERA ANTES DE VOCÊ pulava tudo essas cenas kkkkkkk ...
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eduardah Postado em 23/08/2015 - 01:49:59
Essa ainda sendo , acontecendo tudo é Uma História de amor, tem algo que já entrou na fic, na História que vai começar a se encaminhar aos eixos , dividi ela em 4 Partes e já estou na terceira , aguarde , eu disse tem coisas aqui que por mim não postava mas , no fim vcs vão acabar tendo uma surpresa Bem legal a respeito de um dos dois , e enfim dos dois tb , não abandona não , vc ainda vai rir ....
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franmarmentini♥ Postado em 22/08/2015 - 23:16:33
;/
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franmarmentini♥ Postado em 22/08/2015 - 22:44:33
;(
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franmarmentini♥ Postado em 22/08/2015 - 22:19:50
Não to gostando ;( eu não quero ficar lendo a any com outro...e ela apaixonada por outro...e com certeza poncho ta com outra....que história mais triste é essa...
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franmarmentini♥ Postado em 22/08/2015 - 21:39:22
Migaaaa serio..não consigo ler...eu to até chorando...de tristeza....poncho nem aparece...cada um ta na sua...não vejo saída....
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franmarmentini♥ Postado em 22/08/2015 - 21:33:58
Poxa como vc quer que eu leia isso...any transando com outro!!!!! Poncho deve estar fazendo o mesmo também... ;( isso acabou comigo....